Bolsa fecha estável à espera da ata do Copom e dados de inflação; dólar recua

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São Paulo – A Bolsa fechou estável e liquidez reduzida em um dia parado e com falta de catalisador para dar direção ao Índice. O destaque ficou para a Petrobras (PETR3 e PETR4) e empresas ligadas ao petróleo influenciadas pela alta da commodity no mercado internacional. O mercado fica na expectativa para os dados de inflação de março e para a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que serão divulgados amanhã (26).

A 3RPetroleum (RRRP3) liderou os ganhos do Ibovespa em 3,47%. A Petrobras (PETR 3 e PETR4) subiu 1,24% e 1,52%. Petrorio (PRIO3) e PetroRecôncavo (RECV3) avançaram 2,09% e 2,86%, respectivamente.

Em relação à Petrorio, além do petróleo, em fator relevante a empresa confirmou a aprovação da terceira emissão de debêntures simples, no valor de R$ 1,3 bilhão.

Na ponta negativa, os papéis da Braskem (BRKM5) e CCR (CCRO3) caíram 4,54% e 3,20%. Em relação à Braskem, o movimento é de realização, após recente rali de mais de 30% por conta das notícias sobre o processo de aquisição da empresa.

A CCR (CCRO3) recua refletindo o rebaixamento de compra para neutro pelo UBS, com preço- alvo de R$ 16. O Grupo Casas Bahia (BHIA3) registrou queda de 2,94%; a empresa enfrenta situação complicada com endividamento e sem capacidade de entregar resultados trimestrais positivos. Vale (VALE3) caiu 0,21%

O principal índice da B3 caiu 0,07%, aos 126.931,47 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em abril subiu 0,03%, aos 127.690 pontos. O giro financeiro foi de R$ 16,4 bilhões. Em Nova York, as bolsas fecharam em queda.

Leandro Petrokas, diretor de research e sócio da Quantzed, disse que a Bolsa tem um dia morno e com volume abaixo da média.

“Com a falta de novidades e gatilhos, o mercado fica cauteloso à espera dos dados econômicos da semana e ainda repercute as decisões dos Bancos Centrais sobre os juros na semana passada. Para a semana, o investidor deve ficar de olho no IPCA-15 e ata do COPOM, que saem amanhã (26) e dados fiscais do Brasil na quarta-feira (27)”.

Marcelo Boragini, sócio e especialista em renda variável da Davos Investimentos, disse que Bolsa opera lateralizada e “a Petrobras segura o Indice. A grande expectativa fica para sexta-feira, que apesar de ser feriado em grande parte do muito, será divulgado o PCE -dado que o Fed mais acompanha para a tomada de decisão da política monetária-“.

Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, disse que a Bolsa está mais de lado “muito por conta porque nas semanas anteriores saíram bastante indicadores e a decisão de política monetária americana na quarta-feira passada (20). Essa é um pouco mais fraca por lá, encerramento de mês com a confirmação dos PMIs, inflação PCE. Por aqui, o mercado ainda tem aquela sensação de que o BC passou uma versão mais rígida [na decisão da semana passada,20] em termos do que ele vai fazer sobre política monetária, isso tira o investimento em ações para renda fixa”.

Mais cedo, Ubirajara Silva, gestor de renda variável independente, disse que a semana é mais curta por conta do feriado de Páscoa, mas o mercado fica atento aos dados importantes que serão divulgados ao longo da semana.

“Teremos a ata do Copom e alguns pontos precisam ser esclarecidos, principalmente em relação ao fiscal. Tem divulgação de inflação aqui e lá fora vários dirigentes do Fed vão falar. O minério de ferro sobe e segue a correção da semana passada, o que deve ajudar as mineradoras na Bolsa que vêm sofrendo nas últimas semana. Vale destacar a defasagem da gasolina e do diesel em relação aos preços internacionais e a volatilidade em cima de Petrobras deve continuar”.

O dólar fechou em queda de 0,48%, cotado a R$ 4,9739. A moeda operou alinhada, durante a primeira sessão, em linha com o movimento global e esboçou certa correção.

Segundo o head de tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, “é cedo falar em correção. O dólar perde para as moedas emergentes e desenvolvidas. A alta das commodities também beneficia o real”.

Para a economista do Ouribank Cristiane Quartaroli, “parece ser mais uma correção do dólar. Ainda temos um ambiente de bastante aversão ao risco. Existe cautela com a ata da divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e do IPCA-15, além do índice de preços para os gastos pessoais (PCE), que será divulgado na sexta”.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) continuam em queda nesta segunda-feira de semana mais curta, devido ao feriado na sexta.

O DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 9,890%, de 9,915% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2026 projetava taxa de 9,815% de 9,825%, o DI para janeiro de 2027 ia a 10,055%, de 10,090%, e o DI para janeiro de 2028 com taxa de 10,350% de 10,375% na mesma comparação.

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em campo negativo, dando uma pausa no rali recente enquanto se encerra a última semana do primeiro trimestre do ano.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +0,20%, 38.790,43 pontos
Nasdaq 100: +0,82%, 16.103,4 pontos
S&P 500: +0,63%, 5.149,42 pontos

Com Paulo Holland, Camila Brunelli e Darlan de Azevedo / Agência CMA