Bolsa fecha no negativo, com ajuste, em dia de pregão curto; dólar sobe

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São Paulo – Em dia de pregão mais curto por conta da Quarta-feira de Cinzas, a Bolsa fechou no negativo se ajustando à queda da sessão da véspera nos Estados Unidos com os dados de inflação ao consumidor de janeiro acima do esperado-subiu 0,3% contra previsão de 0,2%- e a perspectiva de que o ciclo de corte de juros por lá seja postergado para junho. As ações de consumo, sensíveis a juros, caíram e poucos papéis subiram.

Com o vencimento de opções sobre o Indice, o volume financeiro disparou em um dia fraco.

O destaque negativo ficou para Rede DOr (RDOR3), com queda de 5,21%, seguido de Eneva (ENEV3) com baixa de 3,81%. As ações da MRV (MRVE3) caíram 2,09% e as de Magazine Luiza (MGLU3) perderam 2,88%.

O principal índice da B3 caiu 0,78%, aos 127.018,29 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em fevereiro recuou 0,94%, aos 126.845 pontos. O giro financeiro foi de R$ 40,8 bilhões. Em Nova York, as bolsas fecharam em alta.

Um analista de um grande banco disse a Bolsa tem um dia mais negativo com os investidores preocupados com os juros lá fora e o impacto na Selic.

“As ações de consumo puxam o índice para baixo e quanto mais o início do corte das taxas nos Estados Unidos é postergado, prejudica a Selic terminal e as ações sensíveis a juros sofrem liquidez reduzida”.

Carlos André Marinho Vieira, analista-chefe do TC, disse que com o feriado aqui e o mercado nos Estados Unidos funcionando normalmente, na sessão de hoje “o Ibovespa absorveu parte dessa queda no período em que a bolsa esteve fechada por conta da inflação americana mais forte. Isso pode elevar as expectativas de juros para o futuro e drena um pouco de recursos na bolsa de países emergentes, como visto aqui. Poucas empresas estão subindo e as empresas sensíveis a juros estão caindo, as small caps. É por meio delas ou de empresas mais endividadas, como Rede DOr, que saem os recursos quando os juros aumentam. A temporada de resultados está engrenando e devemos ter surpresas, o que direcionar o aumento e a queda de cotação [das ações] no curto prazo”.

Ricardo Leite, head de renda variável da Diagrama Investimentos, disse que na volta do feriado de carnaval, a Bolsa tem viés negativo “em movimento de ajuste com o impacto do CPI [divulgado ontem] e fizeram com que as apostas para o início de corte de juros nos Estados Unidos passassem para junho; o volume [financeiro] será abaixo do normal devido ao horário reduzido do pregão de hoje”.

O dólar comercial fechou em alta de 0,22%, cotado a R$ 4,9716. A moeda refletiu, ao longo da sessão, as incertezas sobre os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

O analista da Top Gain Leonardo Santana, entende que “o CPI foi decepcionante, achávamos que a inflação estava mais controlada nos Estados Unidos”, mas não acredita que o dólar tenha força para subir com intensidade nesta quarta.

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), divulgado ontem, que teve alta de 0,3% em janeiro ante projeções de +0,2%,

Santana, contudo, entende que o índice de preços para os gastos pessoais (PCE), que será divulgado na semana do dia 26, pode ser decisivo para que os cortes dos juros estadunidenses comecem em junho, e não em maio como ainda aposta o mercado.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecham em alta, pressionadas pelos dados de inflação de serviços divulgados na última sexta. As taxas também são impactadas pelo índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos, divulgado durante o feriado brasileiro, que subiu 0,3%, ante expectativa de alta 0,2%, adiando ainda mais as perspectivas de início de ciclo de cortes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

Por volta das 16h40 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 10,030% de 10,035% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2026 projetava taxa de 9,835% de 9,785%, o DI para janeiro de 2027 ia a 10,005%, de 9,913%, e o DI para janeiro de 2028 com taxa de 10,225% de 10,270% na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar comercial operava em alta, cotado a R$ 4,9681 para a venda.

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em alta, enquanto Wall Street recuperava parte das acentuadas perdas sofridas na sessão anterior.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices futuros de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +0,40%, 38.424,27 pontos
Nasdaq 100: +1,30%, 15.859,1 pontos
S&P 500: +0,95%, 5.000,62 pontos

Com Paulo Holland, Camila Brunelli e Darlan de Azevedo / Agência CMA

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