O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, em um evento hoje (1) mais cedo no Spelman College, no estado de Atlanta, afirmou que ainda é cedo para dizer que o Fed chegou ao ponto máximo da restrição na política monetária. “Seria prematuro concluir com confiança que atingimos uma posição suficientemente restritiva”.
Ao falar que o Congresso norte-americano deu ao Fed a independência para prosseguir nos objetivos econômicos “sem considerar questões políticas. Este acordo institucional tem um forte histórico de produção de melhores resultados políticos em benefício do público”, ele também citou o mercado de trabalho.
Powell falou que ele ainda está bastante forte. “Hoje, as condições do mercado de trabalho permanecem muito fortes e a economia está regressando a um melhor equilíbrio entre a procura e a oferta de trabalhadores”.
O mercado de trabalho norte-americano, segundo Powell, continua resiliente. “Devido ao crescimento da força de trabalho, a taxa de desemprego aumentou durante o segundo semestre do ano, embora permaneça historicamente baixa em 3,9%. O crescimento dos salários permanece elevado, mas tem evoluído gradualmente para níveis que seriam mais consistentes com uma inflação de preços de 2% ao longo do tempo, e os salários reais estão novamente a crescer à medida que a inflação diminui”, afirmou.
Citando a meta do Fed de manter a inflação em 2%, ele falou de como os preços subiram durante a pandemia e como isso é danoso para a economia. “A inflação elevada impõe dificuldades significativas a todos os agregados familiares. A partir do início de 2022, reagimos com força, aumentando a nossa taxa de juro e diminuindo o tamanho do nosso balanço para ajudar a desacelerar a economia e reduzir a inflação”.
Para Powell, a inflação dos últimos anos veio de uma combinação entre demanda alta e gargalos da oferta. “A normalização das condições de oferta e procura desempenhou um papel crítico na desinflação até agora, tal como o aperto substancial da política monetária e das condições financeiras globais ao longo dos últimos dois anos”.
As políticas monetárias levam um certo tempo para ser sentidas, e que o crescimento da economia será menor em 2024, mas também cairá o crescimento da despesa, “à medida que os efeitos da pandemia e da reabertura se desvanecerem e à medida que a política monetária restritiva pesar sobre a procura agregada”.
O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) vai manter a meta de 2% de inflação e manter a política restritiva até estarem confiantes de que a inflação está no caminho certo, segundo Powell. “Seria prematuro concluir com confiança que atingimos uma posição suficientemente restritiva, ou especular sobre quando a política poderá flexibilizar. Estamos preparados para apertar ainda mais a política se for apropriado fazê-lo”.
Para Powell, o Fed conseguiu abaixar a inflação e manter o emprego em alta, com bom crescimento econômico que se destaca no mundo e com uma recuperação rápida. “A economia está nos surpreendendo nos últimos tempos”.
Por conta disso, Powell prefere ter cuidado a respeito de como lidar com a inflação, que ainda está alta. “Devemos nos movimentar com cuidado, usando os dados como referência, para que eles nos digam para onde devemos ir. Deixem os dados nos dizer o que fazer, ainda mais com a pandemia, que nos mostrou como é de verdade a economia global”.