Bolsa fecha no azul impulsada por commodities e exportadoras; dólar dispara e encerra a R$ 5,65

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São Paulo -Na primeira sessão de julho, a Bolsa fechou em alta, chegou a oscilar entre a mínima de 123.735,19 pontos e máxima de 125.219,91 pontos, impulsionada por empresas de commodities e exportadoras.

A Vale (VALE3) avançou 1,47% e a da Petrobras (PETR3 e PETR4) subiu 1,21% e 1,52%, respectivamente. Suzano (SUZB3) teve ganho de 1,12%. Mas as altas foram lideradas pelas ações da SLC Agrícola (SLCE3) com 7,22% refletindo a elevação da recomendação das ações de neutra para compra pelo Citi; Santander e BTG Pactual reforçaram a recomendação de compra.

Na contramão, as ações cíclicas caíram pressionadas pelos juros altos e pela valorização do dólar. Assai (ASAI3) foi destaque de queda de 3,28%.

O principal índice da B3 subiu 0,65%, aos 124.718,07 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em agosto avançou 0,61%, aos 126.015 pontos. O giro financeiro foi de R$ 20,3 bilhões. Em Nova York, as bolsas fecharam em alta.

Para Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos, “a valorização do Ibovespa seguiu o desempenho das commodities, blindando o índice brasileiro da valorização do dólar e dos juros futuros, que seguiram respondendo aos receios com o cenário fiscal interno. Com a agenda de indicadores esvaziada no país nesta semana, os investidores estão focados no cenário internacional e no noticiário político, devido às crescentes preocupações fiscais e à pressão inflacionária”.

Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos, disse que o segundo semestre começa mais animado pra a Bolsa, mas o volume segue baixo.

“O que impulsiona o mercado são as commodities e as exportadoras. O fato de o PMI da China ter vindo ligeiramente melhor que o mês anterior-subiu para 51,8 pontos em junho contra 51,7 pts em maio- trouxe um certo ânimo ao mercado e o minério de ferro subiu e o petróleo também avança. As exportadoras se beneficiam em virtude do dólar, que rompeu a casa dos R$ 5,60. O fiscal continua muito em evidência. Esta semana o mercado fica de olho no Fed e no payroll na sexta-feira (5)”.

Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research, disse que na sessão de hoje, o Ibovespa é “sustentado por Vale e Petrobras em razão da alta do minério de ferro e do petróleo no mercado internacional”.

Segundo Larissa, depois de um primeiro semestre difícil para as ações brasileiras, a segunda metade do ano pode ser melhor se o Fed confirmar o corte de juros e aqui o fiscal não ficar pior. Outro ponto favorável seria a antecipação do nome do sucessor de Roberto Campos Neto para a presidência do Banco Central (BC).

O dólar comercial fechou em alta de 1,11%, cotado a R$ 5,6527. A moeda refletiu, na segunda parte da sessão, a escalada das Treasuries.

Segundo o sócio da Pronto! Invest Vanei Nagem, as Treasuries têm impactado não apenas o real mas também seus pares emergentes: “Hoje não somos as piores moedas, estamos em linha com as outras [moedas]”, avalia.

“Agora a grande pergunta é a seguinte: Que horas o Banco Central (BC) irá intervir, porque ele precisa entrar em alguma hora. pois daqui a pouco terá impacto na inflação”, explica Nagem.

Para a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, “é uma semana morna de indicadores, mas com os holofotes no cenário político, com o governo buscando uma alternativa para incrementar as receitas”.

Abdelmalack entende que o mercado está curioso quanto a uma possível intervenção no câmbio, mas pondera: “Talvez o Banco Central (BC) entenda que ainda não seja o momento, já que estamos na mesma direção das moedas emergentes”.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecham em alta. As taxas abriram o pregão em alta, reagindo aos dados do Boletim Focus que mostrou elevação das estimativas de inflação – pela 8 semana consecutiva – e do câmbio, mas caíram levemente no meio do dia, voltando a subir mais perto do fim do pregão.

Por volta das 16h25 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 10,830%, de 10,770% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2026 projetava taxa de 11,760% de 11,590%, o DI para janeiro de 2027 ia a 11,070%, de 11,970%, e o DI para janeiro de 2028 com taxa de 12,265% de 12,150% na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar comercial operava em alta, cotado a R$ 5,6383 para a venda.

Os principais índices de ações do mercado dos Estados Unidos fecharam o pregão em alta, com valorização das empresas de tecnologia Microsoft, Alphabet e Nvidia.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +0,12%, 39.165,25 pontos
Nasdaq 100: +0,83%, 17.879,30 pontos
S&P 500: +0,27%, 5.475,10 pontos

 

Com Paulo Holland, e Camila Brunelli e Darlan de Azevedo / Agência Safras News