O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi entrevistado pela Rádio Meio, em Teresina (PI), hoje mais cedo, e criticou as altas taxas de juros em vigor no país.
“A Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil juntos têm mais crédito disponibilizado do que os bancos privados. Sistema financeiro só está preocupado em especular. Por isso que a taxa de juros está em 10,5% ao ano sem explicação e necessidade”, disse.
Ele falou também do resultado da pesquisa que mostra a aprovação do governo Lula em 36%, praticamente inalterada em relação ao levantamento anterior. “Estamos vivendo o momento da colheita. No começo, estávamos semeando a terra”. A respeito disso, ele falou também que o momento histórico vivenciado pelo Brasil é novo, por conta da grande polarização política.
“Não estamos habituados com esse momento histórico. Desde a reeleição da Dilma [Dilma Rousseff, ex-presidente do Brasil) e da derrota para o Aécio [Aécio Neves, ex-candidato], há um clima de disputa. Mas eu não tenho problema com polarização, ela acontece no mundo todo”.
Ao ser perguntado sobre o processo de importação de arroz, Lula disse que decidiu pela compra externa ao ver os preços nas gôndolas de supermercado. “Vi que arroz estava caro e decidi importar, para que ele chegue a um preço melhor. O processo de leilão foi suspenso por irregularidades. E vamos incentivar a produção de arroz em outras regiões, para não depender apenas de uma região”.
Sobre o seu relacionamento com o Congresso Nacional, Lula disse que todos os projetos de iniciativa do governo foram aprovados. “Não perdemos nenhum projeto, mesmo com a base do governo sendo muito heterogênea. O charme da democracia é aprender a conviver na adversidade”.
O projeto de lei dos Jogos de Azar, que foi aprovado na CCJ do Senado, não deve sofrer vetos por parte do governo, embora Lula tenha dito ser contra tais jogos. “Não tem porque não sancionar o projeto de lei dos jogos de azar. Mas não vai ser ele que vai resolver o problema do país. Meu jogo é ver a economia do Brasil crescer”.
Sobre trocas de ministros no seu governo, Lula descartou reformas ministeriais. “Não vejo necessidade de fazer reformas ministeriais. Estou satisfeito com meus ministros. Aqueles que foram governadores de estado estão me ajudando muito”.
Por fim, Lula ressaltou o papel do país na transição energética – o Piauí é um dos estados que mais gera energia solar. “Ninguém consegue competir com o Brasil quando o assunto é transição energética”.