RADAR DO DIA: Recessão nos EUA; IPCA de julho; Ata do Copom

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Foto: Afonso Lima / freeimages.com

São Paulo, SP – Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em queda. A semana será marcada pela divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho, na sexta-feira (9), e a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na terça-feira (6) . O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de julho foi de 0,30%, 0,09 ponto percentual abaixo da taxa de junho (0,39%). Nos últimos 12 meses, o IPCA-15 acumulou 4,45%, acima dos 4,06% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em julho de 2023, a taxa foi de -0,07%.

Na semana passada, em decisão unânime, o Comitê de Política Monetária (Copom) confirmou as previsões em manteve, pela segunda reunião seguida, a taxa Selic em 10,50% ao ano. No comunicado, o Comitê adotou uma linguagem mais agressiva, mas não o suficiente para mudar a postura por enquanto, destacando a necessidade de manter a política monetária restritiva e adicionando que o cenário exigirá acompanhamento diligente e uma cautela ainda maior. O Comitê comprometeu-se com maior cautela, ainda maior vigilância, mas ficou bastante aquém de qualquer sinal claro de que estaria contemplando uma reação mais forte, notadamente o aumento da taxa de juros.

Para o Itaú, a declaração não parece ser uma mensagem de um comitê que esteja pronto para reagir, pelo menos não por ora. “Neste momento, esperamos que a taxa básica
permaneça inalterada até o final do ano, embora com preocupações crescentes sobre se este nível será suficiente para promover convergência. Saberemos mais sobre as nuances e debates no Copom com a divulgação da ata”, concluiu o Itaú. A perspectiva do mercado é que a Selic termine 2025 a 9,25%.

Nos Estados Unidos, o cenário após o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) confirmar a manutenção dos juros parece mais definido, apesar do resultado ruim do relatório de emprego payroll, que trouxe uma forte redução no número de novas vagas, é que o primeiro corte do ano deve acontecer na reunião de setembro, e pode ser de 0,50 ponto percentual. A taxa de desemprego cresceu para 4,3%, contra 4,1% esperado pelo mercado. A preocupação dos analistas é que a economia dos EUA pode estar caminhando para uma recessão. Nesta semana, outros índices importantes sobre a economia dos EUA serão divulgados, entre eles, o ISM do setor de serviços, o saldo da balança comercial e as leituras revisadas dos PMIs do setor de serviços, além dos
números de novos pedidos de seguro-desemprego.

Na manhã de hoje foi divulgado o boletim Focus com as previsões de instituições financeiras ouvidas pelo Banco Central do Brasil. Para o IPCA, a expectativa para 2024 passou de 4,10% para 4,12%. Para 2025, a previsão subiu de 3,96% para 3,98%. Sobre a taxa Selic, a previsão para 2024 segue em 10,50%. Para 2025, a expectativa para a Selic passou de 9,50% para 9,75%.

Para o Produto Interno Bruto (PIB), a previsão para 2024 passou de 2,19% para 2,20%. Em 2025, a previsão recuou de 1,94% para 1,92%. Para o dólar, a previsão manteve o mesmo patamar da semana para, fechando 2024 em R$ 5,30. Para o ano que vem, a previsão para o dólar passou de R$ 5,25 para R$ 5,30.

No setor corporativo, a Petrobras informou que atingiu o objetivo principal do poço Uchuva-2, confirmando a extensão da descoberta de gás realizada em 2022 com a perfuração do poço Uchuva-1. Segundo o comunicado da estatal, este poço agrega informações relevantes para o desenvolvimento de uma nova fronteira de exploração e produção na Colômbia, reforçando o potencial volumétrico para gás na região. O poço Uchuva-2, iniciado em 19/06/2024, encontra-se em águas profundas da Colômbia, a 31 quilômetros da costa e em uma profundidade d’água de 804 metros.

O Bradesco informou hoje o balanço do segundo trimestre de 2024 (2T24), com lucro líquido recorrente de R$ 4,716 bilhões, alta de 4,4% em relação ao mesmo período de 2023. Na comparação com o primeiro trimestre deste ano (1T24), o crescimento foi de 12%. O lucro líquido contábil foi de R$ 8,9 bilhões no primeiro semestre de 2024, uma alta de 1,5% na comparação com o mesmo período do ano passado. No primeiro semestre, o patrimônio liquido avançou 0,5% em relação ao primeiro semestre de 2023, chegando a R$ 160,1 bilhões. O ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) foi de 10,8%, recuo de 0,1 ponto percentual na comparação anual. Em relação ao 1T24, o ROE cresceu de 0,6 ponto percentual. Já a margem financeira com clientes caiu 8,4%, chegando a R$ 15,2 bilhões. Na comparação com o 1T24, a margem financeira com clientes avançou 5%.

A BB Seguridade informou hoje o balanço do segundo trimestre de 2024 (2T24), com lucro líquido de R$ 1,77 bilhão, queda de 3,7% em relação ao mesmo período do ano passado (2T23). Já o lucro líquido ajustado, evento extraordinário relacionado à implantação da Circular Susep 678/2022, foi de R$ 1,87 bilhão, alta de 1,6% em comparação ao 2T23. A BB Seguridade informou hoje o cronograma para pagamento dos dividendos intercalares referentes ao resultado do primeiro semestre de 2024, adicionados dos dividendos prescritos referentes ao primeiro semestre de 2021, no valor total de R$ 2,7 bilhões. O valor por ação é de R$ 1,39090855697. Os dividendos serão pagos no próximo dia 30 de agosto.