RADAR DO DIA: Inflação e PIB nos EUA; Juros na Europa; Haddad na TV

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São Paulo, SP – Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em alta. A semana será marcada pela divulgação do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) de dezembro nos Estados Unidos, e pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de janeiro no Brasil, ambos na sexta-feira (26).

O PCE é um dos principais índices de inflação analisado pelo Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), do Federal Reserve (Fed,o banco central norte-americano) para balizar sua decisão sobre a taxa de juros no país. Em novembro, o índice
subiu 0,1% ante outubro e mostrou alta de 3,2% na comparação com o mesmo mês do 2022. O núcleo do PCE exclui variações de preços de alimentos e energia, considerados mais voláteis.

A expectativa do mercado é que o o Fed deve iniciar um ciclo de queda dos juros a partir de junho de 2024, com cortes de 0,25 ponto percentual (pp) em todas as reuniões, o que deve acarretar um declínio acumulado de 1,75 pp no fim de 2024. O Comitê volta a se reunir no próximo dia 31 de janeiro. A semana também trará os dados do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA referente ao quarto trimestre do ano passado.

Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) definirá na quinta-feira (25) a taxa de juros na região. A expectativa é a manutenção, pela terceira vez consecutiva, da taxa nos atuais 4,50%, Na semana passada, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça), a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde afirmou que o BCE está no caminho certo para levar a inflação de volta à sua meta de 2%, mas a vitória ainda não foi conquistada. Ela não quis opinar sobre o ritmo de queda de juros, mas afirmou que se os investidores avaliarem mal seus movimentos futuros, isso poderá ser contraproducente para a luta contra a inflação.

O Banco do Povo da China (PBoC, o banco central do país) anunciou ontem sua decisão de manter a taxa de juros de referência em 3,45% pelo quarto mês consecutivo. De acordo com a atualização mensal publicada no portal do banco, a taxa de juros de referência de um ano permanecerá inalterada pelo menos até o próximo mês. Além disso, o PBoC informou que a taxa anual de encargos efetiva global a cinco anos ou mais, que serve como referência para o crédito à habitação, também será mantida em 4,2%.

Por aqui , na última sexta-feira (19), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi. A viagem do chanceler chinês é preparatória para uma visita de estado do presidente da China, Xi Jinping, ao Brasil, a ocorrer, em principio, em data próxima à da reunião de líderes do G20, no Rio, em novembro.

Hoje, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), participa do programa Roda Viva, às 22h, na TV Cultura, e, certamente, um dos pontos que serão abordados na entrevista será o impasse sobre a reoneração da folha de pagamentos desejada pelo governo para equilibrar as contas públicas. Na últimas semanas, Haddad conversou com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), com presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para tentar uma solução.

O governo prevê um rombo de R$ 32 bilhões com renúncias aprovadas não previstas no orçamento de 2024 – quanto o Congresso Nacional – que aprovou a prorrogação da desoneração e derrubou o veto presidencial que queria reverter a decisão dos parlamentares. Pacheco (PSD-MG) orientou o governo a editar uma nova medida provisória sem a reoneração dos 17 setores econômicos e dos municípios, conforme a posição do Congresso.

Na manhã de hoje foi divulgado o boletim Focus com as previsões de instituições financeiras ouvidas pelo Banco Central do Brasil. Para o IPCA, a expectativa para 2024 recuou de 3,87% para 3,86%. Para 2025, a previsão para a inflação ficou estável em 3,50%.

Sobre a taxa Selic, a previsão para este ano segue em 9%. Para 2025, a previsão também ficou estável em 8,50%. Para o Produto Interno Bruto (PIB), a previsão para 2024 passou de 1,59% para 1,60%. Em 2025, a previsão para o PIB manteve a estabilidade, chegando a 2%.

No setor corporativo, a 3R Petroleum informou que sua subsidiária 3R Lux, sociedade constituída sob as leis do Grão-Ducado de Luxemburgo, iniciou esforços para potencial emissão de títulos de dívida (Notes) no mercado internacional, em montante de até US$ 500 milhões, com vencimento em 2031. As notes contarão com garantia fidejussórias prestadas pela companhia e por certas subsidiárias, além de garantias reais a serem constituídas sobre determinados recebíveis, ações e direitos emergentes de concessões de certas subsidiárias da companhia. Caso a potencial Oferta seja concluída, os recursos líquidos serão utilizados para refinanciamento do atual endividamento detido pela emissora, cujo a contratação se deu no âmbito do financiamento da aquisição do Polo Potiguar.

A agência de classificação de risco Fitch Ratings Fitch afirmou a nota de crédito em moeda local e estrangeira da Petrobras em ‘BB’ e manteve a perspectiva do rating estável, citando que as classificações estão vinculadas aos ratings soberanos do Brasil (BB/Estável) devido à importância estratégica da empresa para o país e à forte propriedade e controle do governo.

A Hapvida divulgou um esclarecimento aos mercado, em resposta ao ofício emitido pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), diante de notícia do jornal “Estado de S. Paulo”, publicada na quinta-feira (18), que revela mais de cem casos de descumprimento de decisões judiciais pela companhia nos últimos oito meses e a abertura de investigações pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE-SP) para apurar a situação. Em sua defesa, a companhia aponta “estudos recentes realizados por associações e institutos do setor de saúde suplementar, como Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) e Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge)”, que “reconhecem os impactos da crescente judicialização e suas complexidades”.

A XP projeta que a AmBev reportará resultados fortes em seu balanço do quarto trimestre e de 2023 no dia 29 de fevereiro, refletindo os ventos favoráveis de custos em todas as linhas, juntamente com uma sólida dinâmica de linha superior (volumes e receita líquida por hectolitro) na unidade de negócios Cerveja Brasil, NAB (bebidas não alcoólicas) e CAC (América Central e Caribe).

A Genial Investimentos divulgou um relatório com suas expectativas para os resultados do quarto trimestre de 2023 do Itaú Unibanco, que deve apresentar uma rentabilidade (ROE) de 20,8%, acima de seus rivais privados (Santander e Bradesco), e um lucro de R$ 35,4 bilhões em 2023. O balanço do quarto trimestre será divulgado no próximo dia 5 de fevereiro.