RADAR DO DIA: Economia dos EUA; Juros na Europa; Lula veta desoneração da folha

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São Paulo, SP – Após a volta do feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos, os índices futuros americanos abriram em alta e as bolsas europeias em instabilidade. A semana termina com a divulgação da leitura preliminar dos índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) sobre a atividade do setor industrial e de serviços de novembro nos EUA, com previsão é de 50,2 pontos para ambos. Leituras acima de 50 pontos indicam crescimento das atividades, enquanto os valores menores apontam contração.

O mercado aposta que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) manterá os juros atuais (5,25% a 5,50% ao ano) em sua próxima decisão, que acontecerá em 13 de dezembro. Além disso, a
estimativa é que a manutenção da taxa deve ser estendida para o mês de janeiro do ano que vem, com expectativa de redução no segundo trimestre de 2024.

Ontem, foi divulgada a ata da última reunião Banco Central Europeu (BCE), na qual os juros de 4% foram mantidos. O documento destacou que, embora a inflação tenha reduzido o ímpeto de subida, ainda é considerada alta, com o núcleo fechando em 4,5% em setembro, salários ainda em elevação, com riscos ascendentes para a inflação influenciados pelo aumento dos custos da energia e dos alimentos.

Os membros do BCE acreditam que a inflação esteja caindo de acordo com o esperado, e que a maioria dos índices inflacionários já tinha chegado ao seu pico, “mas a inflação interna manteve-se persistentemente elevada e as projeções de inflação a mais longo prazo ainda pareciam estar acima da meta do Conselho do BCE.

Em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou integralmente o projeto de lei que pretendia estender até 2027 a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia e reduzir a contribuição para a Previdência Social paga por pequenos municípios.

Implementada desde 2011 como medida temporária, a política de desoneração da folha vinha sendo prorrogada desde então. Com o veto presidencial, a medida perde a validade em dezembro deste ano. A ideia do projeto de lei, aprovado pelo Congresso no mês passado, era manter a contribuição para a Previdência Social de setores intensivos em mão de obra entre 1% e 4,5% sobre a receita bruta. A política beneficia principalmente o setor de serviços. Até 2011, a contribuição correspondia a 20% da folha de pagamento. Esse cálculo voltará a ser aplicado em janeiro.

No setor corporativo, a Petrobras informou na noite de ontem (23) que seu Conselho de Administração aprovou o Plano Estratégico para o quinquênio 2024-2028 (PE 2024-28+), prevendo investir US$ 102 bilhões nos próximos cinco anos, 31% superior ao plano passado, sendo US$ 91 bilhões correspondentes a projetos em implantação (Carteira em
Implantação) e US$ 11 bilhões compostos por projetos em avaliação (Carteira em Avaliação), sujeitos a estudos adicionais de financiabilidade antes do início da contratação e execução. Quando concluídos os estudos e comprovada sua viabilidade econômica, esses projetos podem migrar para a Carteira em Implantação.

A Vale informou hoje que o Tribunal de Apelação Inglês declinou pedido da Vale de ouvir recurso sobre a competência do tribunal para julgar a ação de contribuição movida pela BHP contra a empresa. Importante esclarecer que o mérito da referida ação não foi ainda apreciado e tampouco julgado. Na ação de contribuição, a BHP pede que a Vale tenha participação financeira proporcional, caso a BHP venha a ser condenada a fazer pagamento na ação coletiva movida no Reino Unido pelo rompimento da barragem de Fundão, da Samarco, em 2015.

A Diretoria da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou hoje (23/11) as propostas tarifárias apresentadas pela Transportadora Associada de Gás S/A (TAG), Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG) e Transportadora Sulbrasileira de Gás S.A. (TSB). As propostas tarifárias serão aplicáveis no Processo de Oferta e Contratação de Capacidade existente, em gasodutos de transporte operados por essas empresas, na modalidade firme (ou seja, com garantia de movimentação até o volume contratado), por meio de contratos anuais, no período 2024 a 2028.

A Embraer entregou à Força Aérea Brasileira (FAB) a quinta aeronave modernizada EMB 145 AEW&C, designada na FAB como E-99M. A E-99M executará funções de Alarme Aéreo Antecipado e Controle e Alarme em Voo, além de missões de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento Aéreo. A entrega do quinto E-99 é um importante marco para o projeto E-99M. Essa é a primeira aeronave entregue na configuração FOC – Full Operational Capability com os sistemas totalmente certificados para emprego pela Força Aérea Brasileira na proteção do Brasil e de sua soberania nacional, afirma Bosco da Costa Junior, Presidente e CEO da Embraer Defesa & Segurança. As quatro aeronaves entregues previamente serão atualizadas para a versão FOC, para que possam desempenhar plenamente todas as missões para quais foram projetadas.

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) aprovou o edital para o projeto de concessão da BR-040/MG, que abrange o trecho entre Belo Horizonte e Juiz de Fora, totalizando 232 km de extensão. A diretoria do órgão aprovou os documentos relativos ao projeto com ressalva na reunião desta quinta-feira (23), devido à necessidade de reajustes na proposta, que deve ser publicada nas próximas semanas no Diário Oficial da União (DOU). A previsão é que o leilão aconteça em fevereiro. Estão previstos mais de R$ 9 bilhões de investimentos ao longo dos 30 anos de concessão.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) avalia que Marcelo Noronha assumirá a direção do Bradesco em um momento “raro e importante” para o setor financeiro, “no qual desafios e oportunidades seguem na mesma trilha”. Em nota, a entidade ressaltou a importância para o setor bancário da gestão de Octavio de Lazari Junior, que deixa o cargo de CEO do Bradesco

O governo federal contabilizou R$ 433 milhões renegociados pelo Desenrola Brasil na quarta-feira (22/11), com o Dia D Mutirão Desenrola em todo o país. Cerca de 72 mil pessoas foram beneficiadas com condições diferenciadas de renegociação, inclusive para pagamento parcelado, que pode ser efetuado em até 60 meses, sem entrada, com pagamento da primeira parcela somente em 2024. A ação solucionou 150 mil dívidas, e o valor total renegociado, em apenas um dia, foi sete vezes maior que a média diária da última semana. O Programa ofereceu descontos médios de 86,3%. O valor médio parcelado foi de R$ 1.087 e, à vista, o valor médio de pagamentos foi de R$ 262. Nos momentos de pico de acessos à plataforma do Desenrola na internet, foram feitas mais de duas renegociações por segundo.