São Paulo, – O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Nova York, John Williams, afirmou nesta sexta-feira que os cortes nas taxas não estão em discussão no momento para o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês).
Em uma entrevista no programa “Squawk Box” da CNBC, Williams destacou que o foco principal da instituição é garantir uma política monetária restritiva suficiente para conduzir a inflação de volta ao objetivo de 2%.
“Não estamos realmente falando sobre cortes de taxas no momento”, enfatizou Williams. “Estamos muito focados na questão que temos diante de nós, que, como disse o presidente [Jerome] Powell… é, conseguimos uma política monetária suficientemente restritiva para garantir que a inflação volte a descer para 2%? Essa é a questão que temos diante de nós”, completou.
Apesar da afirmação do presidente, os mercados têm reagido à recente previsão do Fed de três cortes nas taxas no próximo ano, interpretando-a como um sinal de uma possível mudança na postura da instituição. No entanto, Williams adotou uma postura cautelosa em relação às expectativas. Ele destacou que é prematuro pensar em cortes nas taxas em março.
“Acho que é prematuro pensar nisso”, disse o presidente do Fed de Nova York, quando questionado sobre os preços futuros para um corte nas taxas em março.
Williams enfatizou a dependência contínua dos dados para orientar as decisões do Fed. Se a tendência de redução da inflação se reverter, o presidente afirmou que o banco central está pronto para apertar novamente a política.
“Parece que estamos nesse nível ou perto disso em termos de restrições suficientes, mas as coisas podem mudar”, disse. “Uma coisa que aprendemos durante o ano passado é que os dados podem mudar e, de formas surpreendentes, precisamos estar preparados para avançar no sentido de apertar ainda mais a política, se o progresso da inflação estagnar ou reverter”, acrescentou.
Embora tenha havido uma desaceleração da inflação, conforme os dados econômicos recentes, Williams destaca a importância de garantir que a inflação retorne de forma sustentada ao patamar desejado.
“Definitivamente estamos vendo uma desaceleração da inflação. A política monetária está funcionando conforme planejado”, afirmou. “Só precisamos ter certeza de que… a inflação voltará para 2% de forma sustentada”, completou.