A Agência Internacional de Energia (AIE) revisou para baixo a previsão de demanda por petróleo para 2024, que ficará em 970 mil barris de petróleo por dia (bpd), ante previsão de 974 mil bpd, de acordo com o seu relatório mensal, divulgado hoje.
A mudança para baixo se deve à queda na demanda da China. “Dúvidas sobre a saúde da economia global ressurgiram quando o Japão aumentou as taxas de juros, provocando uma reversão nas operações de carry trade em ienes, a perspectiva da China se deteriorou e as contratações nos Estados Unidos desaceleraram em julho”, diz um trecho do relatório.
Já na parte da oferta, ela aumentou em 230 mil bpd, para 103,4 milhões de bpd, devido ao aumento no fornecimento por países membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
A produção global de refino deve aumentar em 840 mil bpd para 83,3 milhões de bpd em 2024, e em 600 mil bpd para 83,9 milhões de bpd no ano que vem. “As margens caíram ainda mais em julho na Europa, mas aumentaram em Cingapura e na Costa do Golfo dos Estados Unidos”.
Os estoques globais observados de petróleo caíram 26,2 milhões de barris em junho, após quatro meses de acumulações totalizando 157,5 milhões de barris. “Os estoques onshore da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) caíram 19,5 milhões de barris, mas foram compensados principalmente por um aumento de 17,5 milhões de barris em países não pertencentes à OCDE”, continua o relatório.
A AIE acredita que uma mudança significativa nos drivers está se tornando aparente. Em junho, a demanda chinesa por petróleo contraiu pelo terceiro mês consecutivo, impulsionada por uma queda nos insumos industriais, incluindo para o setor petroquímico.
“Dados comerciais preliminares apontam para mais fraqueza em julho, já que as importações de petróleo bruto caíram para seu nível mais baixo desde os rigorosos bloqueios de setembro de 2022. Em contraste, a demanda em economias avançadas, especialmente por gasolina dos Estados Unidos, mostrou sinais de força nos últimos meses. A economia norte-americana, onde um terço da gasolina global é consumida, superou seus pares, com um setor de serviços resiliente apoiando as milhas percorridas. Como resultado, o consumo de petróleo da OCDE passou de uma contração anual de 300 mil bpd no primeiro trimestre de 2024 para um crescimento de 190 mil bpd no segundo trimestre”.