PAC tem muitas oportunidades para investidores de países dos Brics, diz Lula

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São Paulo – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje em seu discurso na Cúpula de líderes dos Brics, em Joanesburgo – capital da África do Sul, que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) tem muitas oportunidades para investidores de países do bloco, ressaltando também a importância de elevar o comércio com países do continente africano.

“O plano [PAC] prevê a retomada de empreendimentos paralisados, aceleração dos que estão em andamento e seleção de novos projetos. Trata-se de um programa amplo, com muitas oportunidades que podem interessar aos investidores dos países do Brics”, disse Lula em seu discurso no evento do bloco, que é composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Lula também uma reaproximação do Brasil com países africanos, de quem, nas palavras do petista, o Brasil “nunca deveria ter se afastado”. O presidente afirmou que o fluxo comercial do Brasil com a África corresponde a apenas 3,5% do comércio exterior brasileiro.

“É inaceitável que, em 2022, o comércio do Brasil com a África tenha diminuído em um terço com relação a 2013, quando era de quase 30 bilhões de dólares (…) O Brasil está de volta ao continente de que nunca deveria ter se afastado. A África reúne vastas oportunidades e um enorme potencial de crescimento”, disse Lula.

Em relação às oportunidades comerciais para o Brasil, Lula mencionou a diversidade de produtos que podem ser exportados aos países africanos, que inclui petróleo, minérios e manufaturas. O presidente também destacou a experiência bem-sucedida da Embrapa, a empresa brasileira de pesquisa agropecuária.

“Com a Embrapa fizemos do cerrado uma área de alta produtividade agrícola”, defendeu o presidente. “Uma versão de programa para distribuir mais alimentos para a África precisa ser criada para a cooperação Sul-Sul.

O presidente destacou as limitações impostas pelas instituições financeiras tradicionais, que têm dificultado o acesso ao crédito e a realização de reformas necessárias para impulsionar o crescimento. Nesse contexto, o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), uma iniciativa dos Brics, foi ressaltado como um marco importante para as economias emergentes, fornecendo financiamento para projetos de infraestrutura e desenvolvimento.

“A falta de reformas das instituições financeiras limitam [o acesso ao] crédito (…) O novo banco de desenvolvimento mostrou um marco nas economias emergentes”, disse Lula sobre o órgão comandado pela ex-presidente Dilma Rousseff.

Lula também ressaltou a necessidade de ampliar as conexões marítimas e aéreas no Atlântico para permitir uma integração mais fluida entre as nações.

“É preciso ampliar as conexões aéreas e marítimas dos dois lados do [oceano] Atlântico. É inexplicável não ter um voo direto entre São Paulo e Joanesburgo”, exemplificou o presidente.