São Paulo – A Bolsa fechou em queda em meio à alta dos títulos do Tesouro norte-americanos e refletindo os indicadores divulgados nos Estados Unidos, mais cedo, que reforçam a tese de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) vai seguir com a elevação dos fed funds por mais tempo. A Petrobras (PETR 3 e PETR4) avançou e destoou de outras ações do índice, o varejo despencou impactado pelos DIs.
As ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) subiram 2,54% e 2,64% , após a empresa divulgar que recordes mensal e trimestral de produção de óleo e gás no 3T23.
O destaque negativo ficou para as ações de Magazine Luiza (MGLU3), que caíram 5,02%.
O principal índice da B3 caiu 0,43%, aos 116.021 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em outubro baixou 0,41%, aos115.940 pontos. O giro financeiro foi de R$ 19,405 bilhões. Em Nova York, as bolsas fecharam em queda.
Gabriel Meira, economista e sócio da Valor Investimentos, disse que a Bolsa passou a cair seguindo o exterior. “Os dados da atividade nos Estados Unidos vieram fortes-varejo acima do esperado- e isso vai forçar o Fed a manter os juros um pouco mais altos por mais tempo; o mercado tem precificado que juros mais altos vem trazer e sugar o dinheiro do resto do mundo e acabou puxando o dólar e mexendo com a Bolsa; os treasuries estão avançando cada vez mais”.
Vinicius Steniski, analista de ações da casa de análises do TC, disse que “os dados de vendas no varejo nos Estados Unidos vieram melhor que o esperado nos Estados Unidos- subiram 0,7% em setembro ante agosto e a expectativa era de alta de 0,2%- de certa forma acaba pressionando os juros lá fora e aqui os DIS juros sobem e mexem com as Bolsa; a Petrobras avança com o anúncio de que vai bater recorde de produção”.
Felipe Moura, sócio e analista da Finacap Investimentos, disse que está faltando um catalisador para a Bolsa. “O mercado está à mercê do macro, mais relevante que olhar as ações temos de ficar atentos aos juros norte-americanos e aqui, ninguém sabe como a guerra entre Israel e Hamas pode afetar a estrutura do petróleo, se o Irá entrar no conflito pode ter estresse na oferta”.
O dólar comercial fechou em queda de 0,02%,cotado a R$ 5,0341. A moeda demonstrou volatilidade ao longo da sessão, refletindo a precificação de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) não voltará a subir os juros.
O Varejo nos Estados Unidos subiu 0,7% em setembro ante agosto, acima das projeções do mercado (+0,2%), enquanto o índice de confiança das construtoras que caiu a 40 pontos em outubro.
Segundo o sócio da Pronto! Invest Vanei Nagem, o mercado ainda mostra muita indecisão, mas segue confiante de que o ciclo contracionista tenha chegado ao fim.
Para o head de Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, os dados apontam que a economia estadunidense segue resiliente, o que valoriza o dólar globalmente.
As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecham majoritariamente em alta nesta terça-feira. Analistas se dividem entre os dados sobre a economia dos Estados Unidos que vieram muito acima do esperado, mostrando atividade resiliente e movimento natural do mercado em dia de volatilidade – uma vez que as taxas abriram próximas à estabilidade, mas já caíram e agora sobem. O ambiente interno favorável contrasta com as incertezas globais.
O DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 12,180% de 12,192% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 11,035% de 10,940%, o DI para janeiro de 2026 ia a 10,890%, de 10,730%, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 10,080% de 10,070% na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar operava em alta, cotado a R$ 5,0387 para a venda.
Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão de lado, depois que os dados de vendas no varejo superaram as expectativas e a temporada de lucros ganhou força. Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:
Dow Jones: +0,04%, 33.997,65 pontos
Nasdaq 100: -0,25%, 13.534 pontos
S&P 500: -0,00%, 4.373,20 pontos
Com Paulo Holland, Camila Brunelli e Darlan de Azevedo
