A Gol divulgou hoje o balanço do terceiro trimestre de 2023, com prejuízo líquido de R$ 1,300 bilhão, queda de 16% em relação ao prejuízo líquido de R$ 1,548 bilhão mesmo período do ano passado.
O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) recorrente ficou em R$ 1,250 bilhão, alta de 79,8% em comparação ao terceiro trimestre de 2023. A margem Ebitda recorrente passou de 17,3% para 26,8%, alta de 9,5 pontos percentuais.
A receita líquida foi R$ 4,7 bilhões, alta de 16,4% em relação ao terceiro trimestre do ano passado. As receitas auxiliares, especialmente das unidades de negócios Smiles e Gollog, cresceram 65,1% para R$ 412,6 milhões. Contribuiu também na recuperação gradual no mercado corporativo, que teve um aumento de 17,3% em relação ao trimestre anterior.
O número de Passageiro-Quilômetro Transportado Pago (RPK) aumentou 8,2%, enquanto o total de Assento-Quilômetro Ofertado (ASK) cresceu 5,2%. Já a taxa de ocupação média (load factor) foi de 83,7%, um aumento de 2,4 p.p. A taxa de ocupação doméstica foi 83,8%, maior em 2,8 p.p., enquanto a taxa de ocupação internacional foi de 82,3%.
A utilização das aeronaves operacionais aumentou em 2% para 11,3 horas por dia, e o número de passageiros transportados cresceu 16,4%, para 8,1 milhões. A Receita Líquida por Assento-Quilômetro Ofertado (RASK) evoluiu 10,7% para 43,1 centavos (R$), e o yield médio por passageiro cresceu 4,5%, um recorde de 46,9 centavos (R$) para um terceiro trimestre.
O Custo por Assento Quilômetro (CASK) para operações de passageiros diminuiu 9,5% para 34,92 centavos (R$), enquanto o CASK ex-combustível para operações de passageiros aumentou 5,0% para 22,28 centavos (R$). O CASK Combustível diminuiu 25,2% para 12,99 centavos (R$), devido à redução de 29,6% nos preços do querosene de aviação.
A relação dívida líquida sobre o Ebitda recorrente UDM foi de 4,0x (5,5x usando 7x arrendamentos e 3,2x excluindo o ESSN 2028), uma redução de 1,0x comparada a alavancagem do segundo trimestre de 2023.
A Smiles expandiu sua base de Clientes em mais de 8% na comparação anual, atingindo 22,1 milhões de membros. Isso demonstra a oportunidade de alto valor que está sendo capturada após a incorporação da Smiles pela Gol em 2021.
Em 30 de setembro de 2023, a companhia tinha uma frota total de 141 aeronaves Boeing, sendo 39 737-MAX, 97 737-NG e cinco cargueiros 737-800BCF. No fim do terceiro trimestre, a Gol tinha 106 pedidos firmes para aquisição de aeronaves Boeing 737-MAX, sendo 69 do modelo 737-MAX 8 e 37 do modelo 737-MAX 10.
PROJEÇÕES
A Gol divulgou hoje uma atualização das suas projeções para 2023, quando espera uma taxa de ocupação média de 82% (ante 81% anteriormente) e uma receita líquida total de R$ 19 bilhões (ante R$ 19,3 bilhões antes). A empresa manteve a previsão de crescimento de oferta (ASK) em uma faixa de 10% a 15% enquanto a expectativa de CASK ex-combustível subiu de 3,8 centavos de dólar para 4,1 centavos de dólar.
O preço do combustível se manteve em R$ 5,1 por litro. A previsão de crescimento do número de assentos caiu de 15% a 20% para 10% a 15% e a estimativa de alta nas decolagens caíram de 15% a 20% para -5% a 10%. A margem ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) projetada foi de 25% para 24% e a margem ebit, de 15% para 14%.
A expectativa de despesa financeira líquida subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 2,2 bilhões, de capex líquido se manteve em R$ 600 milhões, de margem LAIR (Lucro Antes do Imposto de Renda) caiu de 4% para 3%, de aquisição de aeronaves caiu de R$ 500 milhões para R$ 100 milhões, e de dívida de aeronaves (7 vezes o arrendamento anual) caiu de US$ 3,5 bilhões para US$ 3,1 bilhões.
Já a dívida financeira esperada para este ano se manteve em US$ 2,7 bilhões, e a relação dívida líquida/ebitda foi reduzida de 5 vezes para 4 vezes. Por fim, a projeção de lucro por ação foi de R$ 0,3 para R$ 0,0 e o lucro por ADS foi de US$ 0,2 para US$ 0,0.
Com Cynara Escobar
