São Paulo – A Bolsa fechou em alta, bateu novo recorde histórico, acima dos 132 mil pontos, embalada pela valorização das commodities metálicas, com destaque para a ação de maior peso no índice, a Vale (VALE3), devido ao bom desempenho do minério de ferro e otimismo no exterior. Os investidores receberam bem as projeções do Relatório Trimestral de Inflação (RTI).
Mais cedo foi divulgado o Relatório de Inflação Trimestral (RTI) mostrou uma queda de 4,6% na previsão de inflação. Para 2024, a projeção ficou em 3,5%.
As ações da Vale (VALE3) subiram 3,32%. Usiminas (USIM5) e CSN (CSNA3) avançaram 3,75% e 3,64%. Os papéis ligados ao turismo avançaram em bloco.
Segundo Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos, os papéis da Klabin (KLBN11) subiram 2,25%, após o conselho de administração da companhia aprovar a aquisição de ativos florestais da Arauco, por US$ 1.160 bilhão. O grupo atualizou projeções de investimentos após o Projeto Caeté. O Capex previsto para 2024 soma R$ 3,30 bilhões; em 2025, R$ 3,10 bilhões.
Por outro lado, as ações do Grupo Casas Bahia (BHIA3) registaram fortes baixas de 5,11%, um dia depois da varejista ter subido 8%, na tentativa de recuperar as perdas expressivas que acumulou desde o grupamento de ações.
O principal índice da B3 subiu 1,05%, aos 132.182,01 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em fevereiro avançou 1,06%, aos 134.150 pontos. Na máxima interdiária atingiu 132.276,93 pontos. O giro financeiro foi de R$ 19,7 bilhões. Em Nova York, as bolsas fecharam no positivo.
Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, disse que hoje a sessão é mais positiva. “Os sinais de liquidez são menores e diversas casas estão divulgando relatórios sobre perspectivas 2024 revisando o target de ações. No geral visões positiva”.
Anderson Silva, head de renda variável e sócio da GT Capital, disse que a Bolsa avança e se mantém na casa dos 131 mil pontos “empurrada pela Vale e setor de siderurgia com a continuação do movimento de alta do minério de ferro, empurrou a VALE e o setor de siderurgia.
Entre as altas do Ibovespa, o destaque ficou para a Braskem (BRKM5), com ganho de 7,07%. “Com o afundamento da Mina 18 já estabilizado e com declaração do presidente Lula de que poderia através da Petrobrás liberar mais recursos para a questão de Maceió teve um dia de retorno dos compradores ao papel”.
As companhias aéreas e CVC também subiram. As ações devem surfar a redução da Selic e possível crescimento de demanda em seus setores.
Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, disse que a Bolsa tem um dia de recuperação depois do ajuste de ontem e fatores domésticos contribuírem para o apetite ao risco, as treasuries impedem que o movimento seja melhor.
“Em processos de rali de alta, correções são bem-vindas. E, dois vetores internos refletem no mercado- aprovação das subvenções, que até ontem era uma dúvida e foi aprovada depois do fechamento, e o Relatório de Trimestral de Inflação (RTI), que confirmou que vamos cumprir a meta de inflação [ de 3,25%, mas com tolerância de 1,5 pp, podendo chegar a 4,75%] e está convergindo como reforçou Campos Neto. O RTI foi um bom e bem recebido [pelos investidores], o gera um apetite a risco. A alta não é tão forte porque lá fora tem uma certa pressão por parte das treasuries, por mais que o auxílio-desemprego tenha vindo abaixo do esperado; o minério desde cedo está indo bem e impacta na Vale e espraia para o setor siderúrgico”.
O dólar comercial fechou em queda de 0,49%, cotado a R$ 4,8868. A moeda refletiu, ao longo da sessão, os resultados da economia norte-americana que saíram nesta manhã, além da baixa liquidez com a aproximação do período de festas.
Mais cedo foi divulgado o Produto Interno Bruto (PIB) do 3T23 em termos anualizados, que cresceu 4,9% enquanto a expectativa do mercado era alta de 5,1% na terceira leitura. Os números de pedidos-desemprego semanal caíram para 205 mil contra estimativa de 215 mil.
Para o sócio da Top Gain Leonardo Santana, o movimento de hoje também reflete as remessas de moeda para o exterior que ocorrem no final do ano, fazendo com que a moeda tenha dificuldade em romper a barreira dos R$ 4,84, o que só deve ocorrer a partir de janeiro.
Vanei Nagem, sócio da Pronto! Invest, disse que o dólar está se ajustando ao dia anterior em dia de liquidez bem reduzida.
“A moeda acompanha o movimento global, os dados melhores nos Estados Unidos-PIB e pedidos de seguro-desemprego- confirmam os prazos que o mercado está determinando sobre o corte de juros por lá; acredito em duas reduções das taxas, no segundo e terceiro trimestres de 2024. O investimento estrangeiro segue forte e deve permanecer no ano que vem”, disse Nagem.
As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecham em baixa queda, em sessão de volatilidade. Os DI estão descolados dos Tresauries, (títulos do Tesouro norte-americano) que sobem, depois de uma enxurrada de dados sobre a economia norte-americana.
Por volta das 15h35 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 11,648% de 11,644% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 10,065% de 10,060%, o DI para janeiro de 2026 ia a 9,595%, de 9,630%, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 9,670% de 9,715% na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar futuro operava em alta, cotado a R$ 4.8777 para a venda.
Os principais índices de ações dos Estados Unidos fecharam em alta nesta quinta-feira em um dia de recuperação depois de terem sofrido sua pior liquidação diária em meses.
Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:
Dow Jones: +0,87%, 37.404,35 pontos
Nasdaq 100: +1,26%, 14.963,9 pontos
S&P 500: +1,03%,4.746,75 pontos
Com Paulo Holland, Camila Brunelli e Erika Kamikava / Agência CMA
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Soraia Budaibes / Agência CMA
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