RADAR DO DIA: Inflação nos EUA; Varejo no Brasil; dívida dos Estados

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Foto: Larry Cole / freeimages.com

São Paulo, SP – Os índices futuros americanos abriram em instabilidade e as bolsas europeias abriram em alta. O mercado aguarda hoje a divulgação do índice de preços ao
consumidor (CPI) de julho nos Estados Unidos. Os dados vão mostrar como anda a inflação no país, que tem se mostrado controlada nos últimos meses. Ontem, o índice de preços ao produtor (PPI) de julho apontou alta de 0,1%  em julho na comparação com o mês anterior, após ter subido 0,2% em junho (dado revisado), já descontados os fatores sazonais. Analistas previam alta de 0,2% em julho. Já em base anual, o PPI de julho ficou em 2,2%, abaixo da previsão de alta de 2,3%.

Em junho, o CPI recuou 0,1% ante maio, após ter ficado estável um mês antes. Em 12 meses, a inflação desacelerou de 3,3% para 3%. Em junho, o índice de preços para os gastos pessoais (PCE) subiu 0,1% em junho na comparação mensal, depois manter estabilidade em base mensal em maio. Na comparação anual, o índice subiu 2,5% em junho, ante alta de 2,6% em maio. Assim como o CPI, o PCE é outro indicador usado pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) para respaldar sua decisão sobre os juros.

Ontem, o presidente do Fed Atlanta, Raphael Bostic, disse que precisa de mais dados para ter certeza de que a inflação está caindo e que é hora de cortar os juros. Para ele, o equilíbrio dos riscos na economia está voltando ao nível esperado. “Nossa postura de taxa é restritiva, mas isso não é onde queremos estar para sempre. Os dados recentes sobre inflação me dão mais confiança de que podemos voltar à meta de 2%. No entanto, precisamos ver um pouco mais de dados para garantir que a tendência de queda da inflação seja real. Se a economia evoluir conforme espero, haverá um corte de juros até o final do ano”, afirmou.

No mês passado, as autoridades do Comitê Geral do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) mantiveram as taxas de juros inalteradas, na faixa entre 5,25% e 5,50% mas indicaram que a inflação está se aproximando da meta, o que pode abrir caminho para futuros cortes na taxa de juros. A previsão é que até o fim do ano o Fed corte os juros em até 1%.

Por aqui, hoje saem os números do Varejo referente ao mês de julho, com previsão de queda de 0,15% em relação a junho. Na comparação interanual, a alta projetada é de 6,0%. As estimativas foram calculadas pelo Termômetro Safras News. As previsões de seis instituições financeiras consultadas para o resultado mensal variam entre -0,60% e +1,20%, com a média das projeções em +0,03%. Na comparação com o mesmo mês em 2023, as previsões de seis “casas” consultadas variam entre 4,20% e 8,10% (média em 5,98%).

Em Brasília, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, adiou para hojea votação no Plenário do projeto de sua autoria que trata da renegociação das dívidas dos estados. O PLP 121/2024 cria o Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag) para promover a revisão dos termos das dívidas dos estados e do Distrito Federal com a União.

A proposta autoriza desconto nos juros, prazo de 30 anos para pagamento, a possibilidade de os estados transferirem ativos para a União como parte do pagamento e exigências de investimento em educação, saneamento, habitação, adaptação a mudanças climáticas, transporte e segurança pública como contrapartida. Para Pacheco, o modelo atual impossibilita a quitação das dívidas.

A temporada de balanços chega ao fim nesta quarta-feira, com a divulgação dos resultados do segundo trimestre das companhias BRF, Marfrig, Petz, OI, Rumo, Americanas, Equatorial, SLC Agrícola, Gol, IRB Brasil e Cosan

No setor corporativo, a Allos divulgou na noite de ontem (13) o balanço do segundo trimestre de 2024 (2T24), com lucro líquido de R$ 320,9 milhões, acima do valor de R$ 121,6 milhões registrado no mesmo período do ano passado (2T23). Na comparação semestral, o lucro líquido recuou 86,4%, fechando o primeiro trimestre de 2024 em R$ 417 milhões. O Ebitda foi de R$ 442,4 milhões, com margem de 71,2% e crescimento de 1,9%. Além da performance operacional, o avanço das receitas de serviços, principalmente pelo aumento de 25,1% em receitas de mídia, contribuíram para a performance do indicador.

A Azzas 2154 divulgou na noite de ontem (13) o balanço do segundo trimestre de 2024 (2T24), que abrange os resultados da Arezzo&Co e do Grupo Soma, separadamente, antes da fusão das companhias. A Arezzo&Co fechou o 2T24 com lucro líquido recorrente de R$ 135 milhões, alta de 19% em relação ao mesmo trimestre de 2023 (2T23). Já o lucro líquido foi de R$ 93 milhões, queda 17,8% em relação ao 2T23, com margem líquida de 7,6%. O grupo Soma registrou lucro líquido de R$ 24,6 milhões, queda de 71,2% em relação ao 2T23. Já o lucro líquido ajustado foi de R$ 65 milhões, recuou de 36,3%, com margem líquida ajustada de 4,5%. Na comparação semestral, o lucro líquido foi de R$ 33,8 milhões, queda de 46,3% em relação ao primeiro semestre de 2023.

A JBS S.A. informou que o seu Conselho de Administração aprovou a distribuição de dividendos intermediários à conta do saldo das reservas de lucros apurado no balanço patrimonial de 31 de dezembro de 2023, no montante total de R$ 4,436 bilhões, correspondentes a R$ 2,00 por ação ordinária (Dividendos Intermediários). O valor dos dividendos por ação é estimado e poderá sofrer variação em razão de eventual alteração do número de ações em tesouraria.

A Rede D’Or divulgou ontem o balanço do segundo trimestre de 2024, com lucro líquido de R$ 995,5 milhões, alta de 212,9% na comparação com o mesmo período do ano passado (2T23). O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 2,2 bilhões, alta de 21,9% em relação ao 2T23, com margem chegando a 17,6%, alta de 2,7 ponto percentual em relação ao 2T23.

O lucro líquido da Raizen teve alta de 58,8% no primeiro trimestre do ano safra 2024/25 em comparação com o mesmo período de 2023/24, para R$ 1,065 bilhão, refletindo o resultado operacional dos negócios e reconhecimento de crédito tributário no montante de R$ 1,8 bilhão, referente à tese de exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e COFINS.

A Cemig divulgou na noite de ontem (13) o balanço do segundo trimestre de 2024 (2T24), com lucro líquido recorrente foi de R$ 1,134 bilhão, queda de 6,6% em comparação ao mesmo período do ano passado (2T23). Segundo a companhia, o resultado é foi influenciado, principalmente, por aumento de 2,9% na energia distribuída pela Cemig D em comparação ao 2T23; redução de R$59,5 milhões nas despesas de obrigações pós-emprego; aumento de R$56 milhões na despesa com perdas de créditos esperadas resultado de equivalência patrimonial menor em R$30,6 milhões no 2T24. e redução de
R$24,8 milhões no lucro da Gasmig frente ao 2T23.

A Localiza divulgou na noite de ontem (13) o balanço do segundo trimestre de 2024 (2T24), com prejuízo líquido de R$ 570 milhões, 541,4% acima do prejuízo de R$ 89 milhões registrado no mesmo período de 2023 (2T23). Segundo a companhia, o resultado foi impactado pelos efeitos da provisão para ajuste a valor recuperável da frota, depreciação e Rio Grande do Sul. Na comparação semestral, o lucro líquido recuou 62,1% no primeiro semestre de 2024, chegando a R$ 164 milhões.

A Eneva divulgou na noite de ontem (13) o balanço do segundo trimestre de 2024 (2T24), com lucro líquido de R$ 1,186 bilhão, lata de 204,4% em comparação ao mesmo período de 2023 (2T23). Considerando as participações minoritárias, o resultado líquido da Eneva totalizou R$ 1,066 bilhão, alta de 186,5% em relação ao 2T23. O EBITDA ICVM consolidado da Eneva totalizou R$ 1,070 bilhão no 2T24, redução de 9,9% frente ao registrado no 2T23, principalmente em função do término de contrato e encerramento das operações na UTE Fortaleza ao final de 2023, que registrou EBITDA de R$ 163,3 milhões no 2T23.

A Bradespar divulgou ontem (13) o balanço do segundo trimestre de 2024 (2T24), com lucro líquido de R$ 535,5 milhões, alta de 206,2% em relação ao segundo trimestre de 2023. Na comparação semestral, o lucro líquido recuou 6,8% no primeiro semestre deste ano, chegando a R$ 878,5 milhões. Segundo a companhia, comparativamente aos períodos trimestrais semelhantes imediatamente anteriores, verifica-se uma queda. Ainda assim, trata-se de um dos melhores resultados acumulados para um primeiro semestre na história da Bradespar.

A JBS reverteu o prejuízo registrado no período do ano passado e reportou lucro líquido de R$ 1,7 bilhões no segundo semestre de 2024. Já a Receita Líquida de R$ 100,6 bilhões equivale a um aumento de 12,6% em comparação ao mesmo período do ano anterior.

A Vale anunciou que concluiu a aquisição da totalidade da participação de 45% da Cemig Geração e Transmissão S.A. na companhia Aliança Geração de Energia S.A. – empresa de capital fechado- , “uma vez que as condições precedentes usuais foram plenamente atendidas”, conforme informou a mineradora.

A Energisa informou que os fundos de investimento geridos pela Squadra Investimentos adquiriram 35.769.642 UNITs da companhia, além de 30 ações preferenciais, em negociações realizadas em 12 de agosto de 2024. Com essa aquisição, a Squadra passou a deter 4,03% das ações ordinárias, 10,20% das ações preferenciais, totalizando 7,81% do capital social da Energisa.

A B3 informou que o volume financeiro médio diário para julho de 2024 foi de R$21,679 bilhões, queda de 12,8% na comparação anual, segundo destaques operacionais da companhia no mês passado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Ante junho, houve queda de 9,6%.