Por Danielle Fonseca
São Paulo – A criação de uma joint venture na área de banco de investimentos entre o Banco do Brasil e o banco suíço UBS é avaliada como positiva para a estatal por analistas, porém, as ações recuam
hoje, já que a parceria já era prevista e o mercado aguarda mais detalhes de como será a operação.
Segundo o Banco do Brasil, a parceria visa a combinação da BB Investimentos com a divisão brasileira do UBS, para atuação e na Argentina, Chile e Paraguai, além do Brasil. Caso a parceria se concretize, o UBS será o acionista majoritário do banco de investimentos, com 50,01% de participação.
“A notícia da parceria com o banco UBS é positiva para o Banco do
Brasil, mas esperamos impacto neutro no preço das ações (BBAS3) no curto prazo”, disseram os especialistas em ações da Levante Investimentos, Felipe Bevilacqua e Eduardo Guimarães, em relatório.
Para os especialistas, a parceria deverá melhorar a percepção de risco
dos investidores, sobretudo estrangeiros, sobre o Banco do Brasil. A previsão é de uma melhora da rentabilidade, medida pelo retorno sobre o patrimônio líquido (ROE), aliada à melhora na classificação de risco (rating), que deverá ser positiva para o desempenho das ações no longo prazo.
O analista da Guide Investimentos, Luis Gustavo Pereira, também vê a
parceria como positiva e estratégica, já que cria uma plataforma de banco de investimento de cobertura global. “Essa joint venture ainda tem flexibilidade para contratar profissionais sem o modelo de concurso, e pagar remunerações mais compatíveis com o segmento de banco de investimento no mercado. Vemos valor a ser destravado”, disse, em relatório. Pereira ainda destaca que o UBS detém vasta experiência internacional, e nacional, do segmento.
Já o analista da Mirae Asset Corretora, Pedro Galdi, apesar de ver com bons olhos a notícia, destaca que “faltam informações importantes sobre o
acordo, como detalhes financeiros ou prazos previstos para início da operação conjunta após a aprovação do acordo por autoridades regulatórias.”
Às 15h18 (horário de Brasília), as ações do Banco do Brasil (BBAS3) caíam 2,87%, a R$ 45,91, e eram a terceira mais negociadas da B3, com volume de R$ 378,9 milhões.