Bolsa fecha em leve alta com apoio de Vale, Petrobras e bancos; dólar sobe

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A Bolsa fechou em leve alta com avanços comedidos de Vale (VALE3), Petrobras e o setor financeiro em mais uma sessão “morna” com agenda vazia de indicadores e um exterior misto. As ações da Natura & Co (NTCO3) lideraram os ganhos do Ibovespa.

As ações da Vale (VALE3) subiram 0,22%. Petrobras (PETR3 e PETR4) aumentava 0,77% e 0,10%. O setor financeiro subiu em bloco, com destaque para Itaú (ITUB4) com alta de 1,85%.

Os papéis da Natura & Co (NTCO3) avançaram 4,95%, após a recomendação de compra da ação e elevação do preço-alvo de R$ 18 para R$ 21. Em relatório, o banco também sinaliza melhora na lucratividade da The Body Shop e Avon. Além disso, vê expansão da margem bruta da Natura na América Latina.

Na ponta negativa, a empresa Locaweb (LWSA3) caiu 3,69% puxada pela alta nos juros futuros nos vértices intermediários e longos. GOL (GOLL4) perdeu 3,59% com a alta do dólar e do petróleo.

O principal índice da B3 subiu 0,45%, aos 118.082,90 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em agosto avançou 0,45%, aos 119.160 pontos. O giro financeiro foi de R$ 20,5 bilhões.

Gabriel Meira, economista da Valor Investimentos, disse que o Ibovespa subiu na sessão de hoje e “se apoiou em Vale e Petrobras em um dia bom para as commodities porque a China manteve a taxas de referência de um e cinco anos inalterados-em 3,5% e 4,2%-, já era esperado pelo mercado, apesar da pressão do governo de Pequim para adotar novas medidas de estímulos à economia”.

Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos, disse que a Bolsa operou em uma estreita faixa positiva “com os ligeiros avanços de ações da Vale, Petrobras e bancos, além de superar a sessão negativa em Nova York-Nasdaq e S&P-, onde a queda inesperada de pedidos de seguro-desemprego [caiu em 9 mil, para 228 mil solicitações] trouxe preocupação de possível resiliência do mercado de trabalho, podendo o Fed fazer novas elevações de juros”.

Lucas de Caumont, estrategista de investimentos da Matriz Capital, disse que o Ibovespa trabalha em leve alta e “tem apoio nas empresas do setor de siderurgia e mineração, por conta do minério de ferro, e Petrobras; não vemos um grande impacto no mercado a notícia sobre o governo ter sinalizado antecipar para agosto parte das medidas planejadas para aumentar a tributação, mas a longo prazo podemos ter grandes perdas nas indústrias de fundos”.

Mais cedo, Bruna Sene, analista de investimentos da Nova Futura Investimentos, disse que a Bolsa está sem direção em um dia de agenda fraca. “O Ibovespa está com movimento misto e continua oscilando entre 116,5 mil e 120 mil pontos, o setor de materiais básicos sobe por conta da alta do minério de ferro na China; lá fora segue a temporada de balanços e aqui ainda não engatou”.

Mais cedo, José Simão Jr, sócio e head de renda variável da Legend Investimentos, disse que o Ibovespa está em um movimento morno neste mês com o Congresso em recesso e “ficamos muito na expectativa do arcabouço fiscal, agora está faltando um trigger novo para impulsionar a Bolsa, vamos ver como caminha a depuração da reforma tributária, como fica a reforma do imposto de renda e, em agosto, devemos ter mais clareza com o início do corte de juros e a melhora do mercado. Devemos observar o recado do Banco Central se vai ser mais conservador, o que eu acredito, ou mais arrojado. É importante também olhar a temporada de balanços no 2T23 por aqui, tem muita gente com a situação complicada porque o crédito ainda não melhorou; atento ao setor de varejo”.

O dólar comercial fechou em alta de 0,33%, cotado a R$ 4,8020. A moeda refletiu, ao longo de quase toda a sessão, o aumento dos juros nos Estados Unidos. Os incentivos do governo chinês para a retomada econômica do país asiático, contudo, aliviaram a desvalorização da moeda brasileira.

Para o head de Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, o real está performando melhor que seus pares, ainda impactado positivamente pela China.

O head da TravelexBank acredita que “hoje está baseado no movimento de China, beneficiando as moedas ligadas às commodities”.

Weigt, todavia, observa que a alta dos juros nos Estados Unidos faz com que a divisa estadunidense ganhe fôlego.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecham em alta, refletindo as treasuries (Títulos do governo norte-americano) que denotam cautela dos investidores à espera do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) na próxima semana. O fator de estresse para os DIs foi a questão geopolítica: depois dos bombardeios russos em portos de saída de grãos da Ucrânia, as commodities agrícolas estão mais caras.

O DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 12,755% de 12,845% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 10,830% de 10,800%, o DI para janeiro de 2026 ia a 10,285%, de 10,095%, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 10,335% de 10, 330% na mesma comparação.
Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos devem fechar o pregão em campo misto, com a Nasdaq caindo mais de 2%, após o relatório de lucros da Tesla e da Netflix. O Dow Jones atingiu o maior valor desde 2017 puxado pelo balanço da farmacêutica Johnson & Johnson.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +0,47%, 35.225,18 pontos
Nasdaq 100: -2,05%, 14.063 pontos
S&P 500: -0,67%, 4.534,87 pontos

Com Paulo Holland, Camila Brunelli e Darlan de Azevedo / Agência CMA