São Paulo, SP – A Genial Investimentos divulgou uma análise sobre a possível proposta do Ministério de Minas e Energia (MME) à Eletrobrás para antecipar o fluxo de pagamentos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) com o objetivo de destinar tais recursos para modicidade tarifária. Tal medida seria uma contrapartida para que o Governo Federal decida por “apaziguar” a questão relacionada a privatização da empresa e, eventualmente, retirar.
A CDE é um fundo setorial que financia diversas políticas públicas com recursos de subsídios privados, ou cruzados, e subsídios públicos, com uso de recursos do Orçamento Geral da União.
Dentro do processo de privatização da Eletrobrás, foi estabelecido um fluxo de pagamentos da empresa para União Federal até o ano 2047 (R$ 5 bilhões já foram pagos ainda em 2022). De acordo com o fluxo proposto no ato da privatização, ainda restam R$ 10,9 bilhões para serem pagos de 2024 até 2047.
Para a corretora, o movimento é positivo, mas é preciso saber qual o valor a ser desembolsado ainda esse ano tendo em vista o atual fluxo de pagamento do CDE vai até 2047, ou seja, é importante saber qual taxa de desconto seria utilizada para que todos os fluxos fossem precificados à valor presente.
“Ao antecipar o fluxo de pagamentos a uma taxa de desconto razoável, isso geraria valor ao acionista, e a redução de risco político em relação ao case da empresa. Vale lembrar que, de acordo com as nossas estimativas, a empresa tem um endividamento de apenas 1,4x Dívida Líquida/Ebitda 2023 em um cenário sem grandes possibilidades interessantes de alocação de capital, tendo em vista os baixos preços de longo prazo da energia elétrica. Se considerarmos o pagamento de R$ 10 bilhões para saldar essa dívida, o endividamento da empresa saltaria para 1,9x Dívida Líquida/Ebitda 2023, ainda muito razoável para investimentos em outros projetos ou pagar dividendos”, explicou a Genial.