Casas Bahia tem prejuízo de R$ 1 bilhão no 4° trimestre de 2023

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São Paulo, SP – O Grupo Casas Bahia divulgou na noite de ontem (25) o balanço do quarto trimestre de 2023, com prejuízo contábil de R$ 1 bilhão, bem acima do prejuízo de R$ 163
milhões registrado no mesmo período de 2022. Em 2023, o prejuízo contábil foi R$ 2,625 bilhões, superior ao prejuízo de R$ 342 milhões registrado em 2022.

“Apesar de um prejuízo líquido de R$ 1 bilhão, o lucro caixa foi positivo em 610 milhões (dado que muitos impactos no DRE não tiveram efeito caixa). O efeito positivo da redução de estoques de R$ 544 milhões, resultado da menor compra e maior qualidade dos estoques, foi parcialmente compensada pelo efeito negativo da conta de fornecedores de 110 milhões. Fechamos com 76 dias de estoques e 112 dias de fornecedores. Na linha
de Perdas, tivemos pequena variação de +7% vs. 4T22, já nas Demandas Judiciais houve melhora de 14% no mesmo período. Tributos, R$ 682 milhões, foi outro destaque positivo dado o nível de monetização no período. Com isso, finalizamos o 4T23 com fluxo de caixa livre de 721 milhões, suficiente para pagamento dos juros de R$ 625 milhões. Portanto, foi fundamental a execução do Plano de Transformação para a melhora da performance de Caixa da Companhia. Em relação ao 4T22, tivemos uma melhor performance em função da gestão do capital de giro, impostos e investimentos, lembrando que no 4T22 houve a entrada de R$ 1,75 bilhão no Caixa dada a renovação da parceria com a Bradescard”, explicou a companhia

O EBITDA ajustado atingiu R$ 163 milhões no 4T23, queda de 74,1% em relação ao mesmo período do ano anterior e margem de 2,2%, menor em 4,9p.p. vs. 4T22, reflexo principalmente dos fatores não recorrentes que impactaram a redução de vendas e redução de margem bruta, explicadas anteriormente. Sequencialmente, em relação ao 3T23, houve ganho de 3,2p.p na margem EBITDA ajustado. Diante dos mesmos fatores, em 2023, o EBITDA ajustado atingiu R$ 1,2 bilhão e margem de 4,3%, menor em 3,4p.p. vs. 2022.

A receita líquida contábil chegou a R$ 7,414 bilhões, queda de 16,2% na comparação ao mesmo período do ano anterior. Em 2023, a receita líquida contábil foi de R$ 28,847 bilhões, 6,6% menor que a receita líquida de 2022.

No 4T23, a receita bruta consolidada registrou redução de (15,5%) frente ao 4T22, para R$ 8,8 bilhões, e foi menor em (5,5%) em 2023. Se excluirmos a receita adicional de R$ 350 milhões do acordo com a Bradescard no 4T22, a variação seria de (12,6%) no trimestre. A variação é explicada tanto pela redução na receita das lojas físicas, como redução na
receita das vendas online, apesar do crescimento da receita de marketplace.

No 4T23, o resultado financeiro líquido foi de R$ (734) milhões, 2,7p.p. maior como percentual da Receita Líquida (9,9%). Em 2023, o resultado financeiro líquido foi de R$ (3,0) bilhões, 3,2p.p. maior como percentual da Receita Líquida (10,5%).

O GMV total em relação ao 4T23 apresentou redução de (12,0%) e ficou praticamente estável (3,7%) em 2023. O GMV das lojas físicas foi menor em (7,3%) no período do 4T23 e mostrou crescimento de +0,7% em 2023. Por outro lado, o GMV Online 1P apresentou redução de (22,5%) no período e de (15,0%) em 2023. Já o GMV omnicanal do 3P foi menor em (5,8%) vs. 4T22 e mostrou crescimento de 8,9% em 2023.

O GMV bruto de lojas físicas foi de R$ 6,3 bilhões e a receita bruta foi de R$ 5,7 bi, redução
de 12,4%. Excluindo a parceria da Bradescard ocorrida no 4T22, a redução seria de 7,4% no 4T23. Apesar da alta base de comparação por conta da Copa do Mundo no ano anterior, a performance das lojas reflete um cenário mais restritivo de demanda, menor disponibilidade de crédito para o consumidor e fechamento de lojas. O desempenho no conceito mesmas lojas (GMV) foi de (5,8%) no 4T23 e +0,7% em 2023.

Foram fechadas 17 lojas no trimestre, 10 da bandeira Casas Bahia e 7 do Ponto, totalizando 1.078 lojas ao final do período. Em 2023, foram fechadas 55 lojas físicas e houve readequações de área de vendas nas lojas remanescentes. No período, houve também readequação de metragem nos CDs, para melhor eficiência e produtividade. A companhia disse que mantém a execução de seu Plano de Transformação que prevê mais fechamentos de lojas, baseado em retorno e margem de contribuição ao negócio.

O GMV 1P online apresentou redução de (22,5%) atingindo R$ 3,1 bilhões em comparação com 4T22, fruto: (i) do menor investimento no canal B2B e outras mídias (priorizamos parcerias mais rentáveis, focando em resultado), (ii) da queda do mercado e (iii) cenário mais restritivo para compras online. Mesmo diante desse contexto, em 2023 fortalecemos nossa presença nas categorias core, em linha com o posicionamento estratégico declarado.

O GMV omnicanal 3P apresentou redução de (5,8%) no 4T23 para R$ 1,6 bilhão, mas com ganhos de receita +5,1% para R$ 193 milhões. Em 2023, o crescimento do GMV foi de 8,9% com a receita crescendo 18,0%, fruto da busca por maior rentabilidade e melhor experiência para os clientes e sellers através do maior número de serviços oferecidos em nossas plataformas, como logística e crédito. Terminamos o trimestre com take rate de 12,1%, +1,2p.p vs. 4T22 e take rate de 12,2% em 2023, +0,9p.p vs. 2022

A dívida bruta foi de R$ 4 bilhões (não incluindo o passivo de CDCI e fornecedor convênio). Para fins de Covenants e entendimento de estrutura de capital, este passivo possui um ativo correspondente, o contas a receber de CDCI.

A Companhia apresentou dívida líquida ajustada de R$ (0,4) bilhão e patrimônio líquido de R$ 3,5 bilhões, com índices de alavancagem em patamares inferiores aos covenants financeiros. No 4T23, o caixa incluindo recebíveis não descontados totalizou R$ 3,6 bilhões. O indicador de alavancagem financeira, medido pelo caixa líquido/EBITDA ajustado dos últimos 12 meses ficou em (0,3x). Considerando o saldo de fornecedor convênio e o saldo de CDCI, o mesmo indicador ficou em (1,8x).

No 1T24, houve anúncio alongamento do perfil da dívida no valor de R$ 1,5 bilhão, com 3 anos (36 meses) ao custo de CDI + 4% a.a. e carência de 18 meses, reforçando a confiança na Companhia e no Plano de Transformação apresentado.

No 4T23 a carteira do crediário recuou (4%) a/a e atingiu R$ 5,3 bilhões. O crediário é um serviço rentável no canal físico e online (1P e 3P) e de oportunidade de compras para a
população que não tem acesso a crédito ou possui pouco limite em cartões. Nas lojas, a
penetração foi de 22,3%. No 1P online a participação do crediário digital foi de 5,6%, enquanto no 3P foi de 5,0% das vendas e está disponível para +2,6 milhões de SKUs (maior produção de crediário no 3P desde o início). Adicionalmente, por meio da capilaridade do crediário digital, já realizamos vendas em +4.400 municípios sem presença de nossas lojas físicas, reforçando que o crediário nos canais digitais é uma alavanca de crescimento rentável baseada em uma fortaleza do Grupo. Adicionalmente, 20% dos recebimentos do carnê são pagos pelo app do banQi.