São Paulo – Em evento do Santander realizado nesta terça-feira, em São Paulo (SP), o diretor de E&P da Petrobras, Joelson Falcão Mendes, falou sobre as perspectivas da companhia para a produção e exploração de petróleo e gás nos próximos anos. Em entrevista à Agência CMA, ele comentou as ações da companhia nessa área e as expectativas com a aprovação, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), para perfurar poços no bloco FZA-M-59, localizado na Bacia da Foz do Amazonas, e seguir as pesquisas em busca de comprovar as reservas. A licença ambiental foi negada em maio pelo órgão e a companhia fez um novo pedido, em que afirma ter adequado às exigências ambientais.
“Estamos em compasso de espera no processo de licenciamento da margem equatorial, na bacia do Amapá, a bacia sedimentar da foz do Amazonas, aguardando o pedido de reconsideração que fizemos ao Ibama, ao mesmo tempo que estamos fazendo nosso processo natural de licenciamento da bacia Potiguar, em que já tínhamos uma sequência de poços planejados, um no Amapá e outro na Potiguar. Qualquer hora a gente vai ter um final feliz”, detalhou o diretor.
“A Petrobras tem uma equipe muito capacitada na área ambiental, temos biólogos, engenheiros de meio ambiente, então entendemos que o nosso processo está bastante qualificado e que o Ibama vai entender melhor as nossas solicitações”, acrescentou.
Segundo Mendes, até 2028 a companhia vai aumentar em 70% a disponibilidade de gás para o mercado interno com três grandes projetos, como o que está em curso no polo Gaslub, que já estava previsto no plano estratégico anunciado pela companhia, com previsão de início de funcionamento de uma unidade de processamento de gás natural em 2024 para receber uma nova rota que está vindo do pré-sal. “Temos três grandes projetos em andamento, a entrada da Rota 3, que vai disponibilizar mais 16 milhões de m3 de gás à Itaboraí, no polo Gaslub. Um segundo, com a Equinor, o campo BMC33, que vai adicionar mais 18 milhões de m3 de gás, e um terceiro, que é o Sergipe Águas Profundas, com dois FPSOs e também já previsto no plano de negócios, que também vai disponibilizar 16 milhões de m3.”
Em relação à existência de campos exploratórios que não são interessantes para a companhia, o executivo disse que há muitos anos a companhia faz a gestão ativa do seu portfólio e que outras petrolíferas estão gerenciando campos que foram vendidos pela Petrobras. “Isso é normal da indústria de petróleo, sempre há espaço, olhamos a questão da rentabilidade. A nova estão está aberta a negócios, na área petroquímica também.”
Durante sua apresentação, o diretor da Petrobras pontuou a preocupação da companhia com o aspecto ambiental da atividade exploratória. “Precisamos explorar novas fronteiras, mas com a descarbonização dos ativos”, disse Mendes.
Reportagem: Paulo Holland/ Edição: Cynara Escobar / Agência CMA