Bolsa fecha em alta tímida com Petrobras; em semana mais curta, acumula ganhos de 3,5%

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São Paulo – A Bolsa fechou em tímida alta, testou o patamar dos 125 mil pontos, renovando a máxima do ano, amparada pelas ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) em dia de vencimento de opções sobre ações. Na semana, o índice acumulou ganhos de 3,5%.

As ações da Petrobras (PETR 3 PETR4) subiram 4,21% e 3,26%. Segundo Lucas Almeida, especialista em mercado de capitais e sócio da AVG, a Petrobras “pode estar passando por um movimento de recuperação dos preços do petróleo no mercado global, particularmente após uma queda forte no dia anterior. Esta recuperação dos preços, aliada com revisões positivas e recomendações de compra por parte de alguns grandes bancos, pode ter impulsionado ainda mais esse movimento. Parte das petroleiras brasileiras também foram beneficiadas”.

A Vale (VALE3) subiu 0,18% e Itaú (ITUB4) aumentou 0,46%. Na ponta negativa, as ações do Carrefour Brasil (CRFB3) caiu 3,87% em movimento de correção.

A alta de 3% nas ações da Azul (AZUL4) pode ter relação com vários fatores positivos destacados pelo Goldman Sachs em relatório divulgado hoje. com perspectivas revisadas sobre a empresa.

“O Goldman Sachs apontou no relatório que a Azul é a preferida entre as companhias aéreas e sugere confiança na capacidade da empresa de reconstruir a lucratividade para níveis pré-pandêmicos”, completou Almeida.

O fluxo de estrangeiro segue forte na B3. No último dia 14 entraram R$ 2,3 bilhões e no ano R$ 7,4 bilhões.

O principal índice da B3 subiu 0,10%, aos 124.769,64 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em dezembro caiu 0,01%, aos 125.810 pontos. Na máxima do dia atingiu 125.431,07 pontos. O giro financeiro foi de R$ 27,7 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam em alta.

Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos, disse que o Ibovespa chegou aos 125 mil pontos, acumulado alta ao redor de 14% em 2023, “algo que talvez fosse improvável há poucas semanas. O otimismo predominante parece converter as más notícias em boas perspectivas, com os indicadores econômicos fracos interpretados como drivers para atuações mais dovish dos bancos centrais, que se traduziriam em queda dos juros”.

Felipe Leão, especialista da Valor Investimentos, disse que a Bolsa sobe e tenta retomar os 125 mil perdidos em julho de 2021 com destaque para Petrobras.

“Os papéis da estatal foram os que mais contribuíram para a alta na sessão de hoje, também destaque para Vale e bancos em dia de vencimento de opções sobre ações, caminha para fechar a semana em alta expressiva de mais de 3% e no mês mais de 10%, caminhando para ser o melhor mês desde 2020, outras petroleiras subindo acompanhando petróleo, na segunda-feira, apesar do feriado de consciência negra, a bolsa abre, mas o volume desse ser mais reduzido”.

Thiago Lourenço, operador de renda variável da Manchester Investimentos, disse que na sessão de hoje existe um movimento de rotação setorial.

“O mercado subiu muito nos últimos dias e observamos um movimento técnico; hoje vemos rotação de setores, as Small Caps-varejistas e construção civil- que andaram bem recentemente estão realizando posições, revertendo a tendência de alta e Petrobras subindo. O mercado fica monitorando para arrancar. Com o vencimento de opções de ações o mercado costuma ficar mais travado, não é exata a correlação, mas o mercado fica defendendo posições para dar ou não exercício”.

Vinicius Steniski, analista do TC, disse que “as ações ligadas ao petróleo ajudam a impulsionara a Bolsa, além de Vale, siderurgia e do setor de agro performando bem”.

O dólar comercial fechou em alta de 0,73%, cotado a R$ 4,9053. A moeda refletiu certo temor com os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), por mais que seja o mercado entenda que a instituição não irá mais subir os juros. Na semana, a moeda teve desvalorização de 0,18%.

Para o analista da Potenza Investimentos Bruno Komura, “o câmbio se valoriza muito em linha com o que vemos no exterior. Vemos que o nível de incerteza é muito alto”.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecharam em queda. Por mais que a vitória do ministro da Fazenda, Fernando Haddad – que busca que a meta de déficit zero não seja alterada – possa ter sido momentânea, o mercado viu esta primeira batalha com bons olhos.

Às 16h41 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 11,962% de 11,978% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 10,440% de 10,500%, o DI para janeiro de 2026 ia a 10,135%, de 10,195%, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 10,265% de 10,320% na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar futuro operava em alta de 0,71%, cotado a R$ 4.9043 para a venda.

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão perto da estabilidade, ainda assim encerraram a semana com ganhos, com o S&P garantindo terceira semana consecutiva de ganhos em meio a um rali do mês de novembro. Esta é a primeira sequência de três semanas consecutivas de ganhos para o Dow e o S&P 500 desde julho, e a primeira desde junho para o Nasdaq.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +0,01%, 34.947,28 pontos
Nasdaq 100: +0,08%, 14.125,5 pontos
S&P 500: +0,12%, 4.514,02 pontos

Confira abaixo a variação dos índices na semana:

Dow Jones: +1,94%
Nasdaq 100: +2,37%
S&P 500: +2,24%

Com Paulo Holland /Darlan de Azevedo / Agência CMA.

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