RADAR DO DIA: Copom inicia reunião; Juros nos EUA; Calamidade no RS

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São Paulo, SP- Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em
alta. O mercado continua em compasso de espera para a decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), que baterá o martelo sobre a taxa Selic amanhã (8). Analistas acreditam que o ritmo de cortes de 0,50 ponto percentual nos juros pode ser interrompido, e que há a possibilidade da Selic recuar apenas 0,25 ponto percentual.

A justificativa para o possível recuo no corte da Selic é o cenário menos favorável nos Estados Unidos, e com a manutenção da meta fiscal de 2024 e 2025 no Brasil, anunciada pelo governo no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2025 (PLN 3/24), na mês passado. Até o ano passado, o governo dizia que a meta de 2025 seria de um superávit nas contas de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Agora, a ideia é equilibrar receitas e despesas, zerar o déficit nos dois anos. A mudança foi justificada pelos técnicos pela frustração na aprovação de algumas medidas para conter perdas de receitas.

Nos Estado Unidos, com a semana esvaziada de indicadores importantes, os investidores ficam de olho em falas de membros do Comitê Federal de Política Monetária (Fomc, na sigla em inglês), do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano). Hoje será a vez do presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari. Na última reunião do Fed, a taxa de juros foi mantida, e o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que a política atual é suficientemente restritiva para trazer a inflação para a meta de 2%, e que é improvável que a próxima movimentação da taxa de juros seja um aumento.

Em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu, na tarde de ontem (6), no Palácio do Planalto, com os chefes dos demais Poderes da República e anunciou o envio de um projeto de decreto legislativo (PDL) para que o Congresso Nacional reconheça o estado de calamidade pública no Rio Grande do Sul. Com isso, os limites e prazos previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) poderão ser suspensos, facilitando e acelerando o repasse de recursos federais para o estado afetado por enchentes, na maior crise climática de sua história.

A medida precisa ser aprovada tanto na Câmara quanto no Senado e, na prática, aciona o artigo 65 da Lei de Responsabilidade Fiscal, que autoriza a União a não computar despesas extraordinárias e renúncias tributárias para fins de cumprimento de meta fiscal. Também permite ao Rio Grande do Sul e a seus municípios ampliar operações de crédito e o recebimento de transferências voluntárias.

O governo federal decidiu antecipar a liberação de R$ 580 milhões em emendas parlamentares individuais que destinam recursos para 448 cidades do Rio Grande do Sul, estado que vive a pior tragédia climática desde a semana passada. Do total, R$ 538 milhões devem ser destinados a ações na saúde pública. As informações são da Agência Câmara.

O governo estuda liberar, em breve, outros R$ 448 milhões por meio das emendas especiais. Conforme a Emenda Constitucional 105/2019 estabelece, a quantia pode ser repassada diretamente à unidade da federação beneficiada, no caso, o Rio Grande do Sul, mas ao menos 70% do montante transferido deve ser investido nas chamadas despesas de capital, ou seja, em despesas que contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de novos bens ou serviços a construção de uma unidade de saúde, por exemplo.

A temporada de balanço com os resultados do primeiro trimestre de 2024 ganha força nesta semana, com a divulgação de cerca de 40 empresas, entre elas, BB Seguridade, CCR, Itaú Unibanco, Vamos, Vivara, Carrefour Brasil, Embraer, Engie Brasil, Prio, RD Saúde (Raia Drogasil), Telefônica Brasil, TIM, Arezzo, 3R Petroleum, Ambev, Banco do Brasil, Braskem, Cogna, Copel, Dexco, Eletrobras, Energisa, Grupo Soma, Lojas Renner, Minerva, MRV, Oi, Pão de Açúcar, SLC Agrícola, Taesa, Totvs, Ultrapar, Vibra e Petroreconcavo.

No setor corporativo, a Rede D’Or divulgou o balanço do primeiro trimestre de 2024, com lucro líquido de R$ 840,3 milhões, alta de 176,6% em comparação ao mesmo período de 2023. Em relação ao último trimestre de 2023, a alta foi de 28,8%. O lucro líquido ajustado foi de R$ 892,9 milhões, alta de 138,8% em relação ao mesmo período do ano passado. O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado totalizou R$ 2,181 bilhões, alta de 35% em relação ao 1T23. Já a margem Ebitda ajustada foi de 17,6%, alta de 3,3 p.p. na comparação com o mesmo período de 2023.

A Embraer divulgou o balanço do primeiro trimestre de 2024, com prejuízo líquido ajustado de R$ 63,5 milhões, abaixo do prejuízo de R$ 460 milhões registrado no mesmo período do ano passado. O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 233 milhões, acima do Ebitda de R$ 53,9 milhões alcançado no mesmo período de 2023.

A operadora TIM reportou um lucro líquido reportado de R$ 519 milhões no primeiro trimestre de 2024, alta de 25,9% na comparação com o mesmo período de 2023. O lucro líquido normalizado, que engloba atualização monetária sobre crédito fiscal e contingências trabalhistas, fiscais e cíveis, subiu 19% na comparação anual e totalizou R$ 519
milhões no trimestre.

O lucro líquido da rede de joalherias Vivara caiu 7,2% no primeiro trimestre de 2024 em
comparação com o mesmo período de 2023, para R$ 35,8 milhões, e margem líquida de 8,1%. O resultado foi impactado pela menor receita financeira e aumento da depreciação, ainda que beneficiado pelo maior volume de imposto diferido, informou a companhia, em seu relatório trimestral.

O Itaú Unibanco registrou resultado recorrente de R$ 9,8 bilhões no primeiro trimestre de 2024, com alta de 15,8% em relação ao mesmo período do ano anterior e retorno recorrente sobre o patrimônio líquido médio anualizado (ROE) de 21,9%, 1,2 ponto percentual acima do registrado um ano antes. Entre os fatores que mais influenciaram os resultados estão o aumento da margem financeira com clientes, impulsionado pelo efeito positivo do crescimento da carteira de crédito e pela maior margem com passivos, e aumento das receitas de serviços e seguros.