Bolsa fecha em alta e dólar recua sob efeito do banco central norte-americano

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São Paulo -A Bolsa fechou em alta na primeira sessão de maio após o feriado, conseguiu se manter na região dos 127 mil pontos em razão do discurso mais brando do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, na véspera.

A autoridade monetária trouxe um alívio para o mercado ao afirmar que a elevação dos juros é “improvável”. As ações das empresas ligadas à economia doméstica foram destaque positivo e as blue chips-Vale e Itaú- subiram.

A CVC (CVCB3) liderou a alta em 12,46%. Pão de Açúcar (PCAR3) avançou 8,53% e Magazine Luiza (MGLU3) registrou ganho de 7,35%. O Indice Small Caps disparou 1,69%.

O principal índice da B3 subiu 0,95%, aos 127.122,25 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em junho avançou 0,87%, aos 128.425 pontos. O giro financeiro foi de R$ 24 bilhões. Em Nova York, as bolsas fecharam no positivo.

Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos, disse que a volta do feriado “refletiu uma melhora no apetite ao risco dos investidores diante da combinação de um discurso mais leve do Fed e da melhora da perspectiva da nota de crédito do Brasil pela Moody’s. A alta foi bastante generalizada das ações do Ibovespa, impulsionado pela valorização das blue chips, como Vale, Petrobras e bancos, com exceção para o Bradesco”.

Nishimura afirmou que “melhora no cenário se refletiu na queda dos juros futuros e do dólar, aliado às revisões para cima nas perspectivas de crescimento do PIB brasileiro ajudaram para a valorização de ações de varejo”.

Anderson Silva, head de renda variável e sócio da GT Capital, disse que “com a manutenção dos juros pelos Estados e uma temporada de balanços ganhando força- com resultados pouco abaixo do esperado, alguns dentro das expectativas ou outros até acima, vemos a bolsa visitando novamente a casa dos 127 mil pontos. O maior controle da nossa inflação também ajuda as curvas futuras de juros”.

Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research, disse que o humor melhor do mercado hoje reflete as declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, ontem.

“O discurso veio mais duro que os anteriores, mas menos que o mercado esperava. A palavra improvável usada por ele para se referir à alta de juros caiu bem. Outro ponto é que ele começou a se preocupar com o mercado de trabalho. Anteriormente dizia que estava se equilibrando e agora equilibrou. Vemos [mercado de trabalho] arrefecendo. Os dados do Jotls [divulgados na véspera] mostraram queda nas vagas abertas em março de US$ 8,813 milhões para US$ 8,488 milhões em fevereiro. O Fed está vendo oportunidade para cortar juros em setembro. O Small Caps [Indice Small Caps], que está correlacionado com juros sobe bastante”.

Larissa disse que ainda o mercado brasileiro vai continuar dependemos do cenário externo no dia a dia para tomar direção.

A analista da Empiricus Research também comentou que o mercado fica de olho nos balanços e que tem perspectiva boa para os resultados no 1T24, à exceção fica para as commodities metálicas.

“Temos Copom semana que vem com previsão de corte de 0,25 ponto porcentual (pp). Mas nas próximas duas semanas o mercado pode voltar a olhar para o micro. Hoje tivemos o Bradesco, que superou a estimativa do mercado, mas queda do spread, por exemplo. Para o Itaú temos perspectiva positiva”.

Ubirajara Silva, gestor de renda variável independente, disse que a Bolsa sobre refletindo o tom menos forte do Fed ontem em que por aqui o mercado estava fechado.

“O Fed manteve a sinalização de reuniões anteriores, mas foi menos duro que o mercado esperava. A perspectiva do mercado era que os juros começassem a cair em novembro, mas com a declaração de ontem do Powell [Jerome Powell, presidente do Fed], essa expectativa veio pra setembro. O mercado também gostou é que eles [dos dirigentes do Fed] vão analisar a cada reunião a situação atual e isso acaba trazendo mais ênfase para os dados econômicos. O payroll de amanhã (3) ganha uma relevância muito grande, um enfraquecimento do mercado de trabalho pode ajudar no corte de juros. Hoje tem rali mais intensificado, depois que na terça mantiveram [os investidores] cautela e o mercado comprou dólar, tomou juros e vendeu bolsa”.

Em relação aos balanços, o Bradesco teve um resultado mais fraco que o mercado esperava-ROE muito baixo. Após o resultado do Bradesco e Santander, o mercado pode prever desempenho de Itaú [6], que sobe hoje 0,82%.

O dólar comercial fechou em queda de 1,52%, cotado a R$ 5,1126 em dia de otimismo global com as declarações de ontem do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell.

Ele afirmou que não há probabilidade de alta de juros e o mercado fica na expectativa de pelo menos um corte esse ano. A perspectiva de elevação da nota de crédito do Brasil pela agência de classificação de risco Moody’s contribuiu para o bom humor na sessão de hoje.

Para o sócio da Pronto! Invest Vanei Nagem, o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, não foi duro, dando a esperança de que ao menos um corte irá ocorrer neste ano: “O clima é de otimismo”.

Nagem também observou que a decisão da Moody’s também contribui para o bom desempenho da moeda brasileira na primeira sessão de maio: “Este ‘positivo’ significa que a agência está avaliando a subida do rating, e isso animou os mercados hoje”.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecham em firme queda, repercutindo a manutenção da taxa de juros dos Estados Unidos no intervalo de 5,25%-5,50%, conforme esperado. Por aqui, a agência de classificação de riscos Moody’s revisou para cima a perspectiva da nota de crédito do Brasil: apesar de manter o nível (rating) como Ba2, mudou a perspectiva da avaliação de “estável” para “positiva”, sinalizando que pode elevar esse rating no futuro.

Por volta das 16h35 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 10,205%, de 10,440% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2026 projetava taxa de 10,445% de 10,395%, o DI para janeiro de 2027 ia a 10,775%, de 10,765%, e o DI para janeiro de 2028 com taxa de 11,080 de 11,085% na mesma comparação.

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em campo positivo, em uma calmaria após a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), com os investidores deixando de lado as preocupações com os juros por enquanto para se concentrarem nos resultados da Apple e no payroll de amanhã.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +0,85%, 38.225,66 pontos
Nasdaq 100: +1,51%, 15.840,96 pontos
S&P 500: +0,91%, 5.064,20 pontos

 

Com Paulo Holland, e Camila Brunelli e Darlan de Azevedo / Agência Safras News