Americanas quer assembleia geral de credores em 19 de dezembro

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São Paulo, SP – A Americanas informou ontem (16) que apresentou nos autos do processo de sua recuperação judicial o pedido de convocação de assembleia geral de credores a ser realizada, em primeira convocação, no dia 19 de dezembro de 2023 e, em segunda convocação, no dia 22 de janeiro de 2024, para deliberação sobre o Plano de Recuperação Judicial. O edital de convocação será publicado oportunamente.

BALANÇO

Ontem, a companhia divulgou o balanço referente ao ano de 2022, com prejuízo líquido R$ 12,912 bilhões, acima do prejuízo de R$ 6,237 bilhões em 2021. A receita líquida consolidada foi de R$ 25,809 bilhões, e o lucro antes de juros, impostos, depreciações e
amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ficou negativo em R$ 6,162 bilhões.

A companhia também revisou o lucro líquido de R$ 544 milhões registrado em 2021 para prejuízo de R$ 6,237 bilhões. Segundo o comunicado, a revisão é reflexo do ajuste no Ebitda recorrente, que foi a impactado pela fraude e outros temas relacionados a ela e
pela adoção de melhores práticas, ficando negativo em R$ 1,8 bilhão, o que representa uma variação de aproximadamente R$ 4,1 bilhões em relação aos R$ 2,3 bilhões positivos divulgados anteriormente.

Após a divulgação do balanço, a XP Investimentos destacou que os executivos da Americanas concluíram um trabalho extenso para entregar uma fase importante do plano de restruturação.

“Notamos que os auditores não certificaram os demonstrativos dado o alto nível de incertezas, enquanto a aprovação do plano ainda está pendente. Além disso, existem riscos relacionados a melhorias operacionais, enquanto continuamos a ver o macro desafiador e um cenário de competição mais acirrada daqui para frente”, comentou a XP.

PROJEÇÕES

A companhia divulgou seu plano estratégico de negócios com previsão de geração de Ebitda de mais de R$ 2,2 bilhões (ou mais de R 1,5 bilhão depois do pagamento de aluguéis) em 2025.

Segundo o comunicado, após sofrer fraude de resultados praticada pela antiga diretoria, a companhia tem centrado esforços na continuidade do negócio, que ganhará mais fôlego a partir do aumento de capital de R$ 12 bilhões que será realizado pelos acionistas de referência e capitalização de dívida concursal por parte dos credores também no valor de R$ 12 bilhões, assim como com a aprovação do Plano de Recuperação Judicial pelos credores.

A companhia projeta uma dívida financeira bruta de entre R$ 1 bilhão e R$ 1,5 bilhão em 2025. Já a alavancagem deve ser inferior a 0,75x (sem considerar recebíveis)

Por fim, a nota afirmou que as projeções são baseadas em suas expectativas sobre o futuro dos negócios. “Essas expectativas dependem, substancialmente, de fatores alheios à vontade da companhia, tais como condições de mercado, desempenho da economia brasileira, do setor e dos mercados internacionais”.