Presidente do BCE adverte contra conversas prematuras sobre cortes nas taxas

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São Paulo – O Banco Central Europeu (BCE) anunciou nesta quinta-feira a decisão de manter as taxas de juros inalteradas, encerrando uma série sem precedentes de 10 aumentos consecutivos. A decisão foi amplamente esperada, mas a presidente do BCE, Christine Lagarde, enfatizou que qualquer discussão sobre cortes nas taxas era prematura.

Após um período de aumentos consecutivos para controlar a inflação na zona do euro, Lagarde afirmou durante a coletiva de imprensa do banco que seria “absolutamente prematuro” discutir quando as taxas de juros seriam cortadas. Ela destacou que a economia da zona do euro enfrenta desafios, mas as pressões sobre os preços permanecem fortes, particularmente devido a possíveis impactos do conflito no Oriente Médio nos custos da energia.

“Estamos monitorando a situação, estamos muito atentos às consequências econômicas que isso pode ter, seja em termos de impacto direto ou indireto nos preços da energia, ou o nível de confiança que os intervenientes econômicos continuarão a demonstrar,” disse Lagarde.

A presidente do BCE reforçou a necessidade de manter a firmeza na política monetária, enfatizando que a decisão de manter as taxas inalteradas era significativa e tomada por unanimidade entre os legisladores. Ela afirmou que “às vezes a inação é ação,” e que qualquer discussão sobre a evolução das taxas de juro no futuro, incluindo especulações sobre cortes, era prematura.

Embora as perspectivas para a economia europeia pareçam incertas, Lagarde apontou que a recuperação pode ganhar força nos próximos anos à medida que a inflação cai, os rendimentos reais das famílias se recuperam e a demanda por exportações da zona do euro aumenta.

A redação da declaração do BCE sobre o Programa de Compra de Emergência Pandêmica (PEPP) permaneceu inalterada, reiterando a decisão do banco de reinvestir todos os rendimentos da dívida com vencimento até o final de 2024.

Questionada sobre o tópico, Lagarde revelou que não houve discussão sobre uma redução antecipada das participações em títulos no PEPP, que totaliza 1,7 trilhão de euros.