A coalizão da esquerda NFP (Nova Frente Popular, da tradução do francês) venceu o segundo turno das eleições parlamentares na França, mas não obteve maioria dos assentos no parlamento. Ela superou o favoritismo do partido Rassemblement National, de extrema-direita, de Marine Le Pen, que ficou em terceiro na disputa. O partido do presidente francês, Emmanuel Macron, ficou em segundo lugar.
Hoje mais cedo, Macron manteve o primeiro-ministro Gabriel Attal. Ele havia anunciado ontem que renunciaria ao cargo, mas Macron rejeitou o pedido.
A esquerda conquistou 182 assentos, a aliança centrista de Macron 168, e o Rassemblement National (RN) de Le Pen e aliados 143, segundo dados do Ministério do Interior.
Dentro da NFP, há vozes dissonantes sobre como proceder. Enquanto alguns líderes, como Raphael Glucksmann, defendem abertura ao diálogo, Jean-Luc Melenchon, da França Insubmissa, rejeitou explicitamente qualquer acordo com os centristas. Eric Bompard, aliado de Melenchon, insistiu que a NFP deve governar sem negociar com outras forças.
Algumas figuras centristas, como o ex-primeiro-ministro Edouard Philippe, estão abertas a negociar para garantir um governo estável, mas sem cooperação com a França Insubmissa. Yael Braun-Pivet, do partido de Macron, afirmou que a cultura política francesa precisa evoluir para ser menos antagônica e mais cooperativa entre os partidos.
Para o RN de Le Pen, o resultado foi um contraste com as expectativas das pesquisas de opinião. Le Pen afirmou que, embora a vitória tenha sido adiada, a votação de domingo, na qual o RN obteve grandes ganhos, semeou as bases para o futuro.