Lucro líquido da Ambev diminui 15,2% no 2° trimestre

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São Paulo, SP – A Ambev divulgou hoje o balanço do segundo trimestre de 2023, com lucro líquido de R$ 2,597 bilhões, recuo de 15,2% em relação ao mesmo período do ano passado. No primeiro semestre, o lucro líquido foi de R$ 6,417 bilhões, queda de 2,7% em comparação ao primeiro semestre do ano passado.

O lucro líquido ajustado diminuiu 13,1% em relação aos R$ 3,085,8 bilhões no segundo trimestre de 2022. O lucro ajustado do ano passado foi impactado positivamente por créditos tributários extraordinários no Brasil de R$ 1,233 bilhão. Ausentes tais créditos tributários extraordinários e seus efeitos relacionados, o lucro ajustado teria crescido 18%.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 5,275 bilhões, queda de 4,7% na comparação anual, no reportado, e recuo de 34,2%, no orgânico, com redução de 2,9 p.p. na margem Ebitda, que fechou em 27,9%.

Segundo a companhia, o crescimento foi impulsionado pelo desempenho da receita líquida combinado com menor crescimento do CPV/hl e do SG&A excluindo depreciação e amortização (dados os preços mais baixos de câmbio e commodities e eficiências em geral), levando à expansão da margem ebitda.

A receita líquida foi de R$ 18,898 bilhões, alta de 20%, no orgânico, e alta de 5,1% no reportado, em comparação com o mesmo período de 2022.

O fluxo de caixa das atividades operacionais aumentou 55,1% em relação a R$ 2,202 bilhões no segundo trimestre de 2022, devido a um melhor ciclo de capital de giro impulsionado principalmente por redução de estoques (principalmente em embalagens e matérias-primas) e melhoria de recebíveis (dado menor reconhecimento de créditos tributários no Brasil e menores volumes no CAC e Canadá).

O resultado financeiro fechou negativo em R$ 1,073 bilhão, uma redução de R$ 578 milhões em relação ao mesmo período do ano passado.

O CPV (custo do produto vendidos) foi de R$ 9,635 bilhões, acima dos R$ 9,374 bilhões alcançado no segundo trimestre do ano passado.

Na Cerveja Brasil, o volume caiu 2,5% impulsionado por uma indústria em declínio e diante de uma base de comparação desafiadora dado o forte desempenho do segundo trimestre de 2022, que se beneficiou da recuperação pós-Covid (+8,5% versus 2T21).

Segundo a companhia, a execução disciplinada da nossa estratégia de gestão de receitas combinada com um mix positivo de marcas continuaram a impulsionar a ROL/hl (+12,9%), resultando em um crescimento de receita líquida de 10,1%. O CPV/hl excluindo depreciação e amortização aumentou 6,1% (+4,6% excluindo a venda de produtos marketplace não-Ambev), impulsionado principalmente pela inflação geral de preços não relacionados a commodities, parcialmente compensada por preços favoráveis de câmbio e commodities. O EBITDA ajustado cresceu 29,7%, com expansão da margem EBITDA ajustado de 400 pb, ajudada por eficiências nas despesas de SG&A excluindo depreciação e amortização. No primeiro semestre de 2023, a receita líquida cresceu 12,3% (volume -0,9% e ROL/hl +13,3%), e o EBITDA ajustado cresceu 26,7%, com expansão da margem EBITDA ajustado de 320 pb.

No segmento NAB Brasil (bebidas não alcóolicas), uma indústria fraca e uma base de comparação desafiadora, dado o forte desempenho do 2T22 (+16,2% versus 2T21), impulsionaram uma queda de volume de 2,2% no trimestre. A receita líquida subiu 7,5%, com a ROL/hl crescendo 10,0%, impulsionada por iniciativas de gestão de receita e um mix positivo de marca. O CPV/hl excluindo depreciação e amortização aumentou 5,1%, principalmente devido à inflação geral dos preços não relacionados a commodities, parcialmente compensada por preços favoráveis de câmbio e alumínio. O Ebitda ajustado subiu 24,9%, com expansão da margem EBITDA ajustado de 310pb. No primeiro semestre de 2023, a receita líquida cresceu 13,0% (volume +2,5% e ROL/hl +10,2%), e o EBITDA ajustado aumentou 36,5%, com expansão da margem EBITDA ajustado de 440 pb.

Na América Central e Caribe (CAC), apesar de mais uma recuperação sequencial, o volume caiu 2,8%, impulsionado principalmente pelo Panamá e com uma ligeira queda na República Dominicana. A receita líquida cresceu 4,8%, com a ROL/hl subindo 7,7%, impulsionada por iniciativas de gestão de receita e mix de marcas positivo. O EBITDA ajustado aumentou em 7,9%, com expansão da margem EBITDA ajustado de 100 pb, na medida em que o CPV/hl e SG&A excluindo depreciação e amortização desaceleraram no trimestre. No primeiro semestre de 2023, a receita líquida subiu 4,3% (volume -3,8% e ROL/hl +8,5%), e o EBITDA ajustado subiu 2,6%, com contração da margem Ebitda ajustado de 60 pb.

Na América Latina Sul (LAS), o volume cresceu 0,6% na medida em que os impactos do cenário macro desafiador na Argentina foram mais do que compensados por performances positivas no Chile, Paraguai e Bolívia. A receita líquida aumentou 82,1%, com a ROL/hl subindo 81,1%, impulsionada principalmente por iniciativas de gestão de receita na Argentina. Apesar das contínuas pressões inflacionárias sobre CPV e SG&A, especialmente na Argentina, o EBITDA ajustado cresceu 109,8%, com expansão da margem EBITDA ajustado de 380 pb. No primeiro semestre de 2023, a receita líquida cresceu 72,6% (volume -4,5% e ROL/hl +80.8%) e o EBITDA ajustado cresceu 101,3%, com expansão da margem EBITDA ajustado de 490 pb.

No Canadá, o Ebitda ajustado aumentou 4,1%, com expansão da margem EBITDA ajustado de 120 pb, na medida em que o CPV/hl excluindo depreciação e amortização desacelerou no trimestre e nos beneficiamos de eficiências do SG&A excluindo depreciação e amortização. O desempenho da receita líquida foi estável (0,0%) apesar de uma queda de volume de 6,2% em meio a indústrias fracas de cerveja e beyond beer no trimestre e diante de uma base de comparação difícil no Quebec em razão de um crescimento da ROL/hl de 6,6% impulsionado por iniciativas de gestão de receita e ajudado por um mix positivo de marcas e embalagens. No primeiro semestre de 2023, a receita líquida cresceu 6,1% (volume -1,8% e ROL/hl +8,0%), e o Ebitda ajustado cresceu 3,9%, com contração da margem Ebitda ajustado de 60 pb.

CPV

A companhia revisou a expectativa de crescimento do CPV (custo dos produtos vendidos) por hectolitro, excluindo depreciação e amortização, para seu negócio de cervejas no Brasil de 6% a 9,9% para 2,5% a 5,5% no ano de 2023 (excluindo a venda de produtos de marketplace não Ambev), tendo em vista que determinados fatores capazes de influenciar nossos custos, tais como a inflação, os preços de commodities não protegidas por hedge, o mix de produtos e a performance operacional da companhia, estão melhores do que o esperado.