No 1º pregão de junho, Bolsa sobe 2,05% com alta do PIB, das commodities e exterior favorável; dólar cai

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São Paulo- Junho começou no positivo para a Bolsa brasileira. O Ibovespa fechou em alta de 2,05% impulsionado por um ambiente favorável aqui e no exterior com o crescimento do Produtor Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre de 2023, valorização das commodities e a aprovação do teto da dívida dos Estados Unidos. As empresas ligadas à economia doméstica também tiveram um bom desempenho em meio à expectativa de corte de juros e inflação melhor.

O PIB aumentou 1,9% no primeiro trimestre deste ano e cresceu 4,0% na comparação com o mesmo período do ano passado, puxado pelo agronegócio.

Na China, o PMI do setor industrial em maio subiu de 49,5 pontos para 50,9 pontos indicando um aumento da atividade econômica e ajudou na alta do minério de ferro e nas ações ligadas à commodity. As ações da Vale (VALE3) avançaram 2,11% e siderurgias também tiveram ganho.

Os papéis da Petrobras (PETR3 e PETR4) subiram 2,90% e 3,21%. Com a alta do petróleo e hoje a empresa anunciou a revisão do seu plano estratégico.

O principal índice da B3 subiu 2,05%, aos 110.564,66 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em junho avançou 2,14%, aos 111.130 pontos. O giro financeiro foi de R$ 24,6 bilhões. Em Nova York, as bolsas fecharam em alta.

Josian Teixeira, diretor e gestor de recursos da Lifetime Asset Management, disse que a Bolsa teve um pregão em alta puxada por “dado da China melhor a expectativa puxou as commodities de maneira geral e favoreceu os países exportadores, como o Brasil, além disso a aprovação do teto da dívida dos EUA e, aqui o PIB bem melhor que a estimativa faz com que os analistas revisem o PIB para o fechamento deste ano”.

Rodrigo Moliterno. Head de renda variável da Veedha Investimentos, disse que um conjunto de fatores interno e externo contribuíram para o bom humor do Ibovespa. “A alta do petróleo fez com que as petroleiras tivessem uma performance positiva, alívio do teto dos gastos dos Estados Unidos ajudou e o crescimento da economia já está fazendo com que muitos analistas começassem a revisar para cima as estimativas do PIB para este ano. Somado a isso, ações relacionadas à nossa economia tendo performance atrativa, empresas ligadas às commodities se recuperando, Vale e siderúrgicas com bom desempenho, após PMI da China vir melhor que o esperado e puxando minério de ferro”.

Bruna Sene, analista de investimentos da Nova Futura Investimentos, disse que a Bolsa reagiu tarde às notícias positivas como PIB brasileiro, aprovação do teto da dívida dos Estados Unidos e alta do minério de ferro. “O mercado demorou para andar por conta de balanceamento de carteiras no primeiro dia do mês; agora acompanha a melhora lá fora, o setor de consumo cíclico também começa a caminhar com resultado positivo do PIB, inflação melhor recentemente; a Vale avança com o minério e a Petrobras ganha tração com a alta do petróleo e o anúncio da revisão estratégica da empresa pode ajudar”.

Segundo João Piccioni, analista da Empiricus Research, o Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre de 2023 ficou acima das expectativas do mercado. “O destaque ficou para a balança comercial, o agronegócio que veio bem forte e fez com que as estatísticas do primeiro trimestre fossem bastante positivas. No entanto, pela ótica das despesas, fica claro a desaceleração de crescimento do consumo das famílias na margem e a parte de investimentos que já vinha desacelerando no quarto trimestre, desacelerou mais nesse primeiro trimestre; o consumo de governo ficou praticamente parado, vamos ver se melhora daqui pra frente”.

Segundo um analista de um grande banco, vários fatores contribuíram para a abertura positiva do Ibovespa futuro. “A aprovação do teto da dívida nos Estados Unidos, a alta do minério de ferro na China com os dados mais positivos do setor industrial por lá, PIB brasileiro melhor que o esperado e a aprovação da MP dos Ministérios, é um céu de brigadeiro na Bolsa”.

A moeda norte-americana fechou em queda expressiva de 1,34%, cotada a R$ 5,0060 puxada por um cenário mais favorável aqui e no exterior com crescimento do Produto Interno Bruto brasileiro (PIB) e aprovação do teto da dívida dos Estados Unidos.

Para o sócio da Pronto! Invest Vanei Nagem, o dólar tem tudo para chegar nos R$ 5,00 até amanhã: “Isso pode acontecer até hoje”. Ele entende que o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,9% do primeiro trimestre de 2023 ante projeções de 1,2% também foi bem recebido pelo mercado.

“Hoje está alinhado com o cenário externo. A economia brasileira tem mostrado recuperação”. opina Nagem.

Nagem entende que mesmo com as dúvidas sobre a China, que desvalorizam as commodities, o acordo sobre o teto da dívida dos Estados Unidos e a conjuntura doméstica devem manter o dólar em trajetória baixista.

A economista do Banco Ourinvest Cristiane Quartaroli, observa que “aparentemente houve um acordo ao final do dia”, e que esta decisão deverá impactar no mercado hoje, após uma quarta-feira de aversão ao risco e com forte pressão no câmbio.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecharam em queda nesta quinta-feira, pressionadas pela divulgação do PIB do 1º trimestre que mostrou dados acima do esperado, além da aprovação do aumento do teto da dívida dos Estados Unidos, que parece ter dado certo alívio para o mercado. O ambiente político doméstico mais calmo, com aprovação do arcabouço fiscal na Câmara e, ontem, da MP dos Ministérios, também impactaram as curvas das DIs.

O DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 13, 200 % de 13,225 % no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 11, 460% de 11,520%, o DI para janeiro de 2026 ia a 10,845 %, de 10,915%, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 10,880 % de 10,945% na mesma comparação.

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam a sessão em alta, com Nasdaq e S&P registrando seus maiores valores desde agosto do ano passado, depois que a Câmara dos Estados Unidos aprovou o projeto de lei sobre o teto da dívida. O projeto agora vai para o Senado.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +0,47%, 33.061,57 pontos
Nasdaq 100: +1,28%, 13.101,0 pontos
S&P 500: +0,98%, 4.221,02 pontos

 

Com Paulo Holland, Camila Brunelli e Darlan de Azevedo / Agência CMA