São Paulo – A Bolsa fechou em leve alta, batendo novo recorde, chegou a operar no patamar acima dos 133 mil pontos, refletindo o índice de preços para os gastos pessoais norte-americano (PCE, sigla em inglês) que mostrou desaceleração e com a expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) corte juros em março. As ações de consumo, bancões e Petrobras (PETR3 e PETR4) subiram e ajudaram a impulsionar o índice; Vale (VALE3) caiu. Na semana, o Ibovespa subiu 1,96%.
O índice de preços para os gastos pessoais (PCE) caiu 0,1% em novembro na comparação mensal, depois de registrar estabilidade em outubro. Em termos anuais, o índice subiu 2,6% em termos anuais. O núcleo do PCE teve alta de novembro 0,1%, abaixo das expectativas.
A Petrobras (PETR3 e PETR4) avançou 1,33% e 0,96%. Vale (VALE3) caiu 0,75%. Bradesco (BBDC3 e BBDC4) avançou 0,87% e 0,89%. Itaú (ITUB4) subiu 1,58%. Grupo Casas Bahia (BHIA3) foi destaque de alta e BRF (BRFS3) de baixa.
O principal índice da B3 subiu 0,43%, aos 132.750,72 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em fevereiro avançou 0,36%, aos 134.660 pontos. Na máxima interdiária atingiu 133.035,32 pontos. O giro financeiro foi de R$ 19,3 bilhões. Em Nova York, as bolsas operavam mistas.
Vinicius Steniski, analista de ações do TC, disse que o bom humor do mercado é atribuído aos dados nos EUA commodities e alta das ações da economia doméstica.
“O núcleo do PCE que o Fed olha para tomar decisões veio abaixo das projeções que o mercado esperava, o que foi positivo; os DIs caem e beneficiam as ações de consumo interno e as commodities forte favorecem as ações”.
Caio Henrique Soares Rodrigues, sócio da Atika Investimentos, disse que a Bolsa reflete a inflação PCE dos Estados Unidos melhor que o esperado e alta das commodities.
“O Ibovespa bateu máxima histórica, quase 133 mil pontos e o maior trigger era o índice de inflação dos EUA que veio mais favorável que o mercado projetava. O indicador mostrou deflação, que é um reflexo do trabalho do Fed. Com os dados norte-americanos melhores, o mercado espera um corte maior na taxa de juros no ano que vem por lá, o que pode repercutir em uma Selic menor; alta das commodities também ajudam e os investidores ficam de olho nas pautas econômicas”.
O dólar comercial fechou em queda de 0,54%, cotado a R$ 5,8604. A moeda refletiu, ao longo da sessão, o bom humor interno e global. Na semana, a moeda teve desvalorização de 1,56%.
Segundo o economista-chefe da Nova Futura, Nicolas Borsoi, “a sessão está dominada por dados que sugere soft landing (pouso suave), que era o cenário menos provável na cabeça dos analistas”.
Borsoi pontua que mesmo “mesmo em um mês com uma sazonalidade muito contrária, o real está performando bem. A história contada no câmbio está sendo muito positiva”. Ele entende que em 2024 a divisa estadunidense tende a atingir patamares menores, perder força.
Para o economista-chefe do Banco Bmg, Flávio Serrano, os indicadores estadunidenses pouco afetaram o câmbio, que segue refletindo o ambiente interno favorável, propenso aos ativos de risco: O final de ano foi positivo, crava.
Os pedidos de bens duráveis nos Estados Unidos, em novembro, subiram 5,4% ante projeções de +2,0%, enquanto os gastos pessoais (PCE, na sigla em inglês) tiveram alta de 0,2% no mesmo período.
As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecham majoritariamente em queda em dia de alta
volatilidade e liquidez global reduzida.
Por volta das 16h40 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 11,648% de 11,650% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 10,050% de 10,060%, o DI para janeiro de 2026 ia a 9,602%, de 9,610%, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 9,700% de 9,720% na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar futuro operava em queda, cotado a R$ 4.8610 para a venda.
Os principais índices de ações dos Estados Unidos fecharam mistos nesta sexta-feira, com os investidores fazendo uma pausa antes do longo fim de semana de feriado de Natal, depois de digerirem dados de inflação mais frios do que o esperado, que confirmaram as apostas para cortes nas taxas de juros do Federal Reserve no novo ano.
Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:
Dow Jones: -0,05%, 37.385,97 pontos
Nasdaq 100: +0,19%, 14.993,0 pontos
S&P 500: +0,16%, 4.754,63 pontos
Confira abaixo a variação dos índices na semana:
Dow Jones: +0,22%
Nasdaq 100: +1,21%
S&P 500: +0,75%
Com Paulo Holland, Camila Brunelli e Erika Kamikava / Agência CMA
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