Por Flávya Pereira
São Paulo – A taxa de desocupação da população brasileira foi estimada em 11,8% no trimestre móvel até agosto, ficando abaixo ante o trimestre móvel anterior (12,3%), referente ao período entre março e maio, com recuo de 0,4 ponto percentual (pp), informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado ficou acima da mediana das estimativas coletadas pelo Termômetro CMA, de 11,6%. Na comparação com o mesmo período anterior, referente ao trimestre móvel de junho a agosto do ano passado, quando estava em 12,1%, houve uma queda de 0,3 pp, segundo o IBGE.
Ao fim de agosto deste ano, a população desocupada somava 12,6 milhões de pessoas, recuo de 3,2% (menos 419 mil pessoas) em relação ao trimestre anterior – de março a maio deste ano – porém, estável no confronto com igual trimestre do ano passado. Enquanto a população ocupada, por sua vez, somou 93,6 milhões no trimestre móvel, com altas de 0,7% relação ao trimestre anterior (mais 684 mil pessoas) e de 2,0% frente a igual período de 2018 (mais 1,841 milhão de pessoas).
Segundo o IBGE, a população fora da força de trabalho chegou a 64,9 milhões, estável em relação as duas bases de comparação. Já a taxa de subutilização da força de trabalho chegou a 24,3%, queda de 0,7 pp frente ao trimestre encerrado em maio, porém, estável ante o mesmo período do ano passado. A população subutilizada somou 27,8 milhões, baixa de 2,7% (menos 769 mil pessoas) em relação ao período imediatamente anterior, e estável na comparação com o trimestre de junho e agosto de 2018.
O Instituto reforça que 41,4% da população ocupada se encontra na informalidade, a maior proporção desde 2016, quando o indicador começou a ser produzido. Dos 684 mil novos ocupados, 87,1% entraram no mercado de trabalho informal. Nesse grupo, estão trabalhadores sem carteira assinada e sem remuneração, quando trabalham com vínculo familiar.
O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado (exceto trabalhadores domésticos) foi de 33,0 milhões de pessoas, estável nas duas bases de comparação. Enquanto o número de trabalhadores sem carteira assinada somou 11,8 milhões de pessoas, novamente no maior resultado da série histórica iniciada em 2012, com altas de 3,6% ante o período entre anterior e de 5,9% ante o mesmo trimestre do ano passado.
Já o total de trabalhadores por conta própria totalizou 24,3 milhões, renovando o recorde na série histórica, estável frente ao período entre março e maio, e oscilou em alta de 4,7% (mais 1,1 milhão de pessoas) frente ao mesmo período de 2018.
Em relação à renda, o rendimento médio real habitual dos trabalhadores foi estimado em R$ 2.298 no período entre junho e agosto deste ano, estável nas duas bases de comparação. Por sua vez, a massa de rendimento médio real habitual dos ocupados nos últimos três meses até agosto foi estimada em R$ 209,9 bilhões, estável ante trimestre anterior e o mesmo período de 2018.
Para o diretor adjunto de Pesquisa do IBGE, Cimar Azeredo, nesta época do ano, a expectativa é de aumento expressivo da população ocupada, com impacto na massa de rendimento, estável em seu patamar mais alto.
“Esse aumento na ocupação não foi suficiente para aumentar a massa de rendimento, porque o emprego gerado foi voltado para postos de trabalho na área informal. E é essa massa de rendimento que movimenta o mercado de trabalho de forma virtuosa”, explica.