MERCADO AGORA: Veja um sumário do comportamento dos negócios até o momento

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Por Danielle Fonseca, Flavya Pereira e Olívia Bulla

São Paulo – O Ibovespa sobe acompanhando os principais mercados acionários no exterior, que têm altas modestas na expectativa de que o Banco Central Europeu (BCE) possa cortar os juros amanhã e de que a China possa tomar mais medidas de estímulo para a sua economia. Alguns papéis também ajudam o índice a acelerar ganhos, como os da B3 e os de varejistas, que se recuperam depois das fortes quedas de ontem e com dados de vendas no varejo mais fortes do que o esperado pelo mercado.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 0,21% aos 103.250,38 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 8,5 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em outubro de 2019 apresentava avanço de 0,26% aos 103.750 pontos.

“No cenário internacional, estão no radar estímulos para a China e o BCE amanhã”, disse o analista da Terra Investimentos, Régis Chinchila. Temores sobre a desaceleração da economia global e sobre a guerra comercial tem aumentando expectativas sobre cortes de juros por parte de bancos centrais, sendo que além do BCE, a reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) será na semana que vem.

Já na cena política doméstica, o analista destaca que a nova CPMF pode preocupar o setor financeiro, ainda com muitas dúvidas ao redor do possível imposto, se pode ser aprovado ou não e quais os seus impactos. Segundo a Receita Federal, a Contribuição sobre Pagamentos (CP) terá alíquota mínima de 0,2% sobre os pagamentos feitos por meio de débito e crédito e de 0,4% sobre os saques e depósitos em dinheiro. Nesse contexto, as ações de bancos mostram mais fraqueza hoje, mas ensaiam uma alta com os papéis como Itaú Unibanco e do Bradesco rondando a estabilidade.

Já os papéis da B3 avançam com analistas mostrando leituras positivas de dados operacionais da Bolsa. Entre as maiores altas do Ibovespa estão ainda as ações de varejistas, como Magazine Luiza, que se recuperam depois de fortes quedas do setor ontem, que refletiu um receio de maior concorrência após o lançamento do Amazon Prime, plano que inclui frete grátis para produtos e o serviço de streaming da empresa. Ajudam na recuperação dados de vendas no varejo, que subiram 1% em julho ante junho, ante previsão de queda de 0,3% do mercado. Ainda entre as maiores altas estão BTG Pactual e Pão de Açúcar.

O dólar comercial acelerou as perdas frente ao real e toca o nível de R$ 4,05, atento ao exterior onde o dólar ganha terreno frente às principais moedas pares, enquanto oscila frente à maioria das divisas países emergentes. Além de ajuste local, investidores aguardam a decisão de política monetária do BCE amanhã.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,82%, sendo negociado a R$ 4,0630 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em outubro de 2019 apresentava recuo de 0,48%, cotado a R$ 4,066.

Segundo a economista da Capital Markets, Camila Abdelmalack, há um movimento de correção local, além da influência da valorização de commodities como o minério de ferro e o petróleo sobre o desempenho de moedas emergentes ligadas à commodities. “Não deixa de respingar, mas tem algum ajuste pressionando a moeda para baixo. No cenário local, não tivemos novidades para fazer preço”, comenta.

Já o trader de câmbio da Travelex Bank, Pedro Molizani, destaca que lá fora, apesar de um cenário misto, o exterior tem viés positivo com investidores à espera da decisão de política monetária do BCE amanhã. “A expectativa é que sejam anunciados estímulos, o que deixa incertezas em relação ao Brexit [acordo de saída do Reino Unido da União Europeia] em segundo plano”, comenta.

As taxas dos contratos futuros de juros (DIs) exibem novamente leves oscilações e nenhuma direção definida. Ainda assim, o recuo do dólar, que se aproxima da faixa de R$ 4,05, influencia mais o trecho longo da curva a termo, que exibe ligeira baixa. Nos vértices mais curtos, os investidores digerem os números robustos das vendas no varejo brasileiro, enquanto aguardam as decisões dos bancos centrais neste mês.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2020 tinha taxa de 5,31%, repetindo o ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2021 estava em 5,39%, de 5,35% após o ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 6,44%, de 6,45%; e o DI para janeiro de 2025 estava em 6,98%, de 7,01%, na mesma base de comparação.