São Paulo – A Bolsa fechou em alta em um pregão de recuperação com o mercado se apoiando na notícia que a Petrobras (PETR3 e PETR4) vai pagar os dividendos extraordinários aos seus acionistas referentes ao balanço do ano passado no valor de quase R$ 44 bilhões e as ações subiram.
Somado a isso, o avanço da Vale (VALE3) e a melhora no ambiente externo envolvendo Israel e Irã favoreceram o índice. Na semana, o Ibovespa fechou em queda de 0,65% pela segunda semana seguida.
As ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) subiram 4,06% e 1,70%. Vale (VALE3) avançou 1,63%.
Segundo Anderson Silva, head de renda variável e sócio da GT Capital, a alta de Petz (ON, +37,14%) é justificada pelo anúncio da assinatura de um memorando para uma possível fusão com a Cobasi. A empresa não vinha apresentando bons resultados e mantinha movimento baixista desde seu IPO. Já a CVC (ON, +6,66%) e Rede DOr (ON, +4,84%), que se beneficiaram por um alívio das curvas de juros futuros no dia de hoje.
O principal índice da B3 subiu 0,74%, aos 125.124,30 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em junho avançou 0,65%, aos 126.680 pontos. O giro financeiro foi de R$ 29,1 bilhões Em Nova York, as bolsas fecharam mistas.
Thiago Pedroso, responsável pela área de renda variável da Criteria, disse que a Bolsa se recupera na sessão de hoje em cima de maior tranquilidade externa e com Petrobras.
“A recuperação do mercado reflete a melhora das condições geopolítica [no Oriente Médio]. Em meio a isso, o petróleo chegou a ceder, mas está de lado e isso é positivo para inflação. O Ibovespa tem um respiro do ponto de vista técnico, mas também conta com a ajuda da Petrobras. Circularam boatos [hoje] que ela [a Petrobras] deve anunciar o pagamento de dividendos extraordinários. Como o primeiro trimestre foi muito forte de geração de caixa e o mercado acredita que deve seguir nessa toada, esse dinheiro não precisa ficar parado e 100% dos dividendos extraordinários podem ser distribuídos”.
Pedroso disse que semana que vem o mercado vai ficar focado na primeira prévia do PIB americano e do PCE. Os dois dados podem mexer muito com o humor, principalmente inflação PCE por conta dos juros.
Ricardo Leite, head de renda variável da Diagrama Investimentos, disse que a Petrobras é responsável pela alta do Ibovespa na sessão de hoje com a chance do pagamento de dividendos extraordinários.
“A Bolsa está animada com as ações da Petrobras ajudando o índice a subir em meio a volatilidade dos preços do petróleo por causa do conflito Israel-Irã, e o anúncio do pagamento dos dividendos que deve chegar a 100%. O Lauro Jardim [jornalista do jornal o Globo deu a notícia no seu blog [sobre a remuneração aos acionistas] e parece que o voto final vai ficar para o governo decidir, mas pelo que mostram as conversas deve ter o pagamento de 100% dos dividendos extras pela necessidade de fonte de receita que o governo precisa”.
Leite disse que a Vale está seguindo o minério de ferro, que recuou na Ásia, e com isso contribui para manter que o papel estável. O destaque positivo fica para as ações da Petz, que sobem quase 40% após a notícia de fusão com a Cobasi.
Um gestor de investimentos de uma corretora disse que a Petrobras impulsiona o índice e entre as Small Caps o destaque fica para Petz com a fusão com a Cobasi.
“Petrobras está firme. Acredito que na reunião do Conselho [de administração da Petrobras], hoje à tarde, deva sair alguma sinalização sobre o pagamento dos dividendos extraordinários, no mínimo devem pagar 50%, apesar de dizerem que a questão não está na pauta. As small caps sobem refletindo a fusão da Petz com Cobasi e deve ter troca de ações”.
O dólar comercial fechou em queda de 0,97%, cotado a R$ 5,1993 em um movimento de correção, após as altas recentes, e com a notícia de se concretizar o pagamento de 100% dos dividendos aos acionistas da Petrobras. Na semana, a moeda estrangeira subiu 1,53%.
Bruno Komura, analista da Potenza Capital, “a possibilidade de distribuição de 100% dos dividendos da Petrobras também ajuda o fiscal. Também existe um pouco de correção”.
As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros fecham em firme queda, corrigindo a alta dos últimos dias em que as taxas estressaram por conta de uma previsão de Selic Terminal acima dos 9%. Os treasuries (Títulos do Tesouro norte-americano) as taxas caem em movimento de risk-off, ou seja, os investidores estão mais avessos ao risco.
Por volta das 16h40 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 10,360%, de 10,420% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2026 projetava taxa de 10,555 de 10,675%, o DI para janeiro de 2027 ia a 10,820%, de 10,835%, e o DI para janeiro de 2028 com taxa de 11,070% de 11,175% na mesma comparação.
Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em campo misto, à medida que as esperanças diminuíram para um próximo corte nas taxas de juros e a incerteza geopolítica intensificou uma venda em massa das gigantes de tecnologia.
Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:
Dow Jones: +0,56%, 37.986,40 pontos
Nasdaq 100: -2,05%, 15.282,01 pontos
S&P 500: -0,88%, 4.967,23 pontos
Com Camila Brunelli e Darlan de Azevedo / Agência Safras News