Bolsa fecha em leve alta e dólar sobe antes da decisão do Copom

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São Paulo -A Bolsa fechou em alta em um pregão marcado por oscilação com a cautela dos investidores antes da decisão da taxa básica de juros do País (Selic) pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

A maioria do mercado aposta em um corte de 0,25 ponto porcentual (pp), mas a redução de 0,50 pp não está descartada por uma parte dos agentes financeiros. Os balanços também estiveram no radar dos agentes financeiros.

O destaque de hoje ficou para os papéis da BRF (BRFS3), que fechou em forte alta de 11,17% refletindo o balanço que agradou o mercado. A empresa lucrou R$ 594 milhões no 1T24, revertendo prejuízo de R$ 1,02 bilhão em igual período do ano passado. O ebitda cresceu 2,48%, a R$ 2,12 bilhões em termos anuais.

O principal índice da B3 subiu 0,20%, aos 129.480,89 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em junho registrou alta de 0,16%, aos 130.560 pontos. O giro financeiro foi de R$ 21 bilhões. Em Nova York, as bolsas mistas mistas.

Bruna Sene, analista da Nova Futura Investimentos, disse que em dia morno nos Estados Unidos, o mercado fica de olho no Copom e balanços.

“A grande expectativa é para a decisão da Selic, que vai ser dividida. O mercado precificou 0,25 ponto porcentual (pp), mas se vier 0,50pp não será surpresa. Dessa vez, a própria decisão [de juros] é importante [diferentemente de outras vezes que era mais o comunicado]. A tragédia no Rio Grande do Sul também deve ser tratada entre os integrantes do BC porque impacta na inflação. Outro ponto de atenção são os balanços, o grande destaque é a BRF com o mercado reagindo bem aos números, com destaque para o ebitda que superou as expectativas e a Marfrig sobe na esteira da BRF; entre os resultados negativos, Vivo teve um lucro líquido abaixo do esperado e Ambev, apesar de um desempenho melhor que a estimativa, o mercado reagiu mal”.

Lucca Ramos, sócio da One Investimentos, em dia sem dados relevantes e atenção fica para o Copom. e resultados do 1T24.

“O consenso do mercado é um corte [de juros] de 0,25 ponto porcentual (pp) [na reunião de hoje], mas um grupo acredita na redução de 0,50pp. Acho que temos de entender esse 0,50pp em razão dos juros nos Estados Unidos e incerteza fiscal aqui. O comunicado será importante, mas ainda o BC não deve mencionar a situação no Rio Grande do Sul [com as enchentes, o setor do agronegócio foi impactado, como as plantações de arroz e milho e isso vai refletir diretamente na inflação de alimentos] porque a maioria da ajuda [para o estado] vem do setor privado e não do governo. O mercado repercute o balanço da BRF e as ações disparam”.

O dólar comercial fechou em alta de 0,46%, cotado a R$ 5,0907. A moeda refletiu, ao longo da sessão, a espera pela decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a Selic (taxa básica de juros), que ocorre no início desta noite.

“Tudo indica que o corte será de 0,25 ponto percentual (p.p.). Por mais que os dados recentes dos Estados Unidos sejam animadores, o que aconteceu no Rio Grande do Sul pode gerar uma alta dos alimentos no próximo semestre, além do cenário de risco fiscal”, contextualiza o sócio da Ethimos Investimentos Lucas Brigato.

De acordo com a Ajax Asset, “lá fora, juros dos Treasury Bonds aumentam, o que favorece o dólar e desvaloriza as commodities. Por aqui, espera-se uma abertura mais fraca, em linha com o exterior, e as atenções se voltam para a decisão do Copom, que pode surpreender com votos dissidentes em torno de uma decisão mais cautelosa”.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam em alta com as atenções dos investidores voltadas para a decisão da taxa básica de juros (Selic), logo mais, após o fechamento do mercado. As apostas giram em torno de um corte de 0,25 ponto porcentual (p.p.) na Selic.

Por volta das 16h30 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 10,215%, de 10,205% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2026 projetava taxa de 10,460% de 10,440%, o DI para janeiro de 2027 ia a 10,790%, de 10,730%, e o DI para janeiro de 2028 com taxa de 11,080% de 11,020% na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar comercial operava em alta de 0,51%, cotado a R$ 5,0932 para a venda.

Os principais índices de ações do mercado dos Estados Unidos fecharam mistas, enquanto os investidores tentavam decifrar os sinais de corte de juros e avaliavam uma nova leva de balanços das empresas em busca de insights sobre a chance de um renascimento impulsionado pelo setor corporativo.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +0,44%, 39.056,39 pontos
Nasdaq 100: -0,18%, 16.302,76 pontos
S&P 500: -0,001%, 5.187,67 pontos

 

Com Paulo Holland e Darlan de Azevedo / Agência Safras News