A Rússia ultrapassou as cotas de produção de petróleo estabelecidas pelo grupo Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+) em junho, mas o Ministério da Energia do país prometeu nesta quarta-feira que irá respeitar o nível de produção exigido em julho. A produção foi avaliada por fontes independentes certificadas pelo acordo Opep+, incluindo consultorias internacionais.
O ministério informou que enviou seu cronograma de compensação pela sobreprodução ao secretariado da Opep e que a produção de petróleo do país caiu mensalmente desde abril. Desde o final de 2022, a Opep+ tem feito cortes profundos na produção.
A cota de produção da Rússia no acordo Opep+ foi de 8,979 milhões de barris por dia (bpd) em maio, incluindo cortes voluntários adicionais prometidos por oito membros do grupo. Apesar disso, o excesso de produção russa gerou preocupações entre os países membros da Opep+, particularmente a Arábia Saudita.
Fontes da indústria informaram que o vice-primeiro-ministro russo, Alexander Novak, responsável pelas relações da Rússia com a Opep+, conversou com autoridades sauditas na semana passada, que expressaram preocupações sobre a sobreprodução da Rússia. A Arábia Saudita precisa de preços mais altos para equilibrar suas contas e enfrenta uma das taxas de crescimento econômico mais lentas entre os países do Conselho de Cooperação do Golfo, segundo uma pesquisa da Reuters.
De acordo com a Opep, a sobreprodução acumulada de petróleo da Rússia entre janeiro e junho deste ano foi de 480.000 bpd. A Rússia se comprometeu a compensar a maior parte dessa produção excedente no próximo ano, com 40.000 bpd de sobreprodução sendo compensados em outubro-novembro de 2024 e 440.000 bpd de excesso sendo compensados entre março e setembro de 2025. A Opep+ realizará uma reunião online de monitoramento ministerial em 1º de agosto para revisar o mercado.
