Produção industrial volta a subir em agosto e rompe três meses de queda, diz IBGE

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Por Flávya Pereira

São Paulo – A produção industrial brasileira registrou alta de 0,8% em agosto em relação a julho, rompendo uma sequência de três quedas seguidas. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A alta foi acima das projeções de 0,30%, conforme mediana das estimativas coletadas pelo Termômetro CMA.

Na comparação anual, a produção industrial brasileira recuou 2,3%, na terceira queda consecutiva, nesse tipo de confronto. A queda é menor que a previsão de -3,00%, ainda conforme o Termômetro CMA. Com o resultado, a indústria nacional acumula quedas de 1,7% no ano e nos últimos 12 meses, até agosto.

Segundo o instituto, dez das 26 atividades pesquisadas apresentaram variações positivas na produção, em base mensal, com altas em uma das quatro grandes categorias econômicas. Entre os destaques, ficou a indústria extrativa (+6,6%), na quarta alta seguida, seguido por coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (+3,6%) e produtos alimentícios (+2,0%), interrompendo três meses seguidos de queda.

O gerente da pesquisa, André Macedo, destaca que a indústria extrativa cresceu 25,2% entre maio e agosto, mostrando recuperação após a tragédia em uma mina da Vale, em Brumadinho (MG) no fim de janeiro, o que resultou em três meses seguidos de queda da atividade.

“A partir de maio, algumas plantas de extração de minério que haviam paralisado a produção para fazer adequações exigidas pelas leis ambientais voltaram a funcionar”, explica.

Em contrapartida, entre as 16 atividades que reduziram a produção em agosto, o destaque ficou para veículos automotores, reboques e carrocerias (-3,0%). Já o ramo de confecção de artigos do vestuário e acessório recuou 7,4%.

Entre as grandes categorias econômicas, ainda em relação a julho, o único setor a oscilar em alta foi bens intermediários (+1,4%). Por outro lado, a maior queda foi observada em bens duráveis (-1,8%), enquanto os semi e não duráveis recuaram 0,4%. Na sequência, vem os bens de consumo (-0,7%) e de capital (-0,4%).

Na comparação com agosto de 2018, todas as quatro grandes categorias econômicas registraram resultado negativo, atingindo 23 das 26 atividades pesquisadas. Entre as atividades, celulose, papel e produtos de papel exerceram a maior influência negativa, -8,4%, seguida por outros produtos químicos (-6,1%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-5,8%).