São Paulo -A Bolsa fechou no positivo na máxima do dia-124,307,83 pontos, em um dia de respiro, após um semestre difícil para o mercado de ações e com os investidores enxergando oportunidades de compra de ativos. A alta das ações foi generalizada.
Os papéis da Petrobras (PETR3 e PETR4) subiram 2,02% e 1,94%. As ações de consumo avançaram.
Depois que a Suzano (SUZB3) voltou atrás na compra da International Paper (IP), as ações lideraram a alta na Bolsa, de 12,18%. A notícia foi bem recebida no mercado.
O principal índice da B3 subiu 1,35%, aos 124.307,83 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em junho avançou 1,12%, aos 125.750 pontos. O giro financeiro foi de R$ 22,1 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam em alta.
Rafael Weber, head da RJI gestão e Investimentos, disse que não há um motivo específico para a alta da Bolsa, mas um certo respiro.
“Não existe um gatilho de momento para a alta, mas uma somatória de fatores-o mercado começou a se acalmar ontem com o presidente Lula dando voto de confiança ao ministro da Fazenda [Fernando Haddad], as falas do Campos Neto [presidente do BC, Roberto Campos Neto, hoje] foram adequadas quando disse que inflação é algo a ser perseguido, que estão trabalhando com um time, o fiscal é importante, mas não como o mercado coloca e sobre o decreto da meta foi correto. Vejo como um certo alívio que o mercado foi colocando de volta nos ativos, o mercado está em uma toada muito técnica. Estamos vindo de um momento ruim no primeiro semestre, e no final do semestre tem um ajuste natural que os fundos fazem para fechar melhor. Ninguém está muito comprado. É um movimento de repique, quando a bolsa cai muito forte em um período relativamente curto e os investidores começam a enxergar barganha”.
Pedro Moreira, sócio da One Investimentos, disse que a Bolsa sobe com a Petrobras e com fluxo para Brasil.
“A Petrobras sobe com a alta do petróleo e puxa a Bolsa, a Suzano dispara com a notícia de desistência na compra da Internaticonal Paper e com parte representativo no Indice ajuda no movimento positivo. Os frigoríficos também contribuem para a alta nesse movimento. Em ano de eleições nos EUA, a volatilidade aumenta mercado americano e com o debate [entre Joe Biden e Donald Trump] hoje, os investidores veem uma oportunidade para tomar risco em países emergentes”.
André Luiz Rocha, operador de renda variável da Manchester Investimentos, disse que a alta da Bolsa é justificada “pela correlação da projeção de melhora do PIB [mostrado no Relatório de Inflação divulgado hoje] com maior lucratividade corrente das empresas, mas por outro lado a Bolsa está bastante descontada. O mercado começa a digerir melhor o crescimento do PIB americano de 1,4% nos Estados para espelhar os próximos ventos da do Ibovespa e lá de fora”.
O dólar comercial fechou em queda de 0,18%, cotado a R$ 5,5079. A moeda oscilou ao longo dia, refletindo os ruídos fiscais e políticos domésticos.
Cristiane Quartaroli, economista-chefe da Ouribank, disse que ruídos internos e proximidade do final do mês geram o dólar mais forte.
“O dólar abriu em queda impulsionado por um apetite ao risco vindo do exterior, sem ter relação com nenhum indicador econômico, mas esse movimento reverteu ao longo do dia por conta de falas do ministro Haddad [ministro da Fazenda, Fernando Haddad], Campos Neto [Roberto Campos Neto, presidente do BC] e discurso do presidente Lula, que acabaram gerando um ruído interno. O mercado está incomodado com a falta de sinalização por parte do governo se haverá corte de gastos. Outro ponto é o fechamento do mês amanhã em que há uma busca por proteção”.
As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam em alta, com investidores refazendo suas posições e deixando de investir em ativos brasileiros. O mercado entende que a deterioração do cenário fiscal é a causa da alta das taxas.
Por volta das 16h30 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 10,615%, de 10,615% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2026 projetava taxa de 11,305% de 11,235%, o DI para janeiro de 2027 ia a 11,710%, de 11,755%, e o DI para janeiro de 2028 com taxa de 11,975% de 11,895 na mesma comparação.
Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em ligeira alta, enquanto os investidores avaliavam novos dados econômicos antes da leitura de inflação favorita do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).
Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:
Dow Jones: +0,09%, 39.164,06 pontos
Nasdaq 100: +0,30%, 17.858,68 pontos
S&P 500: +0,09%, 5.482,87 pontos
Com Paulo Holland, e Camila Brunelli e Darlan de Azevedo / Agência Safras News