Guerra comercial pode adiar recuperação nos preços da celulose, aponta Fitch

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Por Gustavo Nicoletta

São Paulo – A redução na demanda por papéis e embalagens na Europa e na China em função da guerra comercial entre os chineses e os Estados Unidos, associada ao elevado nível de estoques e à falta de paradas na produção estão provocando uma queda no preço da celulose, afirmou em relatório a agência de classificação de risco Fitch.

“Embora uma redução na oferta seja esperada, a incerteza comercial pode continuar afetando a demanda por celulose e resultado em fraqueza prolongada nos preços”, prejudicando principalmente as produtoras da commodity na América Latina, como a Suzano, disse a agência.

A Fitch ressaltou que o movimento negativo nos preços da celulose era inesperado porque os fundamentos do mercado estavam favoráveis no final do ano passado e em razão da ausência de acréscimos à capacidade produtiva prevista para este ano e o próximo.

“O preço médio da celulose de eucalipto branqueada (BEKP) para a China aumentaram 65% em outubro de 2018, para uma máxima de US$ 823 por tonelada, ante US$ 500 por tonelada em julho de 2016, visto que a demanda chinesa estava em trajetória de alta há anos e só havia previsão de mais capacidade produtiva em 2021”, disse a Fitch, acrescentando, porém, que em agosto deste ano o preço da BEKP estava em US$ 500 por tonelada, em média.