São Paulo – O lucro líquido da Suzano aumentou para R$ 5,08 bilhões no segundo trimestre de 2023 (2T23), quase 28 vezes maior que R$ 182 milhões reportados um ano antes, enquanto a receita líquida encolheu 20,5%, para R$ 9,16 bilhões. O maior lucro líquido na comparação anual é explicado, em grande parte, pela variação positiva no resultado financeiro, como resultado da valorização cambial sobre a dívida e sobre a marcação a mercado das operações com derivativos, e pelo maior impacto da reavaliação positiva do ativo biológico na rubrica outras receitas/despesas operacionais. Esses efeitos foram parcialmente compensados pela redução no resultado operacional (queda da receita líquida) e maior despesa de IR/CSLL diferidos, principalmente sobre os resultados positivos de variação cambial e operações com derivativos.
Em relação ao lucro líquido de R$ 5,2 bilhões no 1T23, a redução de 3% foi decorrente da queda do resultado operacional e da maior despesa de IR/CSLL diferidos (por sua vez explicada principalmente pelo maior resultado positivo com variações cambiais e operações com derivativos). Esses efeitos foram parcialmente compensados pelas variações positivas no resultado financeiro e pela reavaliação positiva do ativo biológico na rubrica outras receitas/despesas operacionais.
A companhia disse que 77% da receita líquida foi gerada no mercado externo (ante 81% no 1T23 e 83% no 2T22). Em relação ao 1T23, a queda de 19% é explicada pelo menor preço médio líquido de celulose em dólar (-21%), pelo menor preço médio líquido de papel em dólar no mercado externo (-16%) e pela desvalorização do USD médio frente ao BRL médio (-5%). Esses efeitos foram parcialmente compensados pelo maior volume vendido no período (+3%). A queda de 20% da receita líquida consolidada em relação ao 2T22 é explicada principalmente pelo menor preço médio líquido da celulose em dólar (-21%) e pelo menor volume de vendas no período (-6%). Tais efeitos foram parcialmente compensados pelos melhores preços de papel nos mercados doméstico (+17%) e externo (+2%), além da apreciação do dólar médio em relação ao real médio (+1%).
O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado diminuiu 37,8%, para R$ 3,919 bilhões. A companhia disse que o cenário do mercado de celulose continuou desafiador no segundo trimestre de 2023 e pressionou os resultados do período. “A queda do preço de celulose e a apreciação cambial foram os principais fatores na redução do ebitda ajustado nesse segmento. Por outro lado, houve uma queda no custo caixa de produção sem o efeito das paradas programadas para manutenção, principalmente como resultado da redução dos preços das commodities, beneficiando principalmente o custo dos insumos. Na unidade de negócios de papel, os resultados foram resilientes no mercado doméstico, enquanto a queda dos preços no mercado externo responde pela redução do ebtida por tonelada observada no período”, explicou a empresa, em seu relatório de resultados do 2T23.
As vendas de papel e celulose da Suzano encolheram 6,0%, para 2,8 milhões de toneladas. Em celulose, foram 2,5 milhões de toneladas, queda de 6% ante 2T22, enquanto em papel, houve recuo de 9% na comparação anual, para 294 mil toneladas.
As vendas de celulose da Suzano apresentaram aumento na comparação com o trimestre anterior em função da maior demanda na China, totalizando 2.513 mil toneladas, um aumento de 2% em relação ao 1T23 e uma redução de 6% em relação ao 2T22.
A dívida líquida da companhia diminuiu 1,1%, para R$ 54,317 bilhões, o que coloca a taxa de alavancagem – proporção da dívida bruta em relação ao ebitda ajustado – em 2,0 vezes ante 2,3 vezes no mesmo período do ano passado. A diminuição da dívida líquida em moeda nacional é explicada principalmente pelo impacto da variação cambial sobre o saldo de dívida em dólar.
A dívida líquida medida em dólar apresentou leve aumento ao atingir US$ 11,3 bilhões, de US$ 10,9 bilhões em março, principalmente em função do maior ciclo histórico de investimento da companhia, focado em gerar um significativo e sustentável valor no longo prazo. Já a geração operacional de caixa atingiu R$ 2,2 bilhões. “Tais resultados evidenciam a resiliência econômica da companhia em meio à conjuntura atual, advinda da qualidade de seu portfólio de ativos, do seu modelo de negócio e da saúde do seu balanço. A política de hedge cumpriu importante função, apresentando uma entrada positiva de caixa de R$ 1,3 bilhão, em grande parte explicada pela valorização do real em relação ao dólar no período.”
Cia prevê início de operações do Projeto Cerrado em junho de 2024
A Suzano prevê início das operações do Projeto Cerrado em junho de 2024, em virtude do avanço das obras e da consequente melhor visibilidade sobre seu desenvolvimento, informou a companhia, em fato relevante divulgado após o fechamento do pregão desta quarta-feira, junto com os seus resultados do segundo trimestre.
As demais informações e estimativas divulgadas acerca do Projeto Cerrado mantêm-se válidas e inalteradas.