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Olá ouvinte do Agência CMA Podcast. Eu sou Gustavo Nicoletta, editor-chefe da agência, e este é o resumo da semana.
Você lembra dos problemas que deixaram o mercado turbulento e amuado em agosto? Os investidores, aparentemente, já esqueceram todos.
O mais relevante deles, a guerra comercial entre Estados Unidos e China, deixou de ser preocupação após os chineses confirmarem esta semana que retomarão as negociações com os norte-americanos em algum momento de outubro.
Teve pouco efeito nos índices acionários o fato de que tanto China quanto Estados Unidos aplicaram mais tarifas mutuamente no início deste mês.
No Reino Unido, o parlamento aprovou uma barreira jurídica que obriga o governo local a pedir mais tempo para negociar o rompimento com a União Europeia sem um acordo para a separação.
A notícia é boa, mas não afasta o fato de que, até agora, não há nenhuma perspectiva de divórcio amigável. E divórcios custam caro.
Mas como estes problemas foram adiados para o mês que vem, o apetite por risco voltou ao mercado e beneficiou particularmente os mercados emergentes.
No Brasil, a onda de otimismo foi impulsionada pelo avanço da tramitação da reforma da Previdência, que agora precisa enfrentar apenas o plenário do Senado antes de virar lei.
Também ajudou por aqui a aparente vitória da equipe econômica em relação ao teto de gastos. O presidente Jair Bolsonaro indicou que pretendia afrouxar a regra, que limita o aumento nas despesas públicas à inflação, mas conversou com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e desistiu.
Na próxima semana, no Brasil, a previsão é de que na quarta-feira a Comissão de Constituição e Justiça do Senado vote a proposta que modifica a reforma da Previdência – a chamada PEC paralela.
É neste texto que estão as alterações para incluir estados e municípios na reforma e para instituir cobranças previdenciárias aos agroexportadores, fundações e contribuintes do Simples.
O pacote de alterações, se aprovado no Senado, ainda precisará ser ratificado pela Câmara.
Também existe a possibilidade de votação da reforma da Previdência no plenário do Senado. Ali, o texto a ser discutido é o que já foi aprovado pela Câmara e que estabelece, entre outras coisas, a idade mínima para as aposentadorias.
Entre os indicadores mais relevantes, estão previstos os dados sobre as vendas no varejo, na quarta-feira, a receita do setor de serviços, na quinta-feira, e possivelmente a divulgação do IBC-Br, índice de atividade econômica, na sexta-feira.
No exterior, o principal evento será o anúncio da decisão de política monetária do Banco Central Europeu, o BCE, na quinta-feira.
A expectativa é de que seja anunciado um pacote de estímulos monetários à economia, que pode incluir redução das taxas de juros, retomada das compras de títulos de dívida e alterações na orientação sobre o momento em que os juros devem subir.
Apesar disso, alguns analistas apontam que declarações recentes dos membros da instituição sugerem risco de adiamento destas medidas.
No Reino Unido, o primeiro-ministro Boris Johnson pode tentar convocar eleições novamente na segunda-feira e até o momento mantém o plano de suspender as atividades do parlamento. O início desta suspensão deve ser em algum momento da semana que vem, com a retomada das atividades em 14 de outubro.
Vale destacar também a divulgação dos dados sobre a inflação nos Estados Unidos, que serão publicados na quinta-feira. A expectativa é de leve aceleração da taxa, que está um pouco acima da meta de 2% estabelecida pelo banco central do país, o Federal Reserve.
Com isso eu encerro o nosso boletim semanal. Boa semana, bons negócios.