Cemig pretende investir R$ 35,6 bilhões até 2028

129

São Paulo, SP – O Itaú BBA divulgou um relatório sobre o encontro com executivos da Cemig, que nesta semana promoveu o seu Investidor Day. Segundo o banco de investimentos, a estratégia da companhia de priorizar investimentos no estado de origem e o desinvestimento em participações minoritárias, evitando um risco maior, é uma abordagem prudente à criação de valor para os acionistas.

O CEO da companhia, Reynaldo Passanezi Filho, ressaltou que antes de 2019, a Cemig tinha cerca de R$ 39 bilhões em investimentos de participações minoritárias. Após 2019, a companhia desinvestiu em diversas participações minoritárias, mais recentemente na Aliança Energia, conseguindo recuperar cerca de R$ 13 bilhões, fortalecendo sua posição de caixa e mantendo o foco no aprimoramento de sua frente operacional no segmento de distribuição.

“Esse foco levou a uma distribuição acumulada de R$ 12,7 bilhões em dividendos e JCP desde 2019. Em detrimento dos investimentos de participações minoritárias, a empresa embarcou no maior plano de investimentos de sua história, altamente focado em investimentos no estado de origem. A Cemig já investiu R$ 13,6 milhões de 2019 até 2023 e planeja investir mais R$ 35,6 milhões até 2028. A maior parte desses investimentos (80%) será aplicada em segmentos regulados, nomeadamente distribuição (energia e gás natural) e transmissão, com cerca de dois terços do restante investimentos já contratado”, destacou o Itaú, que classificou a companhia com desempenho de mercado, com as ações sendo negociadas a uma TIR real implícita de aproximadamente 9%.

DIVIDENDOS

Apesar de um pipeline robusto de investimentos pela frente, isso não deve comprometer a capacidade da empresa de pagar dividendos no futuro. A alavancagem aumentará, inevitavelmente, mas a um ritmo saudável. De acordo com a avaliação do CFO, a alavancagem deverá atingir o pico em 2027, atingindo cerca de 2,5x, o que ainda é um nível confortável para um negócio com geração de fluxo de caixa altamente previsível. “A Cemig está atualmente subalavancada, com dívida líquida/EBITDA de 1,02x no segundo trimestre de 2024. Até o momento, em 2024, a Cemig já aprovou a distribuição de R$ 2,2 bilhões em dividendos e JCP, representando um rendimento de aproximadamente 7%. Além disso, a empresa ainda pode pagar dividendos extraordinários adicionais no futuro, desde que continue seu plano de desinvestimento de participações minoritárias”, concluiu o banco de investimentos.

FEDERALIZAÇÃO

O Secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado de Minas Gerais esteve presente no evento e compartilhou a perspectiva do governo sobre a potencial federalização da Cemig. As discussões ainda estão em andamento, uma vez que o Governo do Estado de MG tem uma dívida significativa (R$ 178 bilhões) com o Governo Federal. Enquanto o novo plano de recuperação fiscal (Projeto de Lei 121/2024) permanece em discussão entre os parlamentares, o Estado de MG segue ativo na avaliação do melhor cenário para resolver seu problema fiscal. O secretário afirmou que o governo de MG não se opõe à discussão da federalização; no entanto, ele reconheceu que há muitos obstáculos a serem superados nesse tema, entre eles, a avaliação da empresa e os direitos de tag along. Segundo o secretário, essas questões podem desestimular a federalização da empresa.

BALANÇO 2T24

A Cemig fechou o segundo trimestre de 2024 com lucro líquido recorrente de R$ 1,134 bilhão, queda de 6,6% em comparação ao mesmo período do ano passado (2T23).

Segundo a companhia, o resultado é foi influenciado, principalmente, por aumento de 2,9% na energia distribuída pela Cemig D em comparação ao 2T23; redução de R$59,5 milhões nas despesas de obrigações pós-emprego; aumento de R$56 milhões na despesa com perdas de créditos esperadas resultado de equivalência patrimonial menor em R$30,6 milhões no 2T24. e redução de R$24,8 milhões no lucro da Gasmig frente ao 2T23.