Trump usou cargo para interferir em eleições de 2020, diz denúncia

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Por Cristiana Euclydes

São Paulo – Uma denúncia de um funcionário da inteligência dos Estados Unidos alega que o presidente do país, Donald Trump, está usando seu poder para solicitar interferência de um país estrangeiro nas eleições presidenciais norte-americanas de 2020.

A denúncia de nove páginas foi publicada na íntegra pelo Comitê de Inteligência da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, um pouco antes do depoimento do diretor interino de Inteligência Nacional, Joseph Maguire.

“No curso de minhas funções oficiais, recebi informações de vários funcionários do governo dos Estados Unidos de que o presidente dos Estados Unidos está usando o poder de seu cargo para solicitar interferência de um país estrangeiro nas eleições de 2020 nos Estados Unidos”, diz a denúncia.

“A interferência inclui, entre outras coisas, pressionar um país estrangeiro a investigar um dos principais rivais políticos domésticos do presidente”, segundo o documento. A denúncia também detalha o telefonema de julho entre Trump e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.

A transcrição da conversa, divulgada ontem pela Casa Branca, mostra que Trump pediu a Zelensky para investigar o filho do pré-candidato a presidência norte-americana Joe Biden. Trump disse que seu advogado pessoal, Giulani, e o procurador-geral dos Estados Unidos, William Barr, entrariam em contato para entender melhor o assunto.

O documento alega, ainda, esforços do governo dos Estados Unidos para suprimir registros relacionados à conversa, e diz que Giulani é figura central no assunto, e que Barr parece estar envolvido.

A denúncia deu origem à abertura do processo de impeachment contra Trump. Ao anunciar a abertura do inquérito, na terça-feira, a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, disse que Trump violou a constituição, e que admitiu ter pedido ao presidente da Ucrânia para agir de forma a beneficiá-lo politicamente.