RADAR DO DIA: Selic recua 0,25 p.p.; BoE mantém juros; Auxílio ao RS

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São Paulo, SP – Os índices futuros americanos abriram em queda e as bolsas europeias em instabilidade. O mercado ainda repercute a decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) de cortar 0,25 ponto percentual os juros, interrompendo uma sequência de seis cortes de 0,50 ponto percentual. Com isso, a Selic passou para 10,50% ao ano.

A decisão não foi unânime. Votaram por uma redução de 0,25 ponto percentual os seguintes membros do Comitê: Roberto de Oliveira Campos Neto (presidente), Carolina de Assis Barros, Diogo Abry Guillen, Otávio Ribeiro Damaso e Renato Dias de Brito Gomes. Votaram por uma redução de 0,50 ponto percentual os seguintes membros: Ailton de
Aquino Santos, Gabriel Muricca Galípolo, Paulo Picchetti e Rodrigo Alves Teixeira.

Segundo o comunicado, o Copom entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2025. O Comitê, unanimemente, avalia que o cenário global incerto e o cenário doméstico marcado por resiliência na atividade e expectativas desancoradas demandam maior cautela. Ressalta, ademais, que a política monetária deve se manter contracionista até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas.

A Nova Futura Investimentos destacou que o Copom pode terminar o ciclo de cortes de juros já na próxima reunião, se não ocorrer alguma melhora nas expectativas de IPCA. Além disso, a calamidade no Rio Grande do Sul, e seus prováveis efeitos altistas sobre a inflação local, pode levar o Copom a ser ainda mais defensivo à frente. Esperamos mais dois cortes de 0,25% em 2024 e mantivemos nossas projeções de Selic, em 10% em 2024 e 9,0% em 2025.

Amanhã será divulgado o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de abril. Em março, o índice registrou alta de 0,16% no mês, 0,67 ponto percentual (p.p) menor que em fevereiro, quando marcou 0,83%. No ano, a inflação acumulada está em 1,42%. Nos últimos 12 meses, os preços subiram 3,93%. Em março de 2023, o índice havia sido de 0,71%.

Na Europa, o Comitê de Política Monetária (MPC) do Banco de Inglaterra (BoE) decidiu, por uma maioria de 7 votos a 2, manter a taxa bancária em 5,25%. Dois membros preferiram uma redução de 0,25 pontos percentuais, fixando-a em 5%. A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) caiu para 3,2% em março, mas ainda está acima da meta de 2% do banco central. O MPC projeta que a inflação retornará à meta no curto prazo, mas aumentará para cerca de 2,5% no segundo semestre do ano devido a efeitos de base relacionados à energia.

Nos Estados Unidos, hoje saem os dados sobre os novos pedidos de seguro-desemprego. Na semana encerrada em 27 de abril, os pedidos chegaram a 208 mil, mantendo estabilidade em comparação à semana anterior. A média móvel de quatro semanas do número de pessoas que seguem recebendo seguro-desemprego caiu em 3.750 para 1.788.750 milhão.

Em Brasília, a Comissão Mista de Orçamento aprovou projeto (PLN 12/24) que altera o Orçamento de 2024 (Lei 14.822/24) para facilitar o remanejamento de emendas parlamentares para ações de proteção e defesa civil no Rio Grande do Sul. Os parlamentares alteraram o texto enviado pelo Executivo para incluir ações de saúde e assistência social.

O projeto autoriza a abertura de créditos suplementares para estas ações mesmo que não existam impedimentos técnicos para a execução da despesa originalmente programada. Para esse atendimento, os parlamentares também poderão fazer remanejamentos parciais de suas emendas. A flexibilização também vai atingir créditos para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Na manhã de hoje, às 10h30, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anuncia as medidas de socorro ao estado do Rio Grande do Sul, devastado pelas inundações. O evento será realizado no Palácio do Planalto.

A temporada de balanço com os resultados do primeiro trimestre de 2024 continua nesta quinta-feira, com os números da Allos, Alpargatas, B3, CVC, Cyrela, Fleury, Magazine Luiza, Petz, Rumo, Sabesp, Suzano e Localiza.

No setor corporativo, a Eletrobras divulgou o balanço do primeiro trimestre de 2024, com lucro líquido de R$ 331 milhões, queda de 19% em relação ao mesmo período do ano passado. O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 4,5 bilhões, queda de 19% na comparação anual. A receita líquido foi de R$ 8,7 bilhões, queda de 5% em relação ao primeiro trimestre de 2023.

A Copel divulgou o balanço do primeiro trimestre de 2024, com lucro líquido de R$ 635 milhões, queda de 16% em relação ao mesmo período do ano passado. O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 1,3 bilhão, queda de 6,3% na comparação anual. A receita líquido foi de R$ 5,4 bilhões, alta de 2,8% em relação ao primeiro trimestre de 2023.

O Banco do Brasil apresentou um lucro líquido ajustado de R$ 9,3 bilhões no primeiro trimestre de 2024, um crescimento de 8,8% na comparação com o mesmo período de 2023, o que representa um RSPL (retorno sobre patrimônio líquido) de 21,7%. O Indice de Capital Principal do BB encerrou o mês de março em 11,90%. A carteira de crédito ampliada, que inclui TVM (títulos e valores mobiliários) privados e garantias, registrou saldo de R$ 1,14 trilhão em março de 2024, crescimento de 10,2% na comparação em 12 meses.

O Grupo Casas Bahia divulgou o balanço do primeiro trimestre de 2024, com prejuízo líquido de R$ 261 milhões, queda de 12,2% em relação ao prejuízo registrado no mesmo período do ano passado. O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 387 milhões, queda de 42,6% na comparação anual. A receita líquido foi de R$ 6,3 bilhões, queda de 13,7% em relação ao primeiro trimestre de 2023.

A PetroRecoôncavo divulgou o balanço do primeiro trimestre de 2024, com lucro líquido de R$ 110 milhões, queda de 45% em relação ao mesmo período do ano passado. O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) foi de R$ 351 milhões, alta de 6% na comparação anual. A receita líquido foi de R$ 744 bilhões, alta de 4% em relação ao primeiro trimestre de 2023.

A Arezzo divulgou o balanço do primeiro trimestre de 2024, com lucro líquido de R$ 78 milhões, alta de 7,7% em relação ao mesmo período do ano passado. O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) recorrente foi de R$ 173 nilhões, alta de 5,5% na comparação anual. A receita líquido foi de R$ 1,072 bilhão, alta de 4,6% em relação ao primeiro trimestre de 2023.

A Energisa divulgou o balanço do primeiro trimestre de 2024, com lucro líquido de R$ 1,1 bilhão, alta de 123% em relação ao mesmo período do ano passado. O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) foi de R$ 2,5 bilhões, alta de 36% na comparação anual. A receita líquido foi de R$ 6,6 bilhões, alta de 23,5% em relação ao primeiro trimestre de 2023.

A OI, em recuperação judicial, divulgou o balanço do primeiro trimestre de 2024, com prejuízo líquido de R$ 2,7 bilhões, alta de 120% em relação ao mesmo período do ano passado. O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) reportado foi de R$ 204 milhões, queda de 194% na comparação anual. A receita líquido da Nova Oi foi de R$ 2,2 bilhões, queda de 12,9% em relação ao primeiro trimestre de 2023.

A MRV divulgou o balanço do primeiro trimestre de 2024, com prejuízo líquido de R$ 167 milhões. A receita líquido foi de R$ 1,9 bilhão, alta de 13% em relação ao primeiro trimestre de 2023. A margem líquida ajustada fechou negativa em 0.6%, e o resultado financeiro fechou o primeiro trimestre negativo em R$ 237 milhões.

A Totvs obteve lucro líquido ajustado de R$ 141,3 milhões no primeiro trimestre de 2024 (1T24), alta de 18,3% na comparação anual. O lucro líquido consolidado subiu 30% na mesma base comparativa, para R$ 129,4 milhões no período. Já o lucro líquido dos controladores alcançou R$ 126,6 milhões, alta anual de 34,6%. A receita líquida da Totvs alcançou R$ 1,3 bilhão, alta de 17,2% na comparação anual, impulsionada pelos crescimentos de 17% da Receita Recorrente de Gestão e de 47% da Receita Líquida de Business Performance sobre o 1T23.

A companhia de educação Cogna reportou lucro líquido ajustado, que engloba amortização de intangível e mais valia de estoque, de R$ 50,5 milhões no primeiro trimestre do ano, queda de 57,1% na comparação anual. O crescimento de 12,1% no Resultado Operacional foi compensado pelo aumento das Despesas Corporativas e Itens Não Recorrentes explicados anteriormente e redução nas prescrições de contingências. No intervalo, a Cogna registrou prejuízo líquido de R$ 8,5 milhões, ante lucro líquido de R$ 54,4 milhões um ano antes. No trimestre, a receita líquida totalizou R$ 1,5 bilhão, alta de 15,7%.

A SLC Agrícola reportou lucro líquido de R$ 228,9 milhões no primeiro trimestre de 2024 (1T24), um recuo de 60,2% em relação ao mesmo trimestre de 2023, em função, principalmente, do menor resultado bruto da soja, impactado pela queda de área plantada, produtividade e preços.. O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (ebitda, na sigla em inglês) ajustado diminuiu 28,9% no 1T24, totalizando R$ 704,2 milhões

A Ultrapar obteve lucro líquido de R$ 455 milhões no primeiro trimestre deste ano na comparação anual, alta de 66%, fruto do maior ebitda e da menor despesa financeira líquida. Em relação ao 4T23, o lucro líquido caiu 59%, decorrente do menor ebitda, da maior despesa financeira líquida e da constituição de créditos fiscais extraordinários no 4T23.. A receita líquida no terceiro trimestre totalizou R$ 30,4 bilhões, queda de 1% ante o mesmo trimestre do ano anterior, decorrente do menor faturamento da Ultragaz e da Ipiranga, atenuado pelo maior faturamento da Ultracargo. Em relação ao 4T23, a receita líquida caiu 9%, devido principalmente ao menor faturamento da Ipiranga.

A Vibra registrou lucro líquido de R$ 789 milhões no primeiro trimestre de 2024, quase dez vezes maior que o registrado no mesmo intervalo de 2023, de R$ 81 milhões. Já em relação ao trimestre anterior, houve uma diminuição de R$ 2,508 bilhões, representando uma redução de -76,1%, em função, principalmente, das recuperações tributárias ocorridas no período. A receita líquida ajustada foi de R$ 39,8 bilhões no período, 1,4% maior que o visto no mesmo intervalo do ano anterior.