Membros estão inclinados a cortar juros em setembro, mostra ata do Fed

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São Paulo – Os dados econômicos recentes da economia dos Estados Unidos aproximaram as autoridades do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de decidir por iniciar o ciclo de cortes na taxa de juros. Os membros do Comitê Geral do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) afirmaram que caso os dados continuem a vir como as previsões, seria apropriado aliviar os juros na próxima reunião, segundo a ata da reunião de julho. 

“A grande maioria dos membros observou que, se os dados continuassem a ser esperados, provavelmente seria apropriado flexibilizar a política na próxima reunião”, mostra a ata do Fed. “Muitos participantes comentaram que a política monetária continuava a ser restritiva, embora tenham expressado uma série de opiniões sobre o grau de restrição, e alguns participantes observaram que a desinflação em curso, sem alteração do intervalo nominal da taxa diretora, por si só resulta num aperto da política monetária”.

Algumas autoridades citaram a melhora nos dados de inflação, e uma alta recente da taxa de desemprego, como motivos apropriados para iniciar um primeiro corte de 0,25 ponto percentual (pp) na taxa de juros a partir da próxima reunião.

“Os membros julgaram que dados recentes aumentaram sua confiança de que a inflação estava se movendo de forma sustentável para 2%. Quase todos os participantes observaram que os fatores que contribuíram para a recente desinflação provavelmente irão se manter nos próximos meses”, diz o documento.

Enquanto isso, alguns membros do Fomc mostraram ter preocupações com o mercado de trabalho, além das dificuldades enfrentadas pelas famílias, particularmente aquelas na extremidade inferior do espectro de renda, diante do ambiente restritivo atual. Muitas das autoridades disseram que “os ganhos relatados na folha de pagamento [payroll] podem ser exagerados”.

“A maioria dos participantes observou que os riscos para a meta de emprego aumentaram, e muitos participantes observaram que os riscos para a meta de inflação diminuíram”, disse a ata. “Alguns participantes observaram o risco de que uma flexibilização gradual nas condições do mercado de trabalho possa fazer a transição para uma deterioração mais séria.”

O Departamento do Trabalho dos Estados Unidos divulgou hoje que a economia americana criou 818 mil empregos a menos, ou -0,5%, do que o inicialmente publicado no período de 12 meses até março de 2024.

Como parte das revisões anuais preliminares para os números de emprego não agrícola (o payroll), o departamento revelou que o crescimento real de empregos foi quase 30% menor do que os 2,9 milhões inicialmente reportados para o período de abril de 2023 a março do ano seguinte.