Por: Olívia Bulla
Em relação à evolução da atividade doméstica, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central concluiu que os dados divulgados desde a reunião anterior, em julho, sugerem uma retomada do processo de recuperação da economia brasileira. No encontro deste mês, os membros do Comitê estimaram que o Produto Interno Bruto (PIB) deve apresentar ligeiro crescimento no terceiro trimestre deste ano.
Nos trimestres seguintes, a expectativa é de que haja “alguma aceleração”. Para o Copom, esse impulso deve ser reforçado pelos estímulos decorrentes da liberação de recursos do FGTS e PIS-PASEP, “com impacto, em especial, no último trimestre de 2019”. O cenário básico do Copom prevê um crescimento gradual da economia, excluindo os efeitos de estímulos temporários.
Os integrantes do Copom debaterem também fatores que poderiam influenciar a atividade econômica e enfatizaram a importância da continuidade do processo de reformas e ajustes que gerem sustentabilidade da trajetória fiscal futura. “Ao reduzirem incertezas fundamentais sobre a economia brasileira, essas reformas tende a estimular o investimento privado”, observa o Comitê do BC.
No que se refere à inflação, os integrantes do Comitê avaliam que as diversas medidas de índices de preços encontram-se em “níveis confortáveis”, sendo que a inflação acumulada em 12 meses deve recuar em breve, retornando para níveis próximos ao observado até agosto.
“Essa trajetória de curto prazo reflete, dentre outros fatores, comportamento benigno de alguns componentes mais voláteis da inflação e dinâmica da inflação importada, cujos vetores altistas têm sido moderados pela trajetória de preços externos”, observa o Copom. Com isso, o BC avalia que os cenários com taxas de juros constantes em 6,00% produzem inflação abaixo da meta para 2020.
Já no que tange à conjuntura internacional, o Copom avalia o cenário como “relativamente favorável” para as economias emergentes. Por um lado, bancos centrais de diversas economias têm provido estímulos monetários adicionais, o que contribui para afrouxamento das condições financeiras globais.
Por outro lado, os integrantes do Copom avaliam que os riscos associados à desaceleração da economia global permanecem e que incertezas sobre políticas econômicas e de natureza geopolítica – notadamente as disputas comerciais – podem contribuir para um crescimento global ainda menor.