São Paulo, 10 de novembro de 2023 A moagem de cana-de-açúcar na segunda quinzena de outubro registrou crescimento de 8,06%, na comparação com o mesmo período do ciclo passado. Foram processadas 34,56 milhões de toneladas contra 31,98 milhões. No acumulado da safra 23/24, a moagem atingiu 560,54 milhões, ante 491,46 milhões de toneladas registradas no mesmo período no ciclo 22/23 avanço de 14,06%. Os dados são da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), em levantamento quinzenal, divulgado hoje.
A despeito das chuvas mais intensas registradas no período, o estado do Paraná foi o mais prejudicado em termos de operacionalização de colheita e, consequentemente, processamento da matéria-prima. São Paulo, Minas Gerais e Goiás foram capazes elevar sua moagem quando comparada à primeira metade de outubro.
Operaram na segunda quinzena de outubro 258 unidades produtoras na região Centro-Sul, sendo 241 unidades com processamento de cana, oito empresas que fabricam etanol a partir do milho e dez usinas flex. No mesmo período, na safra 22/23, operaram 229 unidades produtoras. Nesta quinzena, 16 unidades encerram a moagem, enquanto no acumulado já se contabilizam 20 unidades. No ciclo anterior, até o fim de outubro, 54 usinas haviam terminado com seu período de processamento.
No que condiz à qualidade da matéria-prima, o nível de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) registrado na segunda quinzena de outubro foi de 146,59 kg por tonelada de cana-de-açúcar, contra 144,94 kg por tonelada na safra 22/23 variação positiva de 1,14%. No acumulado da safra, o indicador marca o valor de 141,09 kg de ATR por tonelada (-0,20%).
Produção de açúcar e etanol
A produção de açúcar na segunda metade de outubro totalizou 2,35 milhões de toneladas. Essa quantidade, quando comparada àquela registrada na safra 22/23 de 2,15 milhões de toneladas, representa aumento de 9,42%. No acumulado desde 1º de abril, a fabricação do adoçante totaliza 37,22 milhões de toneladas, contra 30,34 milhões de toneladas do ciclo anterior (+22,65%).
Na segunda quinzena de outubro, 1,79 bilhão de litros (+11,48%) de etanol foram fabricados pelas unidades do Centro-Sul. Do volume total produzido, o etanol hidratado alcançou 1,07 bilhão de litros (+32,38%), enquanto a produção de etanol anidro totalizou 717,91 milhões de litros (-9,82%). No acumulado desde o início do atual ciclo agrícola até 1º de novembro, a fabricação do biocombustível totaliza 26,98 bilhões de litros (+10,01%), sendo 15,94 bilhões de etanol hidratado (+10,35%) e 11,04 bilhões de anidro (+9,52%).
Da produção total de etanol registrada na segunda quinzena de outubro, 15% foram provenientes do milho, cuja produção foi de 268,62 milhões de litros neste ano, contra 217,83 milhões de litros no mesmo período do ciclo 22/23 aumento de 23,32%. No acumulado desde o início da safra, a produção de etanol de milho atingiu 3,51 bilhões de litros avanço de 42,39% na comparação com igual período do ano passado.
Vendas de etanol
Em outubro, as vendas de etanol totalizaram 2,89 bilhões de litros, o que representa aumento de 13,92% em relação ao mesmo período da safra 22/23. O volume comercializado de etanol anidro no período foi de 1,04 bilhão de litros queda de 5,85% enquanto o etanol hidratado registrou venda de 1,84 bilhão de litros crescimento de 29,33%.
No mercado doméstico, as vendas de etanol hidratado em outubro totalizaram 1,70 bilhão de litros variação de 29,03% em relação ao ano passado. Dados de preços de revenda publicados pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para semana que se encerrou em 4/11 indicam que nas cidades correspondentes a 63% do consumo nacional de combustíveis, o etanol hidratado tem apresentado paridades atrativas. No estado de São Paulo esse percentual atinge 100% do consumo. A respeito das vendas de etanol anidro, o volume comercializado foi de 959,54 milhões de litros, compensando o resultado negativo da primeira quinzena e encerrando o mês com uma variação positiva de 1,86%.
No acumulado da safra 23/24, a comercialização de etanol soma 18,21 bilhões de litros, o que representa um aumento de 4,35%. O hidratado compreende uma venda no volume de 10,68 bilhões de litros (+4,53%), enquanto o anidro de 7,53 bilhões (+4,10%).
Mercado de CBios
Dados da B3 registrados até o dia 7 de outubro indicam a emissão de 28,23 milhões de CBios em 2023. Em posse da parte obrigada do programa RenovaBio há cerca de 23,28 milhões de créditos de descarbonização. Esse valor considera o estoque de passagem da parte obrigada em 2021 somada com os créditos adquiridos em 2022 e 2023, até o momento, subtraída a meta referente ao ano de 2022.