Prejuízo líquido do Grupo Casas Bahia recua 12,2% no 1° trimestre de 2024

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São Paulo, SP – O Grupo Casas Bahia divulgou o balanço do primeiro trimestre de 2024, com prejuízo líquido de R$ 261 milhões, queda de 12,2% em relação ao prejuízo registrado
no mesmo período do ano passado.

O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 387 milhões, queda de 42,6% na comparação anual. Já a margem Ebitda foi de 6,1%, queda de 3,1 pontos percentuais na comparação anual.

“Apesar de menor em 3,1p.p. vs. 1T23, sequencialmente a margem é maior em 7,1p.p e 3.9p.p em relação ao 3T23 e 4T23 respectivamente e caminha para retomar seus patamares históricos. Vale ressaltar que os valores do 1T23 tiverem efeito positivo de créditos tributários de R$ 197 milhões, que excluídos reportariam margem EBITDA ajustado similar ao 1T24 mesmo com recuo das vendas no período”, explicou a companhia.

No 1T24, o lucro bruto foi de R$ 1,9 bilhão, com margem bruta de 30,0%, redução de 1,4p.p. vs. 1T23, mas com recuperação de 7,0p.p vs. 3T23 e 2,4p.p vs. 4T23. Apesar do recuo das vendas líquidas, a margem saudável e já em patamares históricos é explicada pela melhor combinação do mix de produtos e serviços e vendas rentáveis, após redução de estoques mais antigos e não core, conforme iniciativa do Plano de Transformação. Os valores do 1T23 tiveram efeito positivo de créditos tributários de R$ 197 milhões, que excluídos reportariam margem bruta de 28,8%, inferior em 1,2p.p vs. 1T24.

A receita líquida foi de R$ 6,3 bilhões, queda de 13,7% em relação ao primeiro trimestre de 2023. A receita bruta de mercadorias, com desempenho pressionado pelo recuo do GMV do 1P online e lojas físicas, apresentou variação de (16,9%). A receita de serviços cresceu 10,4%, fruto da melhor penetração de vendas de seguros, garantia estendida e montagem. A receita de frete foi estável. Já a receita de soluções financeiras cresceu +4,5%. Contudo, a penetração de serviços em relação à receita líquida aumentou para 15% no 1T24 vs. 12% no 1T23, refletindo as iniciativas para aumento de receita do Plano de Transformação.

O GMV bruto de lojas físicas foi de R$ 5,4 bilhões e a receita bruta foi de R$ 4,9 bilhões,
redução de 11,5%. A performance das lojas reflete a mudança de mix com foco em rentabilidade, um cenário mais restritivo de demanda, menor disponibilidade de crédito para o consumidor e fechamento de lojas. O desempenho no conceito mesmas lojas (GMV) foi de (9,3%) no 1T24. Olhando para a margem (rentabilidade), apesar do recuo de receita, observamos performance melhor em relação ao 1T23, comprovando a tese da necessidade de ajuste no mix e redução de despesas. Ao longo do trimestre, em linha com o Plano de Transformação, encerramos 2 lojas por apresentarem performance aquém do esperado, fechando o 1T24 com 1.076 lojas. No acumulado do Plano, fechamos um total de 57 lojas. Em sua maioria, todos os fechamentos ocorreram em municípios onde havia sobreposição de lojas.

O GMV 1P online apresentou redução de (22,0%) em comparação com 1T23, atingindo R$ 2,7 bilhões, fruto do menor investimento no canal B2B e outras mídias (priorizamos parcerias mais rentáveis, focando em resultado), da queda do mercado e cenário mais restritivo para compras online. Mesmo diante desse contexto, mantivemos nossa força nas categorias core, em linha com o posicionamento estratégico.

O GMV omnicanal 3P apresentou expansão de 9,6% no 1T24 para R$ 1,6 bilhão, mas com ganhos de receita de +13,1% para R$ 198 milhões, fruto da busca por maior rentabilidade e melhor experiência para os clientes e sellers através do maior número de serviços oferecidos em nossas plataformas, como logística e crédito. Terminamos o trimestre com take rate de 12,3%, +0,3p.p vs. 1T23.

No 1T24 a carteira do crediário recuou (1,5%) a/a e atingiu R$ 5,3 bilhões. O crediário é um serviço rentável no canal físico e online (1P e 3P) e de oportunidade de compras para a
população que não tem acesso a crédito ou possui pouco limite em cartões. Nas lojas, a
penetração foi de 25,5% vs. 21,5% no 1T23. No 1P online a participação do crediário digital foi de 6,3% vs. 4,6% no 1T23, enquanto no 3P foi de 5,3% das vendas vs. 2,9% e está disponível para +2,7 milhões de SKUs.

Adicionalmente, por meio da capilaridade do crediário digital, já realizamos vendas em +4.400 municípios sem presença de nossas lojas físicas, reforçando que o crediário nos canais digitais é uma alavanca de crescimento rentável baseada em uma fortaleza do Grupo. Adicionalmente, 20% dos recebimentos do carnê são pagos pelo app do banQi.

A taxa over 90 foi de 9,0%, estável vs. 1T23, refletindo a tendência na qualidade da carteira. O nível de perda sobre a carteira ativa foi de 3,6% mantendo uma sequência de queda, abaixo da média histórica, corroborando os demais indicadores no crediário.

Foram fechadas 2 lojas no trimestre, 1 da bandeira Casas Bahia e 1 do Ponto, totalizando 1.076 lojas ao final do período. A companhia disse que segue seu Plano de Transformação que prevê rigoroso acompanhamento da performance de cada loja, direcionando ações corretivas e, se necessário, encerrando lojas que não geram valor.

No trimestre, os investimentos do Grupo Casas Bahia totalizaram R$ 34 milhões, sendo 90% do total direcionado para projetos relacionados à tecnologia para suportar o crescimento, digitalização da Companhia e a experiência do cliente. No 1T24, o Capex foi 68% menor vs. 1T23.

ENDIVIDAMENTO

Nossa dívida bruta foi de R$ 4 bilhões (não incluindo o passivo de CDCI e fornecedor convênio). Para fins de Covenants e entendimento de estrutura de capital, o passivo de CDCI possui um ativo correspondente, o contas a receber de CDCI, ambos apresentados nas primeiras linhas da tabela acima e nas DFs nas notas explicativas 6.1 e 14. A Companhia apresentou dívida líquida ajustada de R$ (1,1) bilhão e patrimônio líquido de R$ 3,2 bilhões, com índices de alavancagem em patamares inferiores aos covenants financeiros. No 1T24, o caixa incluindo recebíveis não descontados totalizou R$ 2,9 bilhões. O indicador de alavancagem financeira, medido pelo caixa líquido/EBITDA ajustado dos últimos 12 meses ficou em (1,2x). Considerando o saldo de fornecedor convênio e o saldo de CDCI, o mesmo indicador ficou em (3,1x).