São Paulo – Em evento realizado em Belo Horizonte, no começo desta
tarde, o diretor de política monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, voltou a mostrar preocupação com a inflação e com a desancoragem das expectativas,reafirmando que todas as possibilidades estarão na mesa da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em quatro semanas.
Sublinhando que o BC não deve tomar riscos, o diretor disse que o mercado não acreditava que esta diretoria poderia voltar a elevar os juros
Neste contexto, Galípolo voltou a falar que os indicadores econômicos domésticos têm gerado constantes surpresas, com o Produto Interno Bruto (PIB) sendo revisado para cima:
“Temos observado não apenas o câmbio, mas diversas variáveis. A função do BC é evitar com que estes indicadores causem um descompasso entre demanda e oferta”.
Reiterando a importância de seguir o arcabouço fiscal, Galípolo disse que “de maneira nenhuma o BC tem a satisfação de gerar desemprego ou diminuir a renda das pessoas”, e ressaltou que nunca se sentiu pressionado pelo pressionado por Lula a ter qualquer tipo de atitude.
O diretor ainda fez um panorama do cenário global, que deve ocorrer um soft landing (pouso suave, expressão em inglês que se refere ao controle de inflação sem gerar recessão): “O balanço de riscos hoje, na minha opinião, é assimétrico. Falar isso não significa qualquer tipo de guidance”, referindo-se a uma piora do quadro inflacionário.
