Prejuízo líquido da Braskem cresce 385% no 2° trimestre de 2024

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São Paulo, SP- A Braskem divulgou na noite de ontem (7) o balanço do segundo trimestre de 2024 (2T24), com prejuízo líquido de R$ 3,73 bilhões, alta de 385% em relação ao
prejuízo de R$ 771 milhões registrados no mesmo período do ano passado (2T23). Na comparação semestral, o prejuízo passou de 586 milhões no primeiro semestre de 2023 para R$ 5 bilhões neste ano. Segundo a companhia, o resultado foi impactado, principalmente, pela de variação cambial negativa no resultado financeiro de R$ 4,5 bilhões, que é explicada majoritariamente pelo efeito da depreciação do real sobre a exposição líquida da companhia no período.

O Ebitda recorrente foi de R$ 1,6 bilhão, alta de 137% na comparação com o 2T23. Na comparação semestral, o Ebitda recorrente cresceu 59%, chegando a R$ 2,8 bilhões. Já a receita líquida de vendas foi de R$ 19 bilhões, alta de 7% em relação ao 2T23. Na comparação semestral, a receita líquida com vendas recuou 1%, fechando o primeiro trimestre deste ano em R$ 36,9 bilhões.

“A respeito da dinâmica no mercado petroquímico internacional no trimestre, os spreads foram maiores quando comparados ao primeiro trimestre de 2024 (1T24), em função do melhor equilíbrio entre oferta e demanda global combinado com os efeitos dos conflitos no Mar Vermelho na dinâmica da logística global, que resultaram em um aumento nas taxas de fretes marítimos, impactando positivamente os spreads no mercado petroquímico internacional. Em comparação ao 1T24, houve aumento nos spreads de resinas (+8%) e principais químicos (+19%) no Brasil, e de PE no México (+4%)”, explicou a petroquímica.

No período, a companhia apresentou uma geração operacional de caixa de US$ 214 milhões, 9% superior ao 1T24, explicada principalmente, pelo aumento do EBITDA de 39% em relação ao trimestre anterior. A geração recorrente de caixa foi positiva em aproximadamente US$ 69 milhões, um aumento de US$ 169 milhões em relação ao 1T24. Adicionando os pagamentos referentes a Alagoas, a Companhia apresentou um consumo de caixa de aproximadamente US$ 62 milhões. Considerando os desembolsos referentes ao evento geológico de Alagoas, a Companhia apresentou um consumo de caixa de R$ 325 milhões no 2T24, menor em relação ao 1T24 (-57%) e ao 2T23 (-50%).

A demanda de resinas no mercado brasileiro (PE, PP e PVC) aumentou 2% em relação ao 1T24 explicado, principalmente, pela maior demanda de PE puxada principalmente pelo setor de alimentos e embalagens; e pela maior demanda de PP puxada pelos setores de eletrodomésticos, higiene, automotivo e agrícola. O aumento em relação ao 2T23 foi de 26%, explicado, principalmente pela formação de estoque na cadeia; maior demanda dos setores de PP puxada pelos setores de eletrodomésticos, higiene e embalagens; maior demanda de PE puxada pelos setores de alimentos, bebidas e cuidados com o lar; e maior demanda de PVC puxada pelo setor de materiais de construção.

A taxa média de utilização das centrais petroquímicas recuou 1 ponto percentual em relação ao 2T23, explicada pela parada das operações no Polo Petroquímico de Triunfo, no Rio Grande do Sul, função do evento climático extremo que atingiu tal estado durante o mês de maio, compensados parcialmente pelo aumento na taxa de utilização nos Polos Petroquímicos da Bahia e de São Paulo. As exportações cresceram 2% na comparação anual em função, principalmente, da priorização no atendimento no mercado brasileiro.

ENDIVIDAMENTO

Em 30 de junho de 2024, o saldo da dívida bruta corporativa era de US$ 8,4 bilhões, sendo 96% dos vencimentos concentrados no longo prazo e 4% no curto prazo. Em relação a dívida líquida, o saldo no final de junho de 2024 era de US$ 5,3 bilhões. A dívida corporativa em moeda estrangeira representava, no final do período, 91% da dívida total da companhia. No fim do primeiro semestre, o prazo médio do endividamento corporativo era de cerca de 12 anos, sendo 64% das dívidas concentradas de 2030 em diante. O custo médio ponderado da dívida corporativa da Companhia era de variação cambial + 6,4% a.a. O patamar de liquidez de US$ 236 milhões garante a cobertura dos vencimentos de dívida
nos próximos 28 meses.