No balanço comercial da China, divulgado nesta madrugada, houve superávit de US$ 75,3 bilhões em dezembro, com destaque para as importações de matéria-prima. “Embora as taxas de crescimento provavelmente desacelerem este ano, esperamos que os volumes de importação permaneçam elevados nos próximos meses”, afirma Caroline Bain, economista-chefe de commodities da Capital Economics.
Os volumes de exportação da China aumentaram em dezembro e permaneceram perto de um máximo histórico, alimentados por cortes de preços e pelo forte crescimento nas exportações de automóveis. “Entretanto, depois de terem caído em novembro, os volumes de importação permaneceram praticamente inalterados em termos homólogos no mês passado. Dito isto, as importações de matérias-primas tiveram um desempenho bastante melhor do que as importações globais, com fortes ganhos no carvão, minério de cobre e minério de ferro”, diz.
Em todo o ano de 2023, as importações chinesas de alguns produtos essenciais cresceram fortemente no ano passado. A principal exceção foram as importações de cobre bruto. “Pensamos que a fraqueza se deveu mais ao forte crescimento da produção interna de cobre refinado da China do que a uma queda na utilização de cobre refinado”.
Do lado da importação de petróleo, após uma queda em novembro, elas se recuperaram no final do ano. “Já não é verdade que as importações de petróleo bruto estejam impulsionando um aumento nas exportações de produtos petrolíferos, uma vez que estas diminuíram nos últimos meses. O declínio sugere que as cotas de exportação foram esgotadas e não que a procura externa era fraca”.
Os analisas da Capital afirmam que previam a queda nas importações de minério de ferro, devido ao aumento de preços no final de 2023 e este parece ter sido o caso em dezembro, com uma pequena queda mensal. O panorama geral, porém, é que o volume de importações de minério de ferro em 2023 foi um recorde anual.
“Pensamos que isto pode ser explicado pelo crescimento de 1 a 2% na produção de aço, pela redução dos estoques e por algum otimismo quanto ao apoio fiscal ao setor imobiliário”.
Por fim, 2023 também foi um bom ano para as exportações da China. “As exportações de aço, em particular, aumentaram mais de 40% em relação ao ano anterior, em parte devido à menor produção de aço no mundo, excluindo a China”, conclui Bain.