O presidente do Fed Chicago, Austan Goolsbee, em entrevista ao canal CNBC hoje (19) mais cedo, disse que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) precisa de dados para determinar se será possível fazer cortes nos juros. “Se fizermos bons progressos na inflação, precisamos levar isso em consideração nos juros”, afirmou.
“Fizemos muitos progressos em 2023, e vamos ver agora o que acontece com a divulgação do PCE na semana que vem”, disse. O índice de dezembro será publicado na próxima sexta-feira.
Gooslbee não deu pistas sobre o que ele acha a respeito das taxas de juros, nem de previsão de cortes. “Trabalhamos com o que os dados trazem, para saber se temos provas suficientes de que estamos mesmo no ‘caminho dourado’, de redução de inflação sem comprometer o emprego”.
Ao ser perguntado sobre quando poderão ser feitos cortes, ele disse que o Fomc decide isso reunião a reunião. “Se continuarmos a fazer progressos surpreendentes na inflação, poderemos rever o nível de restritividade. Não queremos nos comprometer antes do trabalho ter terminado”.
Ele destacou que, embora a inflação dos bens já esteja baixa e a dos serviços esteja em ritmo de queda, a do setor de habitação se mantém elevada. “Devemos ver progresso na queda nos preços da habitação, e vejo que o caminho dourado é possível. Vemos a melhora na cadeia de suprimentos, o choque de falta de vagas de trabalho se regularizando, estamos chegando a um equilíbrio entre o crescimento da economia e o mercado de trabalho. Isso se mantendo assim e a inflação caindo, podemos reduzir o nível de restritividade”.
Ele fez uma crítica à insistência que o mercado vem fazendo sobre os cortes nas taxas. “Acredito ser um erro que o mercado preste mais atenção às nossas falas do que aos dados. Não dá para dizer se haverá mais subidas nos juros sem ver as informações que serão divulgadas”, concluiu.